Page 30 - Telebrasil - Março/Abril 1994
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É prometendo modernidade que o novo
( Presidente da República assume. A sur-
J presa, no entanto é grande. A nação con-
( fiou, mas não esperava tanto... Vinte e
quatro horas após sua posse, o País
estremece. Na tarde do dia 16 de março,
a Ministra da Economia, Zélia Cardoso
de Mello, anuncia o maior e mais impactante choque
jamais infligido à Economia brasileira. Chama-se “Plano
Brasil Novo”, ou “Plano Collor”. Um verdadeiro terre
moto, se verifica. A partir daquele instante, nada menos
que dois terços do meio circulante (cinco trilhões de
cruzados novos) estão bloqueados e congelados por 18
meses. Preços c salários também são imediatamente con
gelados. Entra em cena uma “nova” moeda, o cruzeiro.
Como num passe de mágica, a inflação despenca de
84% para 3% ao mês. Resultado de toda a bruxaria: Tempos heróicos: como verdadeiros combatentes
negócios desfeitos, empresas sem caixa, restaurantes de uma guerra não declarada, equipes tentam suprir
vazios, casamentos adiados, aposentados em pânico, a demanda de serviços telefônicos. Na cidade...
poupanças confiscadas. O dinheiro, literalmente, some.
No setor das TCs, os negócios também são interrompi
dos. A palavra-chave, é modernidade. Um argumento
que,favorece aos defensores da privatização.
É criado um novo e poderoso Ministério: o da Infra-
e no campo.
estrutura, sob o comando de Ozires Silva, ex-presidente
da Embraer. Para integrá-lo, extinguem-se os de Minas e
Energia, Transporte e Comunicações. Relegadas agora a
um segundo escalão, as Telecomunicações passam a ser
comandadas por um Secretário das Comunicações: Joel
Marciano Rauber. Assume a direção da Telebrás, por sua
vez, Joost Van Damme.
Sob a égide avassaladora da modernidade, pratica
mente tudo é reinterpretado. Constituição, legislação e
tudo o mais que possa ajudar a nova ordem, devem ter
uma só leitura e um só sentido: o da liberalização da
economia. Medidas são tomadas para abrir a economia
do País ao exterior. E invocado o sagrado direito do
usuário, para justificar a necessidade de concorrência e,
por via de consequência, defende-se a quebra dos
monopólios. É anunciado um programa nacional de
desestatização. Mas surgem resistências. Uma série de
portarias tenta abrir o mercado de serviços de TCs à
empresa privada, como no caso da telefonia móvel celu
lar e no das redes em condomínio. A indústria nacional,
clama por igualdade de condições para competir com o
produto externo. Paralelamente, busca-se melhorar os
níveis da qualidade industrial dos produtos.
Em São Paulo, SP, ocorre o XXI Painel T E L E -
BRASIL. A principal questão tratada é: “A Integração
do Complexo Eletrônico”.
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