Page 58 - Telebrasil - Maio/Junho 1993
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ú lt im a p á g in a U m e s p a ç o l i v r e e m d e f e s a d e i d e i a s TELEBRASIL
Revista Brasileira de
Telecomunicações e
Informática
ISSN 0104-009X
Uma publicação bimestral da
Telcbrasil-Associação
Brasileira dc Telecomunicações
CGC 42.355.357/0001-14
Sede:
0 que é “política industrial”? Tel.: (021) 295-4432 - Tlx.: (21) 230S7
Av. Pasteur, 383 - Urca - CEP 22290-240
Fax: (021) 542-4092.
DIRETORIA
Roberto Kresch (*) Presidente;
Luiz Carlos Babiana
Vlce-Presldenle:
lázaro Josc dc Brito
É moda, hoje cm tamos diante de um quadro bem complexo: Diretores:
Douglas dc Macedo dc Mesquita
dia, falar-sc de libera Produtos e tecnologias nacionais ou estrangei Geraldo Lucas Ounvio
Jorge dc Moraes Jardim Filbo
lismo, conservadoris ros, ou mistos? Quantidade limitada ou não de Josc Reinaldo Batista
mo, estatismo, abertu produtos e tecnologias? É claro que cada cabeça Ludgcro Josc Pattaro
Marco Aurélio dc Almeida Rodrigues
ra, fechamento c por terá sua própria sentença a respeito. Parece-me,
Secretário Executivo:
aí a fora. Na realidade, no entanto, que algumas linhas básicas poderiam Gennyson Castro Azevedo
esses conceitos, ao se merecer consenso no âmbito do nosso setor. EXPEDIENTE
rem aplicados na práti A concorrência não deve ser restringida, pois Diretor-Responsável:
Lázaro Josc de Brito
ca, nunca têm um signi ela é a única garantia do livre funcionamento do
Editor Executivo:
ficado tão estanque regime dito capitalista. Mas não restringir a con Joio Carlos Pinheiro da Fonseca
quanto pode parecer à corrência não significa não dar nenhuma proteção (MTb 12,886/DRTYRJ)
primeira vista. Nem o ao que consideramos legítima conquista dos nos Conselho de Redação:
liberalismo chega a ser sos quadros técnicos c gerenciais. Afinal, as tec C o o rd rn a d o r Ann ando tanz Medeiros. Mem
bros.- Antonio Martins Fcrtan, Gerson Duqur F>
tão liberal e nem as aberturas tão abertas. Isso nologias dc origem externa têm o mundo inteiro trada, Humberto Chagps Pradal, Joáo Ferrari
porque são as circunstâncias de cada momento como mercado e, portanto, melhores condições Durão, Josc Luiz Azevedo Valle, José Luiz Xi-
vicr da Silva Otero, José Raul Allcpctn, Jcae-
as molas mestras de nossas atitudes, seja como dc escala e desenvolvimento. Contrabalançar es mar da Costa Vallitn. Lcnine Rocha, Luiz Eduir-
do Rocha, Luiz Ernesto Krau, Márcio Madido
dirigentes de empresas estatais, seja como empre sa vantagem, com alguma proteção aos produtos Rubella, Roberto Arose Cardoso, SalomèoWaji*
sários privados. Senão vejamos: locais, não me parece nenhum crime hediondo. berg, Solou Bcnayon da Silva.
No assim chamado capitalismo de mercado c Pcnsar-sc em evitar uma Babel de tecnologias c Redação:
Jenner de Paiva
dc livre iniciativa (que nunca existiu no Brasil) produtos, pelo menos regionalmente, também não (MTb 12.009/DRT/RJ)
Roosevelt N. de Holanda
é possível produzir-sc qualquer bem, com qual seria um escândalo. É preciso ser cuidadoso pa (MTb 10.412/DRT/RJ)
quer tecnologia - local ou externa -, concorren ra que essa proteção não venha significar “fecha Joáo Carlos I \ da Fonseca
(M il) 12.886/DRT/RJi
do livremente com os demais fornecedores, caben mento dc fronteiras” c xenofobia, pois esse fil
Fotografin:
do ao mercado decidir cm última análise - com me nós já vimos (c ele não teve final feliz). TELEBRASIL (JCE. JP c RNH)
base no binômio qualidade/preço - quem será bem A proteção à produção local também me pare c Divulgação
ou mal sucedido, quem venderá c quem não so ce razoável, pois é necessário dar emprego aos Secretária:
breviverá. O Governo não sc intromete na defini técnicos, economistas, administradores c outros Ilirreza Mana Sá
ção dos produtos c nem na determinação dos pre profissionais brasileiros. Caso contrário, passaría Produção e Luv-Oui:
Sílvio Sola (MTb 12.224/DRT/RJ)
ços, a não ser para manter a Lei c coibir abusos mos todos a ser, apenas, representantes comer
(formação dc cartéis, entre outros). ciais de produtos importados. D Ingram ação Eletrônica e Arte Final:
Minam Cristina de S. S. Lima
Na realidade, as coisas não sc passam bem Participei, cm outros tempos, ativamente, da
assim. Certo nível dc proteção aos empregos lo feitura da afamada Portaria 622 que, até hoje, Kdltorução Eletrônica:
Carta Certa 3.0 e Página Certa 2.0,
cais é sempre dado pelo Governo, assim como orienta os caminhos das diversas Políticas Indus so ftw a res Convergente,
CPD Telebrasil/
um incentivo à geração de tecnologia própria, sem triais que o setor já produziu. Sei que não é fácil Computadores Monydata
o que seria difícil assegurar um mínimo dc sobe “politicar” - não sc agradará nunca a gregos e Depr Comercial:
rania às nações. Isso é feito cm Iodas as partes troianos - mas é preciso estabelecer objetivos Gerente: Grnnyson Castro Azevedo
Av. Pasteur, 383 • Urca • Tel.:
do planeta c, cm ccrlos casos, muito fortemente, maiores e procurar os meios para atingi-los. Es (021) 295-4432 - Fax: (021) 542-4092
C&P Publicidade c Representações
exatamente naqueles países denominados “baluar ta é a função de uma Política Industrial. S/C Ltda. - Rua Orestes Bnlarini. 99 •
tes da livre iniciativa”. Queremos todos uma economia livre e compe Taboão da Serra - Tel.: (Oil) 491-5348.
São Paulo • SP.
As coisas se complicam, do ponto de vista titiva, queremos evoluir tecnologicamente, ter MGVM - Marketing c Representações Uda
Av. Presidente Vargas, 633 - Sala 1317
conceituai, quando o Estado é o principal adqui mos indústrias locais, qualidade e bons serviços. Tel.: (021) 50*7-1970 - Rio de Janeiro - RJ.
rente dos produtos cuja fabricação c desenvolvi A Política Industrial tem que acomodar todos es Apoio:
mento são objeto da discussão “liberal protecio ses desejos, sem exageros (hiperproteções ou hi- Aurco Nascimento
nista”. Afinal, quem defende os empregos c a perliberalismos). Sobretudo, é necessário que ha Composição;
tecnologia nacionais é exata mente quem deve com ja uma Política Industrial clara e sem titubeios, Alfa Lógica
prar os produtos e quem, cm tese, se beneficiaria pois no momento não sabemos qual é nosso rumo. Fotollto;
Quimicolor Uda.
do maior grau dc competição liberal.
Para sofisticar mais ainda a discussão: na área Impress Ao:
DRQ - Gráfica e Editora Uda.
de telecomunicações a exploração dos serviços (*) Roberto Kresch foi Secretário de Planejamento e I oilrni atói io Fotográfico:
Tecnologia do Ministério das Comunicações, tendo exer
está sujeita a um monopólio constitucional, o que cido diversas outras funções na área, entre as quais Wanda
faz com que, pelo menos cm caráter regional, Chefe do Depto. de Engenharia de Comutação da Te- íi proibida n reprodução |>arciol ou total
gos desta resista, sem autorização prévia d°s *
só haja um comprador de bens c produtos forne lerj e Diretor Executivo da Standard Eletrônica, do tores. As demais matérias sáo livres, & & ^
cidos pela indústria do setor. Esse comprador Grupo Alcatel. Atualmente é Consultor de Empresas citado a fonte. As matérias assinadas sio *
na área gerencial e mercadológica de telecomunica potisflbilidnde de seus autores e náo cxf( * * ****^
quer se proteger restringindo a quantidade de for ções. E membro efetivo do Conselho Fiscal da TELE- necessariamente posições da Associação &
necedores para a sua área dc operação. Agora cs- fíRASIL. Revista.