Page 48 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1992
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As armadilhas da interoperabilidade
interoperabilidade foi um dos te
Â
mas tratados no III Simpósio de
Tecnologia em Teleinformática
Rio’92. A professora Lianne Mar
garida Rockenbach Tarouco falou dos
problemas de interconexão que encon 1
trou para montar uma rede na Uni _ >
versidade Federal do Rio Grande do
Sul, envolvendo um supercomputador
-Cray, rede local Ethernet, micros de
diversas origens, computadores Uny- INFORMÄTICA
sis e VAX, PABX digital, roteado
res, enlace de fibra ótica a 2 Mbit/s e It
o uso de rádio digital, visto que “ a /
CRT nunca resolvia o problema da
interligação de dois campos da Uni
versidade, distantes de 15 km” . O mercado de especialistas em teleinformática esta crescendo É o mundo digital que substitui o
Lianne Tarouco percorreu os sete analógico.
níveis do modelo de interconexão sis
temas abertos-OSI descrevendo dife TCP/IP (transport control protocol), ao time do TC P/IP e inclui o “ma
rentes padrões de implementação. No este originado no Department of De- nagement information base” ou MIB
nível físico há opção entre cabo coa fense-DOD, e hoje aplicado para to que é uma base de dados com sintaxe
xial grosso e fino da rede Ethernet da compra do governo norte-ameri dos objetos gerenciados e o “structu
que operam até 500 e 185 m. Em fi cano. Na camada de aplicação há gran re of management information” ou
bra óptica há a escolha entre o tipo de variedade de implementações. O SMI que mantém a lista dos objetos
mono e multimodo, isto sem falar da FT AM permite, por exemplo, que o dc redes que podem ser interrogados
grande variedade na oferta dc cabos arquivo “ A” possa mexer com coisas sequencialmente para se saber seu sta
de pares. Nas comunicações sem fio do arquivo “ B” , ao passo que o “ vir tus.
surgem diversas faixas de frequências, tual terminal protocol” ou VTP está A interoperabilidade do sistema de
com a de 15 ou 18 GHz. Os modems em processo dc implantação. Em re tratamento de mensagens X.400, ver
vêm com ou sem discagem direta c há lação ao gerenciamento de redes Lian são 84, tem como base os “agentes
uma variedade de interfaces, como ne Tarouco referiu-se ao CM IP, SNMP do usuários-AU” que se comunicam
V.25/V.24/EIA-RS-232C/paralela e e TMN ou “ telecommunications ma com processos como o de intercâm
Centronics. E’ preciso levar em conta nagement protocol” . bio eletrônico de mensagens-EDI. 0s
as ligações 2B + D e X.21 para RDSI, O gerenciamento de redes do mo AU, por sua vez, são interligados a
os esquemas hierárquicos de agrega delo OSI possui o “ common manna- uma rede de “ agentes de transferên
ção El (europeu) e TI (norte-ameri gement information protocol” ou cia de mensagens - ATM” . A versão
cano)’, e a técnica de frame relay CM IP que opera com agentes e obje de 1988 do X.400 já criou outras fi
(1.221.441). tos gerenciáveis. O CM IP correspon guras como a do armazenamento de
O nível dc enlace oferece o padrão de ao CCITT X.700, que é baseado mensagens e um novo protocolo P.7.
Ethernet de rede que não é exatamen em eventos num sistema de pergunta- O Correio Eletrônico, multimídia, é
te igual ao padrão IEEE 802.2; o pa resposta. Já o “ single network mana suportado pelo “ internet single mail
drão ‘‘token ring” IEE 802.2, que gement protocol” ou SNMP pertence transfer protocol-SMTP” e o novo
está sendo revisto; além dos protoco conceito de “ mensagem ativa” queé
los ARCNet, FDDI (fiber distributed executada na sua recepção e interage
data interchange), o metropolitan área com o ambiente distante. A estes pro
network, padrão IEE 802.6; e ainda tocolos universais devem ser acrescen
outros como o LAPB, LAPM, MNP tados os sistemas de gerenciamento
e LLC (logical link control). O nível “ proprietários” como o Netview da
de rede opera com o padrão CCITT IBM. Todavia, “ o gerenciamento de
X.25 - a versão brasileira difere do redes ruma para máquinas Unix, ope
padrão mundial - além do X.32 para rando com TCP/IP e depois com mo
transmissão síncrona. Já o IPX da delo OSI” , prognosticou Lianne Ta
empresa Novell tem pacotes virtuais rouco.
para interoperação via X.25 e o O fenômeno da interoperabilidade
TCP/IP (Internet Protocol) é de livre é geral e cada empresa procura solu
domínio público.
cioná-lo a seu modo. A Embratel, por
exemplo, definiu uma arquitetura de
Superiores
serviços, outra de informações e ou
tra de rede. A decisão tomada foi de
Nas camadas superiores do mode informatizar a empresa de modo dis
lo da ISO as variações de padrão con tribuído e padronizado, adotada um3
tinuam ocorrendo, observou Lianne arquitetura aberta de rede. Os dados
Tarouco. Na camada de transporte na Embratel são dissociados do
existe o mundo universal OSI e o Lianne Tarouco: a teoria, na prática, c diferente. de máquina ou dos programas util'*