Page 66 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1992
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Revista Brasileira de
U L T IM A P A G I N A Telecomunicações e
Informática
Um espaço livre em defesa de idéias ISSN 0104-009X
U m a publicação bimestral da
Telebrasil-Associação
Terceirização e o Setor de Telecomunicações Brasileira de Telecomunicações
CG C 42.355.357/0001-14
Lenlne Rocha (*) Sede:
A v. Pasteur, 383 - Urea-CEP 22290-240
Mais que uma palavra econômicos mais modernos. Afinal, as empresaaope- T el.: (021) 295-4432 - Tlx.: (21) 23057
em moda, a terceirização radoras do Sistema Telebrás são sociedades anôni Fax: (021) 542-4092.
se constitui, atualmente, mas e, como tal, devem buscar resultados eficazes, DIRETORIA
em uma alternativa atraen independentemente se a mão-de-obra é própria ou Presidente:
Luiz Carlos Bahiana
te para execução de servi de terceiros.
ços de valores agregados Outro campo fértil para adoção de opções, via Vice-Presidente:
Lázaro José de Brito
(atividades-meio) em em terceirização, envolve os próprios fornecedores do
presas públicas e privadas, Sistema Telebrás, mormente os médios e grandes Diretores:
tendo em vista o seu forte fabricantes de equipamentos e sistemas, que, além Douglas de Macedo de Mesquita
G eraldo Lucas Ourivio
apelo de redução de cus de poder terceirizar a produção de seus insumos Jorge de Moraes Jardim Filho
tos, melhoria na imagem básicos, podem repassar a terceiros os serviços/ati- José Reinaldo Batista
Ludgero José Pattaro
e, especialmente, de aprimoramento e profissionali vidades que compõem o pós-venda, ou pós assina M arco Aurélio de Almeida Rodrigues
zação de áreas-meio da empresa. tura dos contratos. São as atividades de instalação,
Secretário Executivo:
Oriundas do inglês “outsourcing” , a terceiriza testes, treinamento, manutenção e assistência técni G ennyson Castro Azevedo
ção pode ser definida, de forma generalizada, como ca, inclusive no período de garantia.
a opção pela contratação de terceiros, que uma ins Não são poucas as dificuldades encontradas pe EXPEDIENTE
Diretor-Responsável:
tituição empresarial adota, para execução de um los fornecedores para manter um atendimento pós- Lázaro José de Brito
conjunto de atividades/serviços específicos, inseri venda de alto nível, junto às operadoras do STB.
Editor:
do na órbita de seus negócios. Como os custos fixos para se manter uma boa infra- Jo ào Carlos Pinheiro da Fonseca
Raramente se incluem neste raciocínio, as ativi estrutura técnica são elevados e têm que. a rigor, (M Tb 12.886/DRT/RJ)
dades “ fim” da empresa. A opção pela terceiriza serem absorvidos por receitas oriundas da própria Conselho de Redação:
ção se concentra, como já foi dito, fortemente em assistência técnica, os fornecedores correm o risco Coordenador: Armando Luiz Medeiros.
áreas de serviços de valores agregados de grande de terem em suas organizações, um setor tão mais Membros: Antonio Martins Ferrari.Ge-
son Duque Estrada, Humberto Chagas
relevância no contexto geral da empresa c que in deficitário quanto maior for o cuidado com a qua Pradal, João Ferreira Durão, José Luiz
fluem decisivamente nos seus resultados, como o lidade dos seus produtos. Azevedo Valle, José Luiz Xavier da Sil
va O tero, José Raul Allegretti, Josema:
processamento de dados, por exemplo. E não há como fugir do problema, uma vez que, da C osta Vallim, Lenine Rocha. Luiz
No âmbito das empresas operadoras do Sistema a despeito do grande esforço dispendido pelos fabri E duardo Rocha, Luiz Ernesto Krau.
M árcio M achado Rabello, RobertoAro-
Telebrás e da própria holding, a aplicação dc alter cantes, no aprimoramento da qualidade dos seus so C ardoso, Salomão Wajnberg, Sok»
nativas dessa natureza fica sacrificada c nem sempre produtos e, consequentemente, na redução dos seus Bcnayon da Silva.
passível de ser adotada, tendo em vista as caracte índices de defeito, haverá sempre, ainda que em Redação:
rísticas peculiares que envolvem um monopólio estatal. pequena escala, a ocorrência de falhas e panes, que Jenner de Paiva
Ao nosso ver, no entanto, uma gama diversifi exigirá a existência de um serviço de assistência téc (M Tb 12.009/DRT/RJ)
Roosevelt N. de Holanda
cada de serviços, geralmente executados por pessoal nica. Considere-se, ainda, que um atendimento pós- (M Tb 10.412/DRT/RJ)
próprio das operadoras, já poderiam estar sendo venda deficiente costuma gerar atritos com os clien Jo ão Carlos P. da Fonseca
executados por terceiros, tais como: serviços verti tes (com desgaste de imagem) e, não raro, criar (M Tb 12.886/DRT/RJ)
cais; administração da planta de telefones públicos; dificuldades para fornecimentos futuros. Fotografia:
serviços de transporte; operação de lojas e postos de Como se proceder, então? TELEBRA SIL (JCF, JP e RNH)
e Divulgação
serviços telefônicos, dentre outros. A terceirização se apresenta como uma excelente
Isto não significa, em absoluto, que uma filoso opção. Empresas de pequeno porte, enxutas e ágeis, Secretária:
Therezp M aria Sá
fia de ação orientada para a terceirização, venha com um corpo técnico devidamente preparado, po •
provocar uma onda de desemprego no setor. Bem deriam ser contratadas pelos fabricantes, para pres Produção e Diagramação:
Sílvio Sola (MTb 12.224/DRT/RJ'
diferente disso, nosso sentimento é que, com o le tar os mencionados serviços/atividades. Basta que M iriam Cristina de S.S. Lima
que de opções se abrindo, haverá um fortalecimento sejam devidamente qualificadas para tanto.
nesse mercado e, portanto, mais oportunidades de E para corroborar essa tese, inúmeras empresas Editoração Eletrônica:
C arta Certa 3.0 e Página Certa-1-
emprego. vêm demonstrando, através da terceirização, de al softwares Convergente. .
Da mesma forma, não está se colocando em dis gumas de suas áreas, que bons resultados não são C PD Telebrasil/Computadores M-
data
cussão, questões ligadas a quebra de monopólio ou frutos da verticalização plena, mas sim do domínio
privatização do sistema. A despeito de alguns enten de boas tecnologias de produção e/ou integração de Dpt°.Comercial:
Gennyson Castro Azevedo - RJ-
derem que, quando se trata de estatais, terceirizar equipamentos e sistemas, da adequada contratação C&P Publicidade e R e presen ta ^.
nada mais é que privatizar, achamos que a terceiri de serviços especializados e de sistemáticas eficazes S /C Ltda. S P -T eL : (011) 491
zação se constitui numa boa opção para o modelo de gerenciamento e controle. Apoio:
privatizante que se tenciona para o setor. Esperamos que a terceirização transponha cada A ureo Nascimento
Enquanto num caso (terceirização) abre-se espa vez mais as fronteiras do setor de telecomunicações,
Composição:
ço para a participação de empresas privadas, no não como imposição de uma política recessiva que A lfa Lógica
mercado monopolístico dos serviços públicos de te o governo nos tem legado e que provoca saídas de
Fotolito:
lecomunicações, preservando-se em poder das ope emergência para oportunistas, mas sim como refle Quim icolor Ltda.
radoras o processo gerencial e os controles, no ou xo da maturidade do nosso mercado e da criativida
Impressão:
tro (privatização) há a possibilidade, não desejada, de dos nossos empresários e executivos. DRQ - Gráfica e Editora Ltda
de o monopólio simplesmente trocar de mãos, sem Que seja bem-vinda!
Laboratório Fotográfico:
vantagens para as operadoras ou usuários. W anda
O que se deseja, no fundo, são empresas estatais (*) Lenine Rocha, 46, é engenheiro de telecomunicações, com vários
É p r o ib id a a re p ro d u c io parcial
com estruturas mais leves, mais ágeis e com meno cursos de especialização, no Brasil e no exterior, e com passagem pela a r tig o s d e s ta rev ista, assinados ° ® - .
Embratel e Telebrás. Atualmente é sócio-diretor da LR Eletrônica e d o s p o r le tra s in iciais, sem a u to ru ^ , y-
res custos operacionais, compatíveis com cenários Telecomunicações Ltda. com sede em Campinas, SP. d o s a u to r e s . A s dem ais tnaten*» ^
d e s d e q u e c ita d a a fonte. As * * * \
d a s s ã o d c resp o n sab ilid ad e Jf ZL&i*
n à o e x p re ssa m necessariam ente fV "
t / v ^ a r j n o u d a R evista.