Page 21 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1991

Conselho Nacional de Informática — Conin, da bre hardware, com direito a palestra da Intel

associação de capital e tecnologia entre empre­ sobre a evolução do chip e diversas conferên­

sas brasileiras e estrangeiras. Quanto à nova cias (IBM, Unysis, Edisa, Fujitsu) sobre o futu­

Lei de software, sua tramitação poderá ser um ro dos main-frames. Jim Omura, da Cylink

pouco mais demorada visto que será processa­ Corp, que nomeou a Mapra seu distribudor

da juntamente com o assunto da Propriedade In­ exclusivo no Brasil, falou de segurança das

dustrial. informações.

0 ministro da infra-estrutura, João Santana, Sob a rubrica Telemática, destacou-se o

representando o Presidente da República, expres­ Seminário Internacional Brascom 91, com

sou seu apoio à liberdade do cidadáo que deve Itautec firma aliança com a Intel. muitos conferencistas estrangeiros e que tratou

participar do mundo da informação. Ele defen­ de satélites, redes globais, RDSI, Comunica­

deu a existência de arquiteturas abertas em in­ ções Móveis e celulares. Muitas destas exce­

formática "a que todos possam ter acesso”. Os lentes conferências tiveram um público limita­

produtos de informática — nacionais ou interna­ do. Representantes de grandes usuários, co­

cionais — devem obedecer a uma só palavra- mo Hélio, do Banesttado; Freire, da Varig; Ja-

chave, "competitividade”. Os incentivos governa­ ri, da Petrobrás; oswaldo, do Itaú, falaram

mentais não devem ser para criar ou proteger de suas experiências, problemas e resultados

cartéis. O usuário deve marchar para a defesa com o uso de VSATs. José Raimundo Nasci­

de seus próprios interesses e para isto utilizar mento, da SGA, ministrou verdadeiro curso

oseu poder de compra. Neste sentido, a presen­ sobre comunicações via satélite. O tema das
Prolan recebe know-how da Interconnet.

ça do Estado deverá ser mínima para não influir automações bancárias, com eletronicdata iter-

na livre decisão dos usuários. change e uso de cartões de crédito, e indus­

João Santana referiu-se, ainda, à biblioteca trial, que incluiu o CIM (computer integrated

de células, recém-inaugurada no CPqD, da Tele- manufacturing) reuniram especialistas das áre­

brás, como um passo para a autonomia do Pa­ as, o mesmo acontecendo com os seguidores

ís em microeletrônica e disse querer dar liberda­ das aplicações e pesquisadores em inteligên­

de ao setor de telecomunicações para que ele cia artificial, redes neuroniais e sistemas espe­

possa oferecer novos produtos à população. O cialistas. A automação comercial tratando de

estabelecimento de joint-venture ê um dos meca­ transferência eletrônica de fundos, código de

nismos que o Governo está incentivando e é des­ barras e scanners (dispositivos de varredura)

tinado a quebrar cartéis, como no caso das licita foi assunto que congregou o pessoal de shop­

çóes para telefonia móvel celular. pings, lojas e supermercados.
Moddatn fecha acordo com a AT&T.
A informática, tal como as telecomunica­

Congresso ções, permeia todas as atividades da socieda­

de. Verdadeiras tribos de especialistas se re­

Dentre os assuntos abordados na lnfo'91 al­ conhecem em Congressos como os da lnfo'91

guns se constituíram em verdadeiros sub-congres- quer se trate de informática na educação (o

sos pela extensão das conferências e pelo reno­ computador na escola)] do ramo da computa­

me dos conferencistas. A área de debates políti­ ção gráfica, com direito aos truques anima­

cos contou com público moderado se compara­ dos da TV Globo; das aplicações do computa­

da com assuntos de caráter eminentemente téc­ dor na agricultura, saúde, engenharia, no sis­

nico. Estes incluiram exposições sobre base de tema jurídico (até agora lento), nos transpor­

dados voltadas para objeto ou então discussões tes e, naturalmente, no gerenciamento empre­

sobre ligação de redes locais (Novell ou Micro­ sarial, sob todas as formas, além da informati­
Zélia prega doutrina do liberalismo.

soft) ou ainda o Seminário Unix, em que uma fila, zação de bibliotecas e de grandes acervos

constituída em sua maioria de técnicos e profis­ documentais.
até para viabilizar, definitivamente, o projeto bra­

sionais usuários de informática, dava voltas no Discutiu-se ainda no Congresso sobre cen­
sileiro das centrais de comutação Trópico.
Anhembi. "A época da discussão política já aca­ tros de informações na empresa, virus de com­
Se o painel sobre privatização da telecomuni­

bou e agora queremos conhecer novas tecnolo­ putador (como evitá-los), conectividade e pa­
cações, com Siffert (Abinee), Ethevaldo (RNT)
gias", comentava um atarefado técnico esperan­ dronização. O pessoal latino-americano que
e Eduardo (SNC) despertou um debate modera­

do uma das sessões técnicas. possui mercado de informática muito peque­
do, o “Plano de Competitividade Industrial no
Na área política, debateu-se se a abertura no — excetuando Brasil, México e Venezue­

Setor de Informática", de Zélia Cardoso de Me­
do mercado irá sucatear ou não nossa indústria, la — fez o seu Encontro Latino-Americano

lo, foi ouvido por uma multidão de ouvintes, al­
se o Mercosul será uma ficção ou realidade. dos Usuários de Informática — Elaudi. Co­

guns até em pé, que foram depois, pressurosos,
Um painel, histórico, reuniu ex-secretários da mo se isto não fosse suficiente, o grupo ABC

Secretaria de Informática e da Capre, voltando à busca de autógrafos que a ex-ministra, obvia­ /Buli realizou, em paralelo, com público cati­

a baila nomes como Saur, Ditz, Kival, Ezil, Jou- mente satisfeita, outorgava. Sobre o emendão, vo durante três dias no Hotel Sheraton Moffa-

bert, Dória Porto, além do deputado Luiz Henri­ com alteração em itens da atual Constituição, rej, de 24 a 26 de setembro, um Encontro so­

que da Silveira, que explicou a nova Lei de Infor­ disse Zélia que seus resultados só serão obser­ bre Modelo de Computação Distribuída, incluin­

mática e do ex-secretário da C&T, Décio Zagot- vados a longo prazo. do palestras (em 3 auditórios simultâneos) e

tis. Discutiu-se política industrial do setor de tele­ Houve conferências sobre quase tudo. Tro­ uma feira dos produtos ABC/Bull para ambien­

comunicações, com Wajnberg (SNC), Peixoto caram-se experiências sobre administração tes bancário, hospitalar, de manufatura, de in­

(Embratel), Leôncio (CPqD), Coutinho (Unicamp), de CPDs (centro de processamento de da­ teligência artificial, além de apresentação de

com teses como a do acerto cambial para poder dos)] sobre software (seminários muito con­ diversas plataformas (máquinas) de computa­

competir e discussão dos modelos de privatiza­ corridos); sobre metologia para desenvolver ção. A Buli (de capital estatal francês) é o sex­

ção do setor de TCs. Houve apelos para haver sistemas, inclusive com ou sem uso de C a­ to maior fabricante internacional de produtos

continuidade de investimentos em tecnologia e se (Computer aioded system engineering)] so- de informática. (JCF)