Page 23 - Telebrasil - Maio/Junho 1991

A TV Búzios, além de gerar suas comunitária, os meios técnicos de que

próprias vinhetas, produz vídeos dedi­ dispõe a TV Búzios são relativamen­

cados à ecologia e foi a única a repre­ te modestos (utilizam tecnologia Su­

sentar o Brasil no Simpósio sobre Te­ per VHS), mas que para o telespecta­

vê Cultural, que teve lugar em Ham­ dor o resultado equivale, bem de per­

burgo (AL). Em agosto próximo, o to, com o que seria obtido pela utiliza­

pessoal da emissora participará, junta­ ção de aparelhagem muitas vezes

mente com a Fundação Cultural Rio mais dispendiosa.

Cine, da Comissão Internacional do

Meio Ambiente que vai preparar o In d e p e n d e n te s

hiper-aguardado Earth Summit - ECO

92, a ter lugar no Rio de Janeiro. Acha Paulo Swarzkopf que se pro­

O setor de jornalismo do Sistema cessa no mundo da televisão o emba­

Búzios — rádio e tevê — corre por te entre os grandes conglomerados,

conta da experiência de Valéria Fer­ em redes nacionais, com as produto­ (D-E) Cleófas e João Uchôa, pai e filho de olho

nandes, com passagens na Gazeta ras regionais e independentes. Ele na TV Búzios.

Mercantil, O Globo, JB, Ministério aduziu que "nos EUA a legislação li­

da Fazenda e agora radicada na penín­ mita a 40% a geração interna de pro­ mos por serviço, informação, ecologia,

sula. "Nosso jornalismo é ao vivo, sem gramas das redes nacionais, daí sur­ arte e cultura comunitários. E uma

edição, com flashes obtidos por moto- gindo a proliferação dos produtores televisão regional de alto nível por

queiros, quando necessário, e é com­ de vídeo que geram dos Kojac às Ilha uma existência mais saudável na re­

plementado com notícias de periódi­ da Fantasia. Aqui, a TV Globo pro­ gião. Fomos experimentando, a popu­

cos, por telefone e até de emissoras duz 98,6% do que põe no ar, tornan­ lação começou a assistir, houve críti­

AM. Temos um programa sobre as do muito mais difícil a vida do produ­ cos a princípio, mas provamos que

condições do mar que fica a cargo tor independente. Mas no mundo, fren­ não éramos aqueles filhinhos do pa­

da associação local de surfistas", ex­ te à erosão causada pela televisão a pai querendo fazer televisão. Apesar

plicou a jornalista. cabo e pelas lojas de vídeo, o concei­ de vivermos de contribuições e do

Por sua vez, a parte técnica das to de broadeasting global, começa a apoio financeiro a mensagens institu­

emissoras é dirigida por Paulo Inácio ficar abalado". cionais — nós não anunciamos produ­

Swarzkopf, que já foi da TVE e da A proposta da emissora de Búzios tos — a TV regional de Búzios firmou-

TV Globo e agora integra o corpo foi bem resumida por João Uchôa ao se junto ao gosto da população e já é

de cerca de 40 pessoas do Sistema declarar, francamente, que "aqui te­ uma realidade. Afinal, somos pionei­

Búzios. Disse ele que, condizente com mos uma programação sem cenas de ros, no Brasil, em televisão comunitá-

sua condição de empresa regional e sadismo, sexo ou violência que troca- ia".

Uma televisão regional, comunitária, sem cenas de sadismo, sexo ou violência, voltada para ecologia, informação, qualidade de vida e para o futu­

ro. TV Búzios, com alto astral.

Previdência homologa novo plano da Sistel

Há projeto no Governo para limitar a 5 salários mínimos do (01.03.91) pela Previdência Social, vai ser operacionaliza-

o teto do benefício pago pela Previdência Social ao aposenta­ do até junho deste ano, prometeu Roberto Siqueira, diretor

do. O restante seria coberto por fundos abertos de comple- superintendente da Sistel. Os aposentados, anteriormente a

rnentaçâo (leia-se instituições financeiras privadas), hoje cer­ 01.03.91, poderão optar (e pagar) pelo novo Plano. As coisas,

ca de 70, e por fundações fechadas de seguridade, como a Sis­ no entanto, poderão vir a ser lentas. Empregados desligados

tel (grupo Telebrás), Telos (Embratei), Postalis (ECT) e ou­ do Sistema Telebrás têm aguardado muitos meses para come­

tras congêneres de empresas estatais e privadas. çar a receber a renda efetiva a que farão jus como aposenta­

A Sistel vem de unificar os Planos de Renda Vinculada dos. Dentre as desculpas invocadas ouvem-se que os cálculos

(PRV) e Básico de Suplementação (PRV) ouvidas 29 patroci­ são complexos; que as operadoras não fornecem com clareza

nadoras (24 a favor) representando 75 mil contribuintes. Em e rapidez os dados históricos necessários sobre os aposenta­

surna, com a unificação: o benefício inicial pago ao aposenta­ dos; que o Sistema Telebrás andou despedindo muita gente,

do convergirá para o valor de seu último salário, mas perma­ o que causou o congestionamento dos circuitos tecnocráticos

necerá a limitação no teto da renda inicial; reajustes se darão da Sistel. Como observou um aposentado, refletindo o pensa­

na mesma época e proporção do que no Sistema Telebrás; a mento de muitos: "As perspectivas acenadas podem ser boas

assistência médica será a mesma do pessoal da ativa. e a direção da Sistel merecer aplausos, mas a prática, por ra­

O Plano Unificado, já aprovado pela Telebrás e homologa­ zões várias, não tem acompanhado a força do discurso".