Page 42 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1990
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TELEBRASIL - Revisla
Brasileira de Telecomunicações
Um esp aço livre em d e fe s a de id éias
e Informática
Financiar as telecomunicações: Um a publicação bimestral da TELEBRASIL
Novos caminhos Jean-Luc Treff (*) - Associação Brasileira de Telecomunicações
CGC 42.355537-0001-14
Sede:
Neste início dos anos gir 74% , em 1980, em função da melhor Av. Pasteur, 383 - Urea - CEP 22290
90, o Brasil das teleco rentabilidade do sistema e da consequen Tel.: (021) 295-4432 - Tlx.: (21) 23057
municações se defron te redução das necessidades do capital ex Rio de Janeiro - RJ
ta com um duplo pro terno. O número de linhas aum entou de
blema: de um lado, 4 a 16 milhões, alcançando as densidades Secretário Executivo:
Gennyson Castro Azevedo
um enorme atraso na dos outros países desenvolvidos (37 linhas
infra-estrutura básica; por 100 habitantes) e superando esta mé
DIRETORIA DA TELEBRASIL
de outro lado, o desa dia, já em 1984, com 22 milhões de linhas Presidente:
fio da introdução de e mais de 40 linhas por 100 habitantes. Luiz de Oliveira Machado
novos produtos e ser O aproveitamento de um intermediário
viços gerados pelo rápido desenvolvimen financeiro poderia ser uma resposta ao Diretores:
to da informática. No entanto, as sujei problema brasileiro? Entre outros assun A rm ando Luiz Medeiros
ções do setor público (limitações de inves tos conviria estudar, por exemplo: a) a H aroldo Corrêa de Mattos
timentos, estrutura acionista da Telebrás) captação de recursos suplementares perm i Jaym e João Mansur
Max Ham ers de Aragão Lisboa
dificultam a adequação do sistema às ne tidos pela venda de um produto financei
Salom ão Wajnberg
cessidades econômicas e sociais e, por is ro e não mais diretamente de uma linha
to, é necessário se imaginar soluções emer- telefônica, b) a possibilidade de direcio EXPEDIENTE:
genciais e regulares de investimento no se nar investimento para o setor com m oda Diretor-Responsável
tor. O Brasil não tem exclusividade deste lidades de reconversão da dívida externa, A rm ando Luiz Medeiros
tipo de problemas: o sistema francês de c) a utilização do leasing como form aliza
telecomunicações, de tradição centraliza ção do sistema de planta doada para gru Editor:
Jo ão Carlos Pinheiro da Fonseca
dora e estatizante, também experimentou pos de usuários e até mesmo d) o alivio
(M Tb. 12.886/DRT/RJ)
cortes de investimentos, interferência nas da carga financeira e do comprometimen
tarifas e desvio de recursos para outros to do Estado pela suspensão do m onopó Conselho de Redação:
setores, a exemplo do FNT. Reconheci lio da infra-estrutura básica, a exemplo A ntonio M artins Ferrari, Armando Luiz
do agora como um dos sistemas mais adian do que acaba de ser decidido pela Bundes- M edeiros, Andrea Benito Lo-Presti,
tados, procurou-se investigar a aplicabili post (Alemanha), uma das administrações G ennyson Castro Azevedo, Humberto
dade ao sistema brasileiro dos meios lá de telecomunicações européias mais m ono Chagas Pradal, João Carlos P. da Fonseca,
utilizados. líticas. João Ferreira Durão, José I ui? Azevedo
Em 1970, a França contava com me Com relação a novos serviços, o Minis Valle, José Raul Allegretti, Joscmar da Costa
Vnllim, Lázaro José de Brito, Lenine Rocha,
nos de 10 telefones por 100 habitantes, tro Gérard Longuct* mostrou que as tele 1 uiz Eduardo da Rocha, Luiz Ernesto Krau.
enquanto os seus principais parceiros eco comunicações não são mais um serviço 1 uiz M auro Vianna Camargo, Márcio
nômicos já contavam com densidade de único: a minianirização dos componentes M achado Rabcllo, Raphael Roger Douek,
20 a 35 linhas. A conscientização da per eletrônicos, a digitalização, a com unica Roberto Aroso Cardoso, Salomão Wajnberg,
da de competitividade cm relação a seus ção da informática e a “ telem ática” m u Solon Benayon da Silva.
parceiros levou a um plano de recupera daram fundamentalmente o setor e intro
ção de 10 anos. Evidenciou-se na época duziram novos serviços. Estes novos servi Redução:
que o esforço de investimento não podia ços respondem à lei do mercado e são for Jenner de Paiva
(M Lb 12.009/DRT/RJ)
ser exigido nem do contribuinte, pelo au temente sujeitos à concorrência, inclusi
mento dos impostos, nem do assinante, ve internacional; são eles que têm o cres João Carlos Pinheiro da Fonseca
(M Tb. 12.886/DRT/RJ)
pelo acréscimo das tarifas e decidiu-se re cimento mais rápido e o maior valor agre
correr ao financiamento externo, l ace gado. Gérard Eonguet foi o m inistro que Equipe de Arte:
aos limites do mercado nacional e ao com iniciou o processo de desregulamentação José Ferreira da Silva
prometimento já elevado do Estado, op na França, separando as atividades regula Sílvio Sola (MTb. 12.224/DRT RJ)
tou-se pela criação de um organismo fi mentares — de responsabilidade do Minis
nanceiro independente, livre das interfe tério — das atividades de operação, o ope Comercial:
Gennyson Castro Azevedo
rências do orçam ento geral: a CNT rador público — France-Telccoms — ga
Paulo César Caraça (Contato em S.P)
— Caixa Nacional de Telecomunicações nhando estatuto de empresa, pagando im
repassa à Administração os empréstimos postos e sendo confrontado com a concor Apoio:
negociados nas mais variadas modalida rência de operadores privados como na Letícia S. M atos
des dos mercados financeiros (taxas fixas, telefonia móvel, por exemplo. A ureo Nascimento
flutuantes, commercial papers...), tanto Face ao novo paradigma tecnológico,
Composição:
nacionais como internacionais. A CNT estas políticas são agora seguidas m undial
Blue Chip
conquistou excelente credibilidade pela mente, objetivando aproveitar a flexibili
sua gestão. Paralelamente, para ter aces dade e capacidade do setor privado de Fotolito:
so ao capital de risco, foram autorizadas mobilizar eficientemente recursos para Q uim icolor Ltda.
a operar empresas de Icasing especialmen- operar produtos ou serviços que melhoram
tc dedicadas às telecomunicações: filiadas significativamente a produtividade das ati Impressão:
dos maiores bancos franceses, estas socie vidades econômicas e sociais. Levando G ráfica Editora Barbero
dades chegaram a financiar 1/3 do inves cm consideração que o usuário brasileiro
timento externo. Como resultado desta ainda aceita pagar pelo custo da infra-es
política, a taxa de financiamento próprio, trutura (o que dem onstra a conscientiza
que cra de 100%, cm 1970, baixou até ção da absoluta necessidade de equipam en
43,4% , em 1977, para voltar a subir e atin- to e serviços de telecomunicações) a imple
mentação de tais políticas, já anunciadas
( * ) J e a U L u c T r c f f e diretor da Transtech, membro pelo Ministério, deverá ir ao encontro * TELECOM S - La Conquête
da Tclebrasil c do Conselho l mprcsarial de Telecom de Nouveaux Espaces -
da A C R J . dos anseios da sociedade.
D unod 1988