Page 33 - Telebrasil - Julho/Agosto 1990
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fala n ecessariam en te em a rq u itetu ra
com putacional n ova. U m a d as id éia s
básicas, m ostradas por Q u in tella, é a de
um conjunto de processadores, indepen
dentes e especializados (E/S, aplicações,
arouivos), coordenados por um proces
sador-supervisor e todos conectados a
um barram ento, com um , de dados a alta
velocidade. N esta nova arquitetura, ha
verá um a lin g u a g em de program ação
D entre as
lógica, com m ecan ism os aiversos para
principais
processam ento de flu x o s de dados, de aplicações da
dados abstratos e até do tipo seqüencial informática,
Von-Neuman (Telebrasil J/F, 87, p.52). para o futuro
Além disto, m u itos algoritm os ou pro próxim o
cessos de com putação deixarão de ser es destacam-se
a M anufatura
critos em in struções de softw are e sim
Integrada
farão parte da lógica “em b u tid a” nos no
a Computador
vos cnips V LSI (very large-scale Inte e a Computação
gration). Gráfica.
Software D iz ain d a Q u in tella que com puta volta o Fortran — um a das prim eiras
dores de 50 M ips (m ilhões de interações linguagens de alto nível desenvolvidas
Como reporta Q u in tella , o software por segundo), dotados de 1 Gbyte de me para computação.
(ou programação) das m áquinas de com m ória principal, já estarão disponíveis O im pacto social da in form ática é
putação será cada vez m ais dependente por 100 m il dólares, em 91, m as que os visto por Q uintella como m ais um de
de firm ware (program ação lógica feita m aiores desafios estarão em desenvol g ra u n a R e v o l u ç ã o I n d u s t r i a l , u m
no próprio chip) e será cada vez m ais ver m áquinas para a operação autom a evento que ainda não acabou. Segundo
modular e reu tilizável — o que irá valo tiza d a de b ase de dados. E stas novas ele, a expansão da inform ática não irá
rizar a idéia da criação de fábricas de m á q u i n a s c o e x istir ã o , em p rocessa gerar maior desem prego, pois o bolo da
software. “O ú ltim o o b jetiv o , m esm o m ento cooperativo, com com putadores indústria da inform ação continua cres
in atin gível, será elim in a rm o s ao m á de d iferen tes capacidades e com diver cendo sem pre. E atenção! surgirão no
ximo o software”, prevê o representante sos sistem a s operacionais (MVS/C1CS, vos em pregos, graças a esta crescente
da IBM. VM. Unix, VMS, OS/2, MS/DOS). indústria da informação. D entre eles, o
Por outro lado, a padronização será A sobrevivência do Sistem a Relacio escritor de program as, o esp ecialista em
algo cada vez m a is im p o r ta n te , bem nal dependerá da dissem inação dos Ser segurança de ciados, o técnico em correio
como a con ectivid ad e dos sistem a s de viços de B ase de Dados e do nível de ade eletrô n ico , o m icrop rocessad orista, o
computação o que, a liad o a endereços são aos padrões ANSI/SQL. O processa vendedor de inform ação organizada, o
virtuais, clarão ao usuário acesso a seg m ento de tran sações será dom inante, atendente de sotlware-clube (um a esp é
mentos de inform ação esp a lh a d o s em m as as lin g u a g e n s de 4.“ geração não cie de videoclube). E para quem d u vi
qualquer ponto do sistem a . Q uanto às irão convergir, prevendo-se daí um re dar, até salários para essas novas profis
principais a p lica çõ es de in form ática, traim ento nos investim entos por parte sões são estim ados pelos prospectivistas
destaca Q uintella para o futuro, a M a d as ca sa s de softw are in d ep en d en tes (estes, tam bém , um novo tipo de em pre
n u fa tu ra I n te g r a d a a C o m p u ta d o r para e s te t i p o de lin g u a g e n s. F in a l go). E le s p rev êem , por ex em p lo , um
(MIC), a E n genfiaria de Program ação m ente, um a surpresa para os pioneiros, mercado para a próxim a década de 1,5
A u x i l i a d a a C o m p u t a d o r ( E P A ( 7 saudosistas, da com putação. Á introdu m i l h ã o de em pregos tão-som ente para
CASE) e o Processam ento de Im agem . ção dos su p erco m p u ta d o res trará de treinar robôs, com salários oscilando en
tre 15 e 24 mil dólares an u ais (nos E sta
dos Unidos, vale dizer).
Im portante para o futuro será a for
mação e a reciclagem de pessoas através
da E ducação I n t e n s i v a q u e i n c l u i r á
m aior interdisciplinaridade curricular,
A pesquisa do devir, desde o tem po das A n tig a ) e q u e tem como b ase q u e stio
pitonisas — que ao in sp ira r g ases e m a n a nários indiretos, ouvidas pessoas que de maior perspectiva sistêm ica, m aior in
dos das en tran h as da te rra , no tra n se daí c id e m so b re te c n o lo g ia n a in d ú s tria , form atização e avaliação de com petên
decorrente, previam o fu tu ro é ocupa- agências de fom ento, Governo, centros de cia e de potencial dos estu d a n tes, dos
ão que fascinou a hum anidade. M ais mo- pesquisa e ensino. que são hoje, praticadas no ensino. Será
o rn am en te, a p a r tir de 1927, no XVI No s e to r de te le c o m u n ic a ç õ e s, um im portante reciclar pessoas, acha Q uin-
Congresso do Plano Q ü in q ü en al dos so direcionam ento im portante é dado pelas t e l l a , visto que o saber tecnológico de
viéticos, a atividade ganhou resp eita b ili in ten çõ es de com pras do sistem a T ele um engenheiro fica hoje obsoleto em 5
dade m ais científica e prosseguiu sob no b rás, pelo plano ae desenvolvim ento do anos, de um m estre em 9, de um doutor
mes tão atraen tes, q u an to im aginosos de C P qD e p elas co m p ras p re v ista s pelos entre 12 a 15 anos. No terreno da Educa
prospecçào tecnológica, p esq u isa de ce g ra n d e s u su á rio s de telecom unicações,
nários, m étodos de a n a lo g ia h istó rica e im p o rtan te p ara a prospecçào é a identifi ção, o núm ero de au las do tipo form al de
modelos m undiais. Hoje em dia. na estei cação de tecnologias-chaves, dos recursos verá ser m enor, ao passo que crescerá o
ra de uma tradição de m ais de d u as déca a serem investidos em P&D, da evolução trabalho independente e em equipe, o
das, 95% das em presas n o rte-am erican as dos recursos hum anos especializados e do uso de técnicas m odernas de acesso à in
utilizam algum m étodo prospectivo em background econômico e sócio-político es formação, o aprendizado à distância e o
seu planejam ento. J a p ã o , Á u s tria , A r perado p ara o País. contato do aluno não só com a teoria,
g en tin a, ín d ia , C a n a d á , R eino U nido, H oje, o b jeto de d e b a te dos in te le c m as tam bém com o m undo real da in
França são alguns dos m uitos países que tu ais, é sab er se a denom inada História dústria e comércio.
integram a co m u n id ad e de prospecçào co n tin u a evoluindo ou se ela já chegou a
tecnológica. um p a ta m a r de estabilização global, para Em sum a, é um a revolução cultural
No Brasil, a atividade, ain d a que inci a hum anidade, em que nada de significa em m archa, que prevê Q uintella, e que
p ien te, é p r a tic a d a p e la F E A /U F R J , tivo acontece m ais. 0 ad iv in h ar o futuro, n os agu ard a em um fu tu ro bem pró
P U C /R J, S E I, B N D S, U S P e C P qD da m esm o p ré -c ie n tific a m e n te , co n tin u a xim o. (JCF)
Telebrás. Urn dos m étodos ern voga no sendo — sobretudo p ara os iniciados e fãs
País, denom ina-se D elphi (nom e derivado um ap aix o n an te e g ratifican te esporte. Heitor Quintella é diretor de Progimamas de Com pu
do centro religioso de D olphos, na G récia (JCF) tação e Tecnologia do Instituto Latino-Am ericano
de Tecnologia -IL A T . para educação avançada, da
IB M Brasil.