Page 50 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1988
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Arthur Andersen discute informação
Empresas clássicas de consultoria são, diagnósticos empresariais, já sendo
como Arthur Andersen, Cooper Ly- comercializados, inclusive, por empre
brand, Price Water House sempre de sas de software no Brasil.
monstraram interesse pelo mundo fas José Roberto dos Santos, da Unysis,
cinante (e rentável) da informação. Isto dedicou sua palestra ao desenvolvi
se revelou verdadeiro no passado — ao mento de programas de computador, ex
auditarem estas empresas os balanços plicando que o maior problema da com
das grandes corporações — mas surge putação é atualizar e converter progra
agora, com mais ênfase, ao promoverem mas, um esforço que consome até 3/4 dos
estudos e seminários que tratam da im recursos de análise de qualquer centro
portância e impacto da informática e de processamento de dados. "Corrigir
das telecomunicações na moderna ges p ro g ram as dem ora cada vez mais
tão dos negócios. tempo, custa cada vez mais dinheiro e
consome cada vez mais recursos huma
Futurologia nos e da máquina”, disse Santos, acres
centando que, por outro lado, "os usuá
A Arthur Andersen promoveu, por rios querem sistem as cada vez mais
exemplo, seu forum anual reunindo abrangentes e sofisticados e mais fáceis
cerca de 70 executivos, a maioria do se de usar” — um aparente paradoxo.
tor privado, que por 30 OTNs puderam O profissional de informática fica
se inteirar das tendências da tecnologia portanto envolto numa espiral de apli
da informação, serem inquiridos sobre cações cuja vida média diminui (hoje
reserva de mercado e lei de software e está em torno de 2 anos) e com pedidos
ouvir, de quebra, a palestra do advogado de novos sistemas que podem represen
Georges Fischer sobre Política Nacional tar até 10 anos de trabalho ininterrupto
de Informática, por ocasião do almoço- para o futuro. O que fazer, então? É San
buffet no Hotel Sheraton, no Rio de Ja As empresas clássicas de consultoria se in tos mesmo que responde recomendando
neiro. teressam cada ve/, mais pelas comunicações. m aior " m a tu rid a d e ” — uma pala
Num exercício de futurologia e de C&Cou teleinformática. vra-chave no uso dos recursos de infor
exame de tendências da informática, mática.
Pérsio de Luca disse que o caminho é ru Coube a Dan Lebas, da AA, falar so
mo à descentralização da informação, que o importado, apesar dos nossos bai bre telecomunicações mostrando que
com maior emprego de telecomunica xos salários. A causa é nosso atraso tec este é um insumo que já chega a custar
ções, uso de inteligência artificial, nológico, a começar na Universidade. 3% do faturamento global das empresas
banco de dados relacionados e de enge Pouco usamos a informática como ins e que hoje já é empregado até para mar
nharia de software auxiliada a compu trumento de engenharia e de produção e keting, com terminais colocados nas de
tador. No Brasil, micros continuarão a não desenvolvemos chips. Precisamos pendências dos principais clientes para
expandir-se, a posição do Vax se consoli gastar nossos poucos recursos com capa facilitar consultas e encomendas. Enfa
dará, o Unix cleslanchará mas a auto citação tecnológica. tizou a necessidade de comunicações
mação comercial ainda não crescerá ao Isu Fang, olhando para o futuro, com uso de arquitetura integrada, to
ritmo desejado. A automação industrial acha que o uso da informática se tornará cando, de leve, no uso de meios moder
será tímida no País, em comparação mais iácil para o usuário pelo emprego nos de comunicações para negócios, in
com o que se vê lá fora, mas a automação de interfaces gráficas, linguagens de 4.“ clusive, via satélite.
bancária se portará melhor com ênfase, geração, além de gozar de mais conecti
contudo, na redução dos custos operacio vidade, vale dizer, de mais telecomuni O sem inário foi completado pela
nais das instituições. cações. palestra de Aloysio Pontes sobre manu
Isu Fang, da Elebra, com a desenvol Mário Gazanego, sócio-diretor da fatura do tipo just-in-tim e (se produz
tura que lhe dá o diploma de PhD, anali AA, enfatizou a utilização crescente de apenas o que será consumido), do sis
sou o mercado brasileiro de informática programas dotados de capacidade de in tema con-bon (card order and bring or-
declarando-se partidário da agregação ferência, a partir de informações previa der notice) e do conceito mac-pac pipeli-
de valor ao que se puder trazer de fora mente armazenadas. Dentre as aplica ne, que é um fluxo integrado de mate
para vender no País. Falou que a re ções mais próximas destes princípios es riais e de informações, com processa
serva de mercado sempre atuou no Bra tão os programas ditos "especialistas”, mento automático de transações. Sobre
sil para substituir importações, como na que atuam com base no armazenamento tema sim ilar falou L.G. Mestieri descre
indústria de automóveis, mas que, no prévio de informações fornecidas, obvia vendo o sistema de teleinformática no
caso da informática, se destinou a de mente, por especialistas. Sistemas dota grupo Nassau, no Brasil. Finalmente,
senvolver capacitação tecnológica, algo dos de inteligência artificial utilizam Roberto Silva deteve-se no CIB (ativi
ainda não alcançado. linguagens como Prolog e Lisp e são em dade bancária integrada) com o conceito
Ele distinguiu a fase da verticaliza- pregados para sistemas de apoio à deci de m ultibanco automatizado, tornado
çáo, ocorrida com os grandes computa possível graças à utilização intensiva.»
dores na década de 60, seguida da fase iJCD
dos micros, em que cada empresa se es TENDÊNCIAS DA INFORMÁTICA
pecializou em fazer algo e, finalmente, a
fase atual, no qual o usuário quer com Material Logicial Conectividade Aplicações
prar produtos de origem distintas mas No Mundo — descen linguagem de 4.a gera rápida expansão das re fábrica integrada por
quer que "tudo funcione como um con tralização; terminais es ção; enfoque no usuá des; aumento da conec- computador deslan
pecializados, integra
junto so”. ção micro-main frame; rio final; sistemas espe tivid a d e ; inform ação chando; automação co
cialistas com erciais;
distribuída; ênfase em
mercial: uma realidade,
Fanç criticou a lei da reserva, achan aumento de mips; com base de dados relacio arquiteturas abertas; automação bancária,
do que o mesmo resultado poderia ter putação paralela; baixa nais; programas trans uso crescente do m o ru m o à integração
de dólares por mip.
sido obtido sem ela, como no caso dos No Brasil micros em portáveis. delo OSI. global.
expansão do Unix; de
utilização crescente da
mercados fechados da Coréia e Japão — ascensão; supermims senvolvimento de apli Renpac; uso de satéli automação industrial
ainda pouco integrada,
países altamente xenófobos. E falou declinando; main fra cativos; uso de Case (lo tes para dados; descen- automação comercial
também sobre custos: mes estáveis e rentá gicial por computador); tralização das redes; incipiente; automação
veis; solução Vax li equipamentos s/aplica- uso de redes locais. bancária com ênfase na
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