Page 20 - Telebrasil - Julho/Agosto 1988

Quo Vadis telefonia celular?

Reportagem; João Carlos Pinheiro da Fonseca

Sob o titulo "moldando o futuro integrado” o Fórum RS, promovido pola i Tl\ tratou da evolu­

ção e realidade da radiocomunicação celular, num clima de muita expectativa.

O últim o anseio, por definição, analógica, surgiu há cerca de quatro A telefonia celular, ainda que limi­

do homem de telecomunicações é anos, como evidenciado pelo sucesso co­ tada por um recurso escasso o espec­

mercial que rapidamente alcançou. A tro eletrom agnético de frequências —
fazer com que cada um possa, a
fim de acomodar ainda maior número de desperta a imaginação da indústria de
todo momento, em todo lugar, se usuários, a tendência é, agora, implan­ 'PC's ao visu alizar o potencial merca­

comunicar com qualquer outro. tar, tal tecnologia, em frequências mais dológico do telefone de bolso, que livrará

Rumo a este objetivo, situam-se altas, na faixa de 900 MI lz, como fazem uma parte da população da escravidão

BUA e Japão. do fio. Arunas Slekys, da Novatel,cana­
os telefones ou term inais portá­
Da mesma maneira, os europeus es­ dense, quer ver 5 milhões de usuários,
teis para se conduzir no carro, se tão esticando seus sistemas rádio mo­ até 1991, no mundo todo, com custos

levar na mão, se in tro d u z ir no veis analógicos, de 450 para 900 Mil/., caindo para 500 dólares por terminal.

bolso, e se am arrar no pulso, ou tendo em vista a demanda estimada de

até, quem sabe, captar, um dia, usuários para os próximos anos, en­ Estados Unidos

quanto esperam o novo supersistema di­
as ondas cerebrais do ser h u ­

gital Pan-Kuropeu ta 900 MHz), dotado "O s norte-am ericanos são os que
mano. de características RDSl, a ter início em m ais u tilizam a telefonia celular no

1991. mundo e apesar dela constituir apenas

um complemento das telecomunicações
rovavelmente, por sua atualidade,
P a UIT escolheu a telefonia celular tradicionais, seu desenvolvimento, ao

— uma mistura de rádio, telefone e com­ longo de 20 anos, tem sido espetacular”,
enfatiza W. Borman, vice-presidente da
putador — como um dos temas para o

Forum técnico, do Américas Telcorn 88, Motorola, ao afirmar que, hoje, existem

promovido no Rio de Janeiro. nos Estados Unidos cerca de 200 locali­

Um giro pelo mundo (vide tabela) dades, com 1,3 milhões de assinantes

mostra que a telefonia rádio móvel está deste sistema (inclui 50 mil no Canadá).

tomando veloz impulso nos países de­ O sucesso da telefonia celular, nos

senvolvidos, que gostariam, sem dú­ E U A , foi atribuído, pelo executivo, a

vida, vender tal solução para o resto do três fatores: competição na exploração

mundo, inclusive como alternativa para do serviço, escolha acertada da tecnolo­

rápida implantação de serviços de tele­ gia e criação de uma rede comercial dc

comunicações inexistentes, sem o uso de fornecedores. O território americano foi

rede de fios e apenas com o emprego de dividido em mercados, explorados, cada

equipamentos. um deles, pela operadora telefônica lo­

Alguns países começaram a ter siste­ cal e por um empresa privada, cm re­

mas móveis, não celulares, ainda na dé­ gime competitivo, "ainda que isto tenha

cada de 60, em freqüôncias mais baixas, criado problemas de compatibilidade a

em VHP. Na década de 70, começaram a serem resolvidos” , reconheceu Borman

surgir redes na faixa de 450 MHz. Mas o "Como se sabe” , disse ele, "a tendon

grande impulso da telefonia celular, cia da tecnologia celular é a de reutili

zar ao máximo o espectro de freqüên

cias, de modo a acomodar o maior nü

Antonio Curios Magalhães mero possível de usuários, principal

falando do telefono portátil, mente nas áreas metropolitanas.” Es

por ocasião do America's Telecom.
pera-se que, para 1990, seja possível

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