Page 72 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1987
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Os silicetos de titânio produzidos , . *--(X
O Brasil já tem tecnologia para pro sincronização entre o usuário e a central
duzir o que há de mais moderno em ter através dessa técnica foram testados em telefônica.
mos de conexão para circuitos integra circuitos integrados com tecnologia TB 16 — Codificador e decodificador
dos: silicetos de titânio. As pesquisas MOS e apresentam características equi de código de transmissão digital HDB3
para o desenvolvimento desse material valentes às dos dispositivos com ma Para uso nos sistemas multiplex da Fa
estão sendo feitas, desde 1985, pela Di terial convencional. Agora que essa pes mília MCP. Esse circuito, até ser desen
visão de Materiais e Processos do La quisa está em fase final, a equipe da volvido pelo CPqD, era importado.
boratório de Sistemas Integrados (LSI), USP prepara-se para novos trabalhos. E TB17 — Versão ampliada do Código
da Universidade de São Paulo (USP), e está iniciando os estudos sobre a forma HD83, que inclui outras funções adicio
os resultados já foram testados e apro ção de silicetos de cobalto. nais de filtragem de sinais, também
vados. — O nosso obietivo é estudar outro
processo para poder compará-lo ao do ti para uso nos equipamentos multiplex
O Centro de Pesquisa e Desenvolvi da Família MCP.
mento (CPqD) da Telebrás, em Campi tânio. O siliceto de cobalto é bem di
nas, SP, também está lançando os três ferente do feito com titânio, mas pode
primeiros circuitos integrados desen ter vantagens em seu processo de fabri Tecnologia exterior
volvidos com software inteiramente na cação — concluiu o professor Jacobus.
cional. O CPqD, desde 1982, vem proje O CPqD desenvolveu recentemente Porém, enquanto os pesquisadores
tando circuitos integrados dedicados circuitos integrados dedicados mais co brasi leiros estão preocupados com o lan
para equipamentos de telecomunica nhecidos comoTBlO ou 2560T, utilizado çamento de seus circuitos integrados,
ções. Além dos projetos de CIs (chips), o no telefone padrão brasileiro, além dos bem como sua fabricação em escala in
CPqD já alcançou resultados surpreen seis circuitos desenvolvidos para o sis dustrial, segundo a Cendotec, cientistas
dentes no domínio de tecnologias digi tema de transmissão do MCP-60 (multi- franceses, japoneses e norte-americanos
tais e optoeletrônicas. plexador digital para 60 canais telefôni trabalham na mais revolucionária con
cos), cujo protótipo já se encontra em quista da informática: os biochips, que
Tecnologia da USP fase de teste de campo. utilizam como supercondutores certos
Entre os projetos desenvolvidos pelo materiais orgânicos primários, como ca
O prof. Jacobus W. Swart, coordena CPqD destacam-se a Central Telefônica deias de carbonos cercadas de moléculas
dor da Divisão de Materiais e Processos Digital, da Família Trópico CPA-TR de hidrocarbonetos. A molécula orgâ
da USP, disse que "agora os projetos para até 4 mil assinantes e a CPA-T- nica alterna-se entre os estados isolante
para circuitos integrados, desenvolvi RA, projeto em fase de conclusão para e condutor, de acordo com as variações
dos pela Universidade de São Paulo, es até 20 mil assinantes; fibra óptica para externas. Além disso, pode transportar
tão à disposição das empresas do setor pequenas distâncias (já está sendo fa sinais de todos os tipos: luminosos, so
de informática que se interessarem em bricada no País) e para grandes distân noros, eletrônicos, atômicos. No século
investir no que há de mais moderno em cias, em fase de conclusão; domínio da XXI os circuitos orgânicos certamente
termos dessa nova tecnologia, pois os tecnologia de raios-laser de arseto de virão su b stitu ir os componentes de
silicetos de titânio já estão sendo usados gálio e de fosfeto de índio; e equipa silício.
nos circuitos com memórias de 1 e 4 mento para comunicações via satélite. Enfim, há muito tempo, em alguns
Mbit/s produzidos nos Estados Unidos, 'Podas as antenas parabólicas utilizadas países desenvolvidos, milhares de pes
Japão e Europa”. nas estações terrenas do Brasilsat, na quisadores vêm brincandode 'Dr.rran-
— Por terem uma resistência elétrica Amazônia, foram projetadas pelo CPqD kenstein”: tentam dar ao computador,
10 a 20 vezes menor que os materiais de e fabricadas pela indústria nacional. se não uma alma, pelo menos um.jer,e
interconexão tradicionais — como o silí Em relação aos novos circuitos inte bro digno desse nome. E a humani a^
cio policristalino — os silicetos reduzem grados dedicados desenvolvidos pelo deverá estar preparada (daqui a uns
o tempo de propagação do sinal e tornam CPqD, suas aplicações práticas são as ou 30 anos) para mais uma noV1 a ’
o circuito mais rápido -explicou o prof. seguintes: talvez possamos conectar nosso sis
Jacobus. TB 15 — Memória elástica e tempori nervoso diretamente a um termina ^
Segundo ele, o uso desse material zação para a central telefônica digital computador... ( J . P . )
também possibilita reduzir a área total
ocupada pelas linhas de interconexão,
diminuindo o tamanho dos chips. Isso é
possível porque o siliceto é refratário,
pode ser oxidado, permitindo o uso de in- £
terconexáo em vários níveis. Isto é, eles
podem ser colocados uns sobre os outros
e separados por uma camada isolante.
O professor Jacobus afirmou, ainda,
que uma equipe de seis pesquisadores,
entre mestres e doutores, trabalhou
para desenvolver o processo que conse
gue fazer o recozimento de filmes finos
de titânio sobre o silício e analisar as
características do filme formado atra
vés de técnicas importantes como a es-
pectroscopia por retroespelhamento de
Rutherford e a espectroscopia de elé
trons Auger, por exemplo. Os circuitos integrados tendem a se miniaturizar cada vez mais.
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