Page 68 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1986
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A s g r a n d e s f a m í l i a s
d a i n f o r m á t i c a
*
• Cristina De Luca
Em meio a tantos tipos e mo O padrão Sinclair é baseado num mi falta de periféricos. No exterior já exis
delos é conveniente ao homem de croprocessador Z-30A, da Zilog. O TK- tem periféricos dos mais variados tipos.
telecomunicações ter uma visão 90X possui um segundo microprocessa Por todas essas características os Sin
dor, encarregado de enviar as imagens clair são equipamentos voltados para o
panorâmica dos micros e super-
para a TV. Todos os modelos incorporam mercado de computadores domésticos e
micros. Sinclair, TRS, MSX, Ap interface para gravador K-7 é um mo- ideais para aplicações com jogos, h o b
ple, Macintosh, CP/M, PC, X T dulador de freqüência para conexão com b ie s sofisticados, administração domés
são tantos outros nomes, que TV. Todos possuem saída para jo y s tic k tica, ferramenta escolar, cálculos sim
e uma conexão trazeira que reproduz a ples, videotexto e processamento de
precisam ser decifrados. Este é o
pinagem da CPU, permitindo a ligação texto.
propósito do artigo que se segue: com outros periféricos ou a colocação de
módulos de expansão. Segundo Cláudio TRS-80
Ainda, em 1984, o engenheiro da Freitas Bittencourt, professor do IME,
Embratel, José Carlos de Seixas, na "a parte mais criticada é o teclado im- Falar da família TRS implica neces
palestra "A Informatização da Socie corporado ao gabinete”. sariamente em falar da história da em
dade e a Caixa de Pondora” evocava a presa americana Tandy Radio Shack
lenda grega para ilustrar a altíssima ro Corporation e das evoluções técnicas do
tatividade de produtos, que "envelhe seu microcomputador TRS-80.
cem antes que consigamos nos acostu Em 1977, nascia o modelo I do TRS-
mar com eles, ou sequer aprender a 80 e tinha base a tecnologia mais barata
utilizá-los em todo o seu potencial”. Indo da época. Usava um microprocessador
mais longe, Seixas se referia à quanti Z-80, de 1,77MHz, com apenas 4 bytes
dade de diferentes opções em h a rd w a re de RAM e armazenamento externo em
e s o ftw a r e a uma "Torre de Babel com fita K-7. Este mesmo modelo ganhou, no
pleta”. Para o engenheiro, bem como ano seguinte, pastilhas de 16 kbytes de
para a comunidade de informático, falar RAM e a possibilidade de operar com
na informatização da sociedade era si discos de 5 1/4 polegadas, densidade a
nónimo de falar em computação pessoal. face e Sistema Operacional TRS-DOS.
Completando seu raciocínio, alertava Em 1979, saía o modelo II com clo ck
para o fato de que erros de avaliação ou de 4 MHz, 64 kbytes RAM e a possibili
comprometimentos irresponsáveis são dade de usar discos de 8 polegadas a dois
capazes de provocar danos considerá sistemas operacionais: o TRS-DOS e o
O TK 85, da Microdigital, foi
veis ao usuário. Portanto, é preciso sa um dos primeiros Sinclair-like CP/M 2.2. O ano de 1980 marca o apare
ber escolher a máquina que melhor se lançados no mercado. cimento do modelo III, considerado
adapta a cada necessidade de processa pelos críticos internacionais uma ver
mento. E neste sentido a primeira coisa são aprimorada do I. Seu c lo c k é de 2
a fazer é tomar conhecimento das carac A memória auxiliar é de fita cassete; MHz, tem 16, 32 ou 48 kbytes de RAM
terísticas de cada família de computa o TK 90X tem memória de vídeo para inicial e possibilidade de operar com
dores. alta resolução e cores. Uma caracterís cinco sistemas operacionais. Extensões
tica interessante desses micros: os mo simples de h a r d w a r e permitem supor
Sinclair dos texto e gráfico poderem ser usados, tar também o CP/M, mas sua perfor
simultaneamente, sem qualquer restri mance é inferior a dos outros cinco siste
Conhecido tradicionalmente como o ções para o usuário. Ao TK-90X foram mas. O modelo IV foi lançado, em 1982,
computador que apresenta menores re acrescentadas funções com a finalidade com a CPU expandida em módulos de 64
cursos, o usuário poderá se impressio de incorporar caracteres das línguas kbytes, suportando discos Winchester e
nar com a quantidade de aplicações de portuguesas e espanhola, visando sua com disponibilidade de uma placa grá
um Sinclair. No Brasil, os primeiros aplicação na edição de textos. O sistema fica opcional.
lançamentos desta linha foram os NE- operacional está inteiramente incor Muitos outros modelos, portáteis ou
Z80, da Prológica, e o TK-80, da Micro- porado ao equipamento, não havendo com performance próxima a dos PC-AT
digital, em 1981. Ambos eram deriva alternativa para o usuário. A lingua (por terem como processador um Intel
dos do ZX-80, da Sanclair Radionics. gem é o Basic residente, mas existem 80286, de 8 MHz,atingindo até 16 Me
Suas principais deficiências: impossi inúmeros compiladores no mercado que gabytes), já foram lançados pela Radio
bilidade de efetuar cálculos de ponto flu permitem a utilização de Assembler, Shack no mercado americano, mas
tuante e de enviar imagens para o tele Forth, Logo e Pascal. ainda não se tem notícia de "clones” ou
visor, enquanto a CPU estivesse ocu Internacionalmente, um ponto alto "like” no Brasil. Nosso primeiro micro
pada rodando o programa. Depois vie do Sanclair, ainda segundo o professor computador (D-8000) era uma cópia do
ram o CP 200, também da Prológica Bittencourt, é a disponibilidade de s o ft TRS-80 modelo I. Só funcionava com K-
(descontinuada recentemente), e o TK w a re . No Brasil contudo a quantidade 7 e teve vida curta. Ainda, em 1981, ou
85, da Microdigital, ainda no mercado. de jogos supera a de utilitários e aplica tras máquinas semelhantes surgiram: o
Em 1985, a Microdigital lançou o TK- tivos, até por que a produção nacional de Digitus 100; o Naja, da Kemitron: e o
90X, derivado do ZX Spectrum, também s o f tw a r e para qualquer tipo de micro Sysdata Jr. Em 1983, a revista "Micro
da Sinclair. De lá para cá, não houve no pessoal é muito limitada. Outro ponto Sistemas” publicava um balanço da III
vidades. crítico para o mercado brasileiro é a Feira Internacional de Informática lis*