Page 68 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1986
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inform ática
L a s e r d a E le b r a
Um chip com 35 milhões de transis lhão de transistores. Para chegar aos p a r a a T e le b rá s
tores. Em outras palavras, um circuito 35, a TRW está trabalhando com a lar
capaz de alojar numa minúscula farpa gura de 0,5 mícron. A IBM e a Honey-
de silício a capacidade de alguns dos su well são algumas das empresas que es A Elebra foi escolhida pela Telebrás
percomputadores atuais. E o mais novo tão desenvolvendo chips com circuitos como empresa apta a receber a tecnolo
fruto da corrida espacial. Acaba de nas de meio mícron. gia para produção de laser, a exemplo do
cer nos laboratórios da TRW Inc. com a Relegada pelos japoneses, a tecnolo que ocorreu com o grupo ABC. A empre
colaboração de técnicos da Motorola e gia que está sendo desenvolvida pela sa já firmou contrato com a General Op-
deverá entrar em produção por volta de TRW e a Motorola poderá tirar a indús tronies, americana, para importar com
1989. Até lá está incluído entre os proje tria americana de semicondutores do os- ponentes sem i-acabados e investirá
tos de alta prioridade do Departamento US$3 milhões na construção de um par
de Defesa dos Estados Unidos (Pentá que industrial em Campinas.
gono), e é identificado pela sigla VHSI Em dezembro, o mercado brasileiro
— as iniciais em inglês para Circuitos de telecom unicações começou a ser
Integrados de Altíssima Velocidade. abastecido por produtos laser acabados
A principal aplicação deste supor- pela Elebra nas instalações adaptadas
chip será processar, em tempo real, flu em Campinas. Dentro de um ano, a em
xos de informações captados simulta presa deverá estar produzindo integral-
neamente por uma grande variedade de m ente os com ponentes laser, impor
sensores de armamentos sofisticadíssi tando apenas o material e equipamen
mos. A maioria desses armamentos tos não disponíveis no mercado nacional
ainda não saiu das pranchetas dos proje para sua produção. Os ledse detectores
tistas Outra aplicação confirmada será a laser ainda representam um mercado
nos computadores responsáveis pelo pequeno. As telecomunicações brasilei
controle dos mísseis anti mísseis do pro ras consomem três mil desses dispositi
grama "Guerra nas Estrelas”. A M M já d e té m a tecno lo g ia de fa b ric a ç ã o d i* vos anualm ente. Contudo, cada um
chips com circu ito s de I m icro n , e com eça a
Trabalham no programa VHSI uma deles pode custar milhares de dólares,
p e s q u is a r os de 0,í> m icro n M u s n T H W s a iu
quantidade razoável de indústrias mi- na /'rente. pois neles esta embutida uma tecnolo
croeletrónicas americanas. Contudo, o gia muito sofisticada.
chip desenvolvido pela TRW é consi Ate o inicio da comercialização de
derado, até o momento, o mais potente. (racismo. Os fabricantes envolvidos no produtos da Elebra e ABC, com tecnolo
Associada á tecnologia da percursora programa VIISI têm tudo para se tornar gia estrangeira, era o CPqD da Telebrás
dos circuitos integrados, a Motorola, a líderes mundiais na produção e concep que abastecia o mercado interno com a
TRW conseguiu reduzir a espessura do ção de chips Honeywell, Motorola e Te pequena quantidade da produção piloto.
circuito e aumentar o tamanho do semi xas Instruments já estão aplicando nos A Elebra pretende aum entar o índice de
condutor. Hoje, a largura média do cir chips do mercado comercial técnicas de nacionalização dos produtos laser ab
cuito de um chipè de 3 mfcrons. Alguns senvolvidas no VHSI Entre elas a de sorvendo paulatinam ente a tecnologia
fabricantes mais adiantados consegui embutir num mesmo chip diversos cir desenvolvida pelo CPqD. Isto deverá
ram chips com circuitos de 1 mícron. cuitos reservas para evitaras falhas téc ocorrer até a conclusão das obras da
Eles contém, aproximadamente, 1 mi nicas de produção. nova indústria, em Campinas.
Normas técnicas: renovação à vista
Com a crescente industrialização do tem três órgãos envolvidos: a Associa Quanto ao Conmetro, que é o órgão
País, o problema das Normas Técnicas ção Brasileira de Normas Técnicas — ministerial que trata da política de nor
passa a adquirir renovado interesse ABNT; o Conmetro; e o Inmetro. Se matização técnica, seria reformulado
prático e económico. E o caso, por exem gundo o representante do Coppe, o es para incluir também representantes de
plo, de um estudo financiado pelo Banco tudo concluiu que há uma superposição entidades de classe.
Mundial, para tratar de problemas liga de atividades entre ABNT e Inmetro e Diante deste panorama, as eleições
dos à tecnologia básica do País, envol propõe que a Associação Brasileira de para a renovação de um terço do Conse
vendo um levantamento de problemas Normas Técnicas — um verdadeiro lho Diretor da ABNT tomam novo signi
nas áreas de firmas industriais e de en fórum no qual participam empresas (só ficado pela mudança de quatro sócios
genharia, qualidade industrial, metro cios mantenedores), pessoas jurídicas mantenedores, dois coletivos, um indi
logia e normatização industrial. em geral, sócios individuais e outras as vidual e um associativo. Se, nos emba
Estes últimos dois itens ficaram a sociações filiadas — seja reforçada como tes do mercado, o jogo pode ser classifi
cargo do estudo do Coppe, da UFRJ, que entidade destinada, a tratar do proble cado às vezes de "bruto”, a luta de basti
saiu com um elenco de propostas, "algu ma da normatização técnica. Ficaria re dores para o comando da normatização
mas até polêmicas”, como frisou o espe servado ao Inmetro, que é subordinado à pode, em contraposição, ser denomi
cialista Flávio Grynspan. Secretaria de Tecnologia Industrial, os nada de sutil, mas não menos fasci
No tocante a Normas Técnicas exis assuntos referentes à metrologia. nante. {JCF)