Page 5 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1986
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editorial





































                                                                                                                      A   h o r a   d a   v e r d a d e




















                                                                                                                                                                                                             Antonio Carreira



                                                                                                                                                                                                             (Presidente da Telebrasil)












                                                              Se o PMDB venceu as eleições ou se o PFL as vencesse pouco




                                                      importa. O que interessa hoje ao Brasil é uma política séria, de




                                                      sacrifícios, sem prejudicar os investimentos básicos que vão re­





                                                      almente solucionar a médio e longo prazo os nossos problemas.





                                                               Viveremos dias de dificuldades mas encontraremos soluções




                                                       para o nosso destino de grande País. Para tanto a palavra-chave




                                                       é a conscientização. Precisamos em primeiro lugar nos cons­





                                                       cientizar de que só com o trabalho os países se desenvolvem.




                                                                Desejamos salários justos como merecem os trabalhadores.





                                                       Não apoiamos entretanto movimentos políticos onde os traba­




                                                        lhadores entram apenas como massa de manobra de figuras co­





                                                       nhecidas e geralmente frustradas nas suas ambições. O que o




                                                       País precisa é deixar de falar nas coisas impossíveis como mora­





                                                        tória, descumprimento de compromissos assumidos, etc...




                                                                Por outro lado,também não podemos sacrificar o País em fun­




                                                        ção de apenas o pagamento da dívida externa. A negociação en­





                                                        tre credores e devedores é indispensável, porque só com o cresci­




                                                        mento do País poderemos oferecer garantias reais do cumpri­





                                                        mento de nossas obrigações. Para tanto é indispensável investir




                                                        seriamente em alguns setores como energia elétrica, siderur­





                                                       gia, transportes e telecomunicações além de um programa de




                                                       investimentos necessários e urgentes na área social.





                                                                Fora daí é viver num mundo irreal, criando esperanças que




                                                       não se alcançam. A verdade deve ser dita desde o Presidente da





                                                       República até o mais humilde dos trabalhadores. Com este sen­




                                                       timento, o País vai crescer mais. Se julgarmos que já somos uma





                                                       das maiores nações do mundo e que não precisamos de apoio de




                                                      ninguém, vamos caminhar para trás, que não é a trilha do pro­





                                                      gresso, nem o que os brasileiros desejam.





                                                              A realidade não se curva ao simples desejo ou a manifestações




                                                      de intenção. A alteração da realidade implica em vontade cons­





                                                      tante e ação permanente.




                                                              Chegou a hora, portanto, de trabalhar as soluções e não só





                                                     exercitar o espírito crítico.
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