Page 60 - Telebrasil - Maio/Junho 1986

CURTAS
Assista o filme e guarde a fita...
Filmes cinematográficos em cópias de
videocassete tiram o público das salas de
projeção? Se alguém duvida que sim, certa­
mente não se chama Arnaldo Jabor. Con­
vencido da utilidade do videocassete para
ampliai* a cultura cinematográfica, o pro­
dutor chega até comparar o h om e-video
com o registro em revistas: "Servem para o
público guardar e lembrar cada pedacinho
especial daquele filme que marcou, tocou
fundo, emocionou mesmo”.
É o que aconteceu com o filme "Eu sei
que vou te amar”, lançado em abril, simul­
taneamente, nos cinemas comerciais e em
videocassete no Rio e São Paulo. Segundo o
superintendente da Globovídeo, Roberto
Faria Mendes, o cineasta Arnaldo Jabor re­
cebeu 6 mil dólares em mídia impressa e
audiovisual, vinculados às propagandas de
lançamento da empresa global. "Na reali­
dade, esses contratos, e mesmo a co-partici-
paçáo na elaboração do filme, beneficiam
de qualquer forma a produção" — afirmou
Roberto Mendes.
O lançamento conjunto, discutido am­
plamente durante a inauguração da nova
Fernanda Torres: Palma de Ouro de melhor atriz do
Festival de Cannes.
A TV digital, mesmo custando o do­
bro de uma tradicional, já começa a ga­
nhar espaço no mercado internacional.
Suas vantagens partem da qualidade de
imagens muito superior e vão até as
inusitadas combinações em uma
mesma tela de dois ou mais canais. Um
dos circuitos integrados do receptor tem
a função de evitar imagens duplas, que
causam os incômodos "fantasmas”. Os
c h ip s desse equipam ento filtram
imagens, eliminando as mais tênues e
processando apenas as de melhor defini-
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M
• O Dentei Regional de São Paulo e a Policia Fe­
deral começaram a agir com mais rigor contra
sede comercial da Globovídeo, no Rio de Ja­ as cham adas rádios piratas existentes no in­
neiro, deu margem para que se levantasse terior do Estado. De 1984 para cá, mais de 30 in­
"a lebre da pirataria”. Para Roberto Men­ quéritos foram instaurados pelo DOPS do DPF
e
des não há espaço para o "pirata” agir SP, m consequência de serviços clandestinos de
quando a cópia é colocada à venda simulta­ telecomunicações, sejam de radiodifusoras ou da
neamente ao período de estréia do filme nos faixa cidadão. O Dentei ao constatar que a emis­
sora de radio ou TV não é legalizada lacra os
cinemas comerciais. "Põe fim ao chamado
equipamentos.
"Projeto Janela” utilizado nos Estados Uni­
dos pelos "piratas”, enquanto as locadoras e
distribuidoras autorizadas sáo obrigadas a
esperar seis meses para comercializar as
primeiras cópias”. »
Além disso — continuou Roberto Men­
des —, no caso brasileiro, onde só existem
cerca de um milhão de aparelhos de vídeo,
nem de longe a fita cassete representa uma
ameaça à exibição da película nos cinemas,
já que um filme de pouco público alcança a
marca dos 8 milhões de espectadores. A
única implicação é a atividade desorde­
nada das salas de vídeo, exibindo o filme • A Sony está lançando um novo tape-deck no
para um grupo maior de pessoas, na maio­ mercado. Trata-se do TC-FX 510R BS. produ­
ria das vezes cobrando ingresso, no qual zido na Zona França de Manaus. O equipamento
nem o produtor nem o distribuidor tem par­ grava e reproduz com auto-reverse, tem sistema
ticipação. de redução de ruído, contador digital linear, ca-
lieça hiwr iimorphous, musicscan, AMS, Blank
Contudo, a opinião de Roberto Mendes Skip e outros recursos (foto). í
não é corroborada pelos grupos exibidores.
Eles dizem que, desde o advento da TV n
• O novo diretor regional do Dentei MG, Al-
coros, lx»m como a queda do poder aquisi­
lierto Pinto ('oolho Junior, prometeu dinamizar
tivo das classes menos favorecidas, paulati­ as atividades do órgão no Estado, atendendo à
namente o público foi se afastando das política de democratização dos serviços reco­
salas de projeção em todas as regiões do mendada pelo Minicom. Ele disse que dará
I ’aís, ao ponto de terem que cerrar as portas maior ênfase à radiodifusão e apoiará a Telemig
de vários cinemas por não ser mais um ne­ para que a empresa prossiga em seu trabalho de
gócio rentável. Quanto aos h o m e-vid eo s, os desenvolvimento da telefonia em Minas Gerais.
exibidores acham que não altera muito o
• As estações de Amplitude Modulada (AM)
quadro negativo que há mais de 10 anos
estão aderindo ao estéreo, atendendo à Por­
vem sentindo o cinema comercial. "Muitos
taria 22 do Minicom (vide Revista Telebrasil
espectadores não gostam da telin h a e conti­ M A 86, pp 28). No Rio de Janeiro, a Mundial
nuam frequentando as salas de projeção e a JB já aderiram ao sistema e, em Fortale­
que possuem um melhor visual, efeitos e za, Ceará, dizem que a Rádio AM do Povo, ja
sons especiais, que a TV ainda não tem con­ transmite com estereofonia. Quanto à parte
de recepção, a direção geral da Gradiente
dições de oferecer”.
está se movimentando para suprir em breve
o mercado com receptores adequados. T
Chip mata "fantasma” da TV
çáo, segundo a Sid Microeletrônica. A tecnologia do ch ip é da ITT Semi­
Para dar melhor resolução às ima­ condutores que deseja repassá-la à Sid
gens, o Cl gera artificialmente uma li­ Microeletrônica, que já monta e encap­
nha intermediária entre cada uma das sula diversos tipos de ch ip s comprados à
525 linhas da rrV tradicional. Ou seja, ITT. Portanto, a aquisição do D igit 2000
ele simula uma TV de alta definição. Os seria apenas um item a mais no comér­
ch ips permitem ainda dividir a tela em cio das duas empresas. A questão princi­
duas, quatro ou oito pequenos quadro. pal é saber que aceitação teria esse pro­
Os telespectador |xxle, por exemplo, es­ duto no Brasil. Para a Sid, além do alto
tar assistindo a um filme em uni canal e preço, seria necessário mudar o hábito
as ao mesmo tempo, num quadrante su­ dos consumidores e a produção, em es­
perior, ir passando pelos outros canais cala de mercado, pode não dar certo.
para ver se tem algo mais interessante. Pelo menos, por enquanto. m
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