Page 9 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1985
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"As Telecomunicações Brasilei inferiores a sua capacidade de reali priadas. Esse estudo deveria contar
ras — Uma Proposta Política para o zação. Outra providência indispen com a participação dos diversos se
Próximo Governo” é o terceiro docu sável ao atendimento da demanda é tores privados.
mento editado pela Telebrasil que uma aplicação mais adequada dos re
procura motivar diversos setores go cursos que, como sobretarifas, eram Estrutura operativa
vernamentais e lideranças políticas pagas pelos assinantes.
sobre a importância das telecomuni Manter uma administração pro
cações para o País e a existência dos Participação da indústria fissional nas empresas operadoras.
problemas.que as afligem. Os dois Se ocorrer uma alteração generali
primeiros documentos, já publicados, A indústria do setor é moderna e zada dessa filosofia, seguida de uma
foram: "As Telecomunicações Bra compete internacional mente em eventual queda da eficiência dos ser
sileiras — Políticas, Realizações e qualidade e tecnologia. A desacelera viços, tal fato seria atribuído â nova
Perspectivas” e "Correios e Telégra ção provocada pela Seplan criou de política de Governo. Má necessidade
fos do Brasil — Políticas, Realizações semprego e forçou a ociosidade in di* maior entrosamento entre os se
e Perspectivas”. dustrial. O reaquecimento das ex tores de planejamento dos governos
Neste terceiro documento, objeti pansões trará recuperação a curto federal e estaduais com os da Tele-
vando indicar ao futuro Governo os prazo, ressurgindo empregos e pro brás e suas concessionárias.
principais assuntos que abrangem as duzindo novos sistemas de telecomu
TCs, a Telebrasil aponta alguns pro nicações necessários a atender as Pesquisa e Desenvolvimento
blemas e sugere soluções para um se solicitações da sociedade brasileira.
tor que é amplamente reconhecido Consolidação de urna indústria de
pela comunidade, não apenas nos Expansão da abrangência social telecomunicações nacional, autó
segmentos empresariais e políticos, noma e forte, e que dependa quase
mas, igual mente, pela população em A redução da participação finan que integral mente dos produtos de
geral. Enfim, é um setor estatal que ciara dos usuários, compensada por senvolvidos pelos centros de pesqui
deu certo. tarifas mais realistas, e o acesso ao sas brasileiros, entre os quais o
O documento ressalta que "em uso do telefone pelas classes sociais CPql) da Telebrás.E indispensável
bora muito já tenha sido realizado e de menor renda ampliarão a abran que seja mantido e ampliado esse
não sendo o setor, de forma alguma, gência social das telecomunicações. apoio, até que as indústrias tenham
uma área problemática para o Go E necessária a manutenção do re adquirido capacidade própria de cri-
verno, muito ainda resta a ser feito e gime de monopólio estatal para acão de novos produtos.
algumas questões fundamentais pre garantir a efetivação de investimen
cisam de equacionamento. Devida tos nas áreas carentes e de baixo re Conclusão
mente encaminhada solução para os torno econômico.
problemas existentes, as telecomuni — O setor de telecomunicações é
cações apresentarão resultados de Novos serviços uma área governamental — conclui
expressivo impacto social já nos pri o documento da Telebrasil — que não
meiros anos da próxima adminis Existem pressões de setores eco deve inspirar preocupações ao futuro
tração”. nômicos e sociais para que lhes sejam Governo, já que vem tendo bom de
oferecidos mais e novos serviços de sempenho. Tal desempenho foi ob
Insuficiência de telefones TCs. Todas as pesquisas feitas até tido pela continuidade das políticas e
agora mostram que o setor de comu ações adotadas ao longo de muitos
A demanda reprimida de telefo nicações goza de alta credibilidade anos. E um setor altamente profissio
nes, tanto nos centros urbanos da Nação. Existem dificuldade de nalizado e gerido dentro de princí
quanto nas áreas rurais, é focalizada atender totalmente os pedidos, de pios econômicos tão sadios quanto os
como um dos problemas cuja soluçáo vido as restrições da Seplan, ainda encontrados nas melhores empresas
dependerá, exclusivamente, da reali que hajam recursos disponíveis. privadas. Seria de todo prejudicial
zação de mais obras. A propósito, o promover alterações nas essências
documento enfatiza: "Ao contrário do TCs x Informática dessas filosofias que deram bons re
que se poderia imaginar, tal ácrés- sultados até agora. O setor tem pro
cimo de obras não implicará em qual O documento da Telebrasil tam blemas de soluçáo razoavelmente fá
quer ônus ao orçamento do governo bém sugere a unificação dos setores cil, na dependência do desejo do Po
porque, em muitos casos, as empre de telecomunicações e informática, der Político.
sas de telecomunicações já dispõem acrescidos da microeletrônica. Pro A Telebrasil, que representa ex-
de recursos próprios, não inflacio põe ainda que seja estudada imedia clusivamente os interesses do setor
nários, mas não podem aplicá-los, tamente a criação do Ministério da como um todo, dispõe-se a cooperar
porque a Secretaria de Planejamento Teleinformática, em substituição ao com o futuro Governo, sob todas as
da Presidência da República vem es atual Ministério das Comunicações e formas possíveis, para o encontro de
tabelecendo limites de investimen à SEI, a fim de evitar novos desen melhores soluções. TP
tos para essas empresas em valores tendimentos e buscar soluções apro