Page 14 - Telebrasil - Maio/Junho 1984

missão, o CPqD de Campinas desenvol­ ticas para tratar específicamente do trá­

veu um m ultiplex em técnica TDM fego de dados não pessoais. A telemática

(temporal) denominado MDT-101-B. hoje já representa uma atividade econó­

"do qual já se dispõe de 25 mil canais mica importante e as empresas transna-

instalados e outros tantos conectados” cionais foram as primeiras a entendé-la

e explorá-la como uma ferramenta do

processo produtivo. E Sauvant citou o

diagnóstico de computadores à distân­

cia da IBM, a rede interbancária Swift,

os bancos de dados da Reuters e da Lo-

cheed e o sistema de reservas aéreas da

Sita como exemplos internacionais em

que se aplicou a telemática para a rá­
Atenção especial, porém, vem sendo

pida divulgação e disponibilidade de in­
dedicada pela Telebrás ao desenvolvi­

formações a nível mundial.
mento das redes telefónicas, "cuja digi­

talização vem abrir perspectivas de pro­ Marco Aurélio (Telebrási — É necessário No Japão, os sistemas de comunica­

fundo alcance para as telecomunica­ exercer um julgamento equilibrado entre o ções de corporações transnacionais efe­

ções', observou Marco Aurélio. E acres­ que é possível e o que é desejável para o pais. tuadas entre computadores cresceram

centou que "era de se esperar que as fu­

turas centrais telefônicas CPA-Ts tem­

porais tenham o mesmo comportamento

dos demais produtos da eletrónica digi­

tal apresentar uma acentuada redu­

ção de custos, ao longo dos ciclos de pro­

dução".

A linguagem digital nas redes telefó­

nicas permitirá eliminar numerosa uni­

dades de modulação e demodulaçào en­

contradas nas redes atuais, bem como

d i sposi 11 vos co n ve r sor es a n á I ogo-

digitais, com o que se diminuirão os cus­

tos afirmou Marco Aurélio Rodri­

gues.

( 'itando os serviços de Videtoxto (ex­

perimental) e Telctex (em cst udo), dete

ve-se o orador na problemat ica da capa

citação própria brasileira, a ser obtida

na área de componente: Tal capacita­

ção poderá inclusive ser o fator de suces­

so ou insucesso na busca do domínio da

tecnologia eletrônica”.

Ao terminar a palestra, o diretor da Os computadores nao constituem mais instrum entos esotéricos, mas sim dispositivos de uso

Telebrás, advertiu que e necessário tão vulgarizados quanto é hoje o telefone.

exercer uma ação de equilíbrio de senso

crítico no julgamento extremamente panhado pelas regiões em desenvolvi­ de 34 sistemas em 73 para 116 em 79,

delicado entre o que é possível e o que e mento, criando uma dependência inevi­ sendo que um terço das empresas repre­

desejável para o país. A procura da auto­ tável. sentadas eram do setor industrial e um

nomia tecnológica não pode tornar-se — A indústria da microeletrônica quarto da área comercial.

benéfica para pequenos grupos em de­ será sem dúvida um dos polos de rees­ Quanto às bases de dados, com acesso

trimento da sociedade. Ao esforço do de­ truturação da economia mundial nos por telecomunicações, estas eram, em

senvolvimento deverão juntar-se novos próximos dez anos e seu impacto maior 75, no mundo desenvolvido, 301 — re­

conceitos de administração, operação e ocorre nas telecomunicações e nos com­ presentando 52 milhões de registros —,

tarifação dos serviços, de forma a que se putadores. Estes últimos não constitui­ e passaram para mais do dobro quatro

possa tornar universal os novos meios rão mais instrumentos esotéricos e re­ anos mais tarde, quadruplicando o nú­

da sociedade de informação”. servados, mas sim dispositivos de uso mero de seus registros. Liderando a

tão vulgarizado quanto o telefone — área, os Estados Unidos detinham, sozi­

afirmou o sociológo. nhos, em 79, o dobro de registros em

O alerta dado por Sauvant é de que a seus bancos de dados, mais do que em to­

telemática internacional e o fluxo de in­ das as outras economias dos países do

formações transfonteiras podem au­ bloco ocidental reunidas.

mentar ainda mais o desnível entre paí­

ses centrais e os periféricos, passando

Karl Sauvant é um cientista social estes últimos a depender drasticamente

da ONU, cuja preocupação maior é a das informações (tecnológicas, econômi­

telemática sob ponto de vista do relacio­ cas e educacionais) dos centros desen­

namento econômico internacional. volvidos.

Para ele o mundo desenvolvido cami­ Segundo o conferencista, poucos paí­

nha na direção da sociedade da informa­ ses como o Canadá, os Estados Unidos, a Outro importante aspecto do tráfego

ção — esta já movimenta 50% do PNB França, o Japão, a Suécia e também o de informações transfronteiras — re­

dos Estados Unidos — mas não é acom- Brasil principiaram a estabelecer polí­ portado pelo Conselho Econômico e So-

1? Tetetxosii MoíOJtrhcW