Page 74 - Telebrasil - Julho/Agosto 1984
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Videotexto começa a
S u p e r m i n i s : e m p r e s a s dar bons resultados
e s p e r a m n o v a d e c i s ã o O projeto experimental de videotexto, inicia
do em dezembro de 1982, em Sáo Paulo, começa
A classificação pela Secretaria mentos garantidos por entidades do a tomar vulto. A Telesp espera ampliar até o fi
nal deste ano para 7 mil o número de usuários. A
Especial de Informática (SEI)
sistem a bancário.
das empresas Cobra, Sid e Labo — to Por outro lado, Fernando A ze programação de videotexto está oferecendo
das com projetos nacionais — para vedo, superintendente interino da agora novos serviços: microcomputadores apli
produzirem no Brasil os supermini- Cobra, disse que as indústrias in cados como terminais, telesoftware com utiliza
computadores, até a data da redação teressadas em fabricar superm inis ção de micros em grupos fechados de usuários e
desta m atéria, continuava criando não têm base instalada no país e es rede de terminais públicos.
polêmica no setor de informática. As tão comprando projetos no exterior, A diversificação das novas aplicações possi
em p resa s p reterid a s na escolh a razão pela qual devem pagar o seu bilitará a ampliação da atual rede de 1.400
foram a Itautec, ABC, Sisco e o con preço: realizarem acordos para fu usuários. Os microcomputadores também po
sórcio Docas de Santos Bradesco Me- sões com outras indústrias, de modo derão ser utilizados como terminais de composi
d id ata. Segundo a SEI, o critério que não venham sacrificar as bases ção, gerando páginas (informações) para serem
para a escolha foi o de preservar o instaladas daquelas que fizeram in armazenadas na central de videotexto. 0 uso de
parque industrial de informática já vestimento para o desenvolvimento microcomputadores como terminais de composi
instalado com tecnologia nacional. da tecnologia nacional desde 1977, ção permitirá inúmeras aplicações, inclusive a
A decisão da SEI não agradou, ob época em que começaram a ser im organização de grupos fechados de usuários
viam en te,às em presas preteridas, plantadas as produtoras de m inis no
tendo o consórcio Docas de Santos/ Brasil.
B radesco M edidata em itido docu — As indústrias — acrescentou
mento conjunto afirmando que "o Co Fernando Azevedo — que pretendem
municado 008 da SEI não tem cará colocar apenas uma etiqueta, em pro
ter definitivo e apenas formaliza um dutos estrangeiros, tipo "made in
adiamento da decisão sobre os super- BraziT, sem terem passado por um
m inis”. Segundo o consórcio, 'os gru difícil período de maturação, iriam
pos Docas, Bradesco e Medidata têm nos colocar num a situação difícil.
investido fortemente no setor de in Concorreriam diretamente com o Co
form ática com bons resultados, em bra 540 e, ainda, passariam a recru
estreita sintonia com a Política Na tar pessoal especializado dentro das
cional de Inform ática e reafirmam indústrias que já têm técnicos treina A experiência iniciada com a compra de um
sua certeza na importância de uma dos. E só oferecerem melhores salá "pacote” tecnológico francês da Matra incluía
indústria nacional assentada em ba rios. além dos terminais, os computadores para aces
ses sólidas, duradouras e realistas”. N um a outra faixa de m ercado, so dos usuários e dos fornecedores de informa
As demais empresas excluídas na uma das poucas empresas que não es ções. A indústria nacional já absorveu, porém
classificação da SEI evitaram mani tão preocupadas com a polêmica dos essa tecnologia. A Splice e a Digital já têm ter
festar-se oficialm ente, embora diri supem inis é a IBM, que se dedica minais sendo contratados pela Telesp. e a Itau-
gentes de conglomerados como o Bra atualm ente à nacionalização e fabri tec e a Parks estão com equipamentos em fase de
desco e Itaú tenham admitido, oficio cação de com putadores de grande homologação pela Telebrás. A Itautec. por
sam ente, a intenção de se associarem porte. A SEI aprovou recentem ente a exemplo, tem um terminal especial para edição
com novos fabricantes de supermi- industrialização do IBM -4381, em da programação de videotexto e a Telesp está
nis. Por sua vez, o diretor de marke seus dois modelos, MG-I e MG-2, fa em processo de análise de propostas para o for
ting da Sisco, José Roberto Faria Li bricados em Sumaré, São Paulo, per necimento de centrais do sistema.
m a, d isse tem er que os grupos de mitindo que a empresa exporte US$ A experiência, no entanto, não ficará restri
bancos assum am o controle dessas 260 m ilhões nos próximos três anos, ta à capital paulista. Curitiba. Belo Honzonte,
novas associações. segundo inform ações do diretor de Brasília e Rio de Janeiro já foram selecionadas
— A principal dificuldade desse Serviços Cooperativos da IBM, Ru- pela Telebrás para operarem serviços de video
tipo de participação, se vier a aconte dolf Hohn. Ele afirmou que o índice texto, utilizando padrões brasileiros Quanto ao
cer — ressalta Faria Lima —, será o de nacionalização do IBM-4381 é de videotexto interurbano, ou seja, o acesso de um
de definir a filosofia industrial des 80%, acrescentando que o grande ob usuário de uma cidade para outra, a solução
sas novas em presas de computação. jetivo da empresa é contribuir e par será, segundo especialistas, a transmissão in
As fusões são d elicadas, pois cada ticipar do desenvolvim ento tecnoló terurbana das programações desejadas, arma
projeto tem um a vocação d istin ta, gico nacional. zenando-se nas centrais locais uma réplica do
um a estra tég ia de m arketing pró O diretor da IBM, no entanto, em programa distante que fica à disposição dos
pria, sem falar numa direção indus nenhum momento, chegou a criticar usuários.
trial única. Agregar tudo isso é difí a atual política nacional de informá Mas é com a interligação dos possuidores de
cil, acrescentou. tica (que im pede a participação de micros à rede e videotexto que reside outra pos
O diretor da Sisco lembrou que as sua em presa nos setores de micro, sibilidade de ampliação do sistema. Neste caso.
três em presas escolh id as pela SEI m ini a superm inicom putadores). O o novo usuário receberá a programação neces
são típicas do setor de inform ática, projeto do 4381 foi apresentado à SEI sária para integrar a rede e que será armaze
não contam com grandes grupo9 fi há m ais de um ano e não interfere nada na memória do micro. Experiências bem
nanceiros na sua retaguarda e traba nas faixas reservadas às indústrias sucedidas já foram feitas com o CP-500 da Prolo-
lham com leasing de seu s equipa nacionais. gica e estão em fase de estudo a utilização do Di-
gitus e do Micro-Engenho.