Page 12 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1983

A r o l d e : ' E s t a t a i s n ã o
T e l e b r a s i l d i a l o g a
c o m c o n g r e s s i s t a s
R o b e r t o C a m p i»
O presidente da Telebrasil, EucMdes
Quandt de Oliveira, e o diretor Luiz Cgr
los Bahiana, como parte do esforço em
promover junto aos congressistas os pro­
blemas ressentidos pelo setor, estiveram
em Brasília, em contato com a Comissão
de Comunicação, da Câmara dos Depu­
tados, quando entregaram memorial da
Associação referente aos problemas de
tarifa, limite de investimento imposto às
estatais e endividamento do setor.
A Comissão de Comunicações, cons­
tituída de 30 membros, é presidida pelo
deputado Henrique Eduardo Alves
(PDS-RGN) e tem como vice-presidentes
os deputados Moacir Franco (PTB-SP)e
José Carlos Martinez (PDS-PR).
T e l e b r á s d e s t i n a d e z b i l h õ e s
“Os 50 bilhões autorizados pela Sest pa­
ra aumentar o teto de investimentos.da Te­
lebrás, em 83, servirão em grande parte pa­
ra neutralizar a inflação, que alcançou valo­
res acima de 100%" — declarou José Anto­
nio de Alencastro e Silva, em entrevista à im­
prensa, em São Paulo, acrescentando que “a
verba para investimentos permanecerá a
mesma planejada para 83, se considerarmos
apenas os valores reais".
A Telebrás destinará uma parcela de Cr$
10 milhões para o segmento das pequenas
e médias empresas e reconhece que este en­
frenta sérias dificuldades. Alencastro tam­
bém enfatizou o fato de que a remuneração
dos serviços prestados pelo sistema de tele­
comunicações não está acompanhando o rit­
mo inflacionário.
“O setor das telecomunicações tem um
certo nível de importações e embora não haja
nenhum país tecnologicamente auto-sufi­
ciente, principalmente em se tratanto de na­
ções em desenvolvimento, o Brasil conseguiu
reduzir consideravelmente sua dependência
p o d e m s e r n i v e l a d a s
p o r b a i x o ’ ’
O tratamento dado às empresas estatais
ser tratadas segundo sua importância e par­
não pode ser nivelado por baixo. Elas devem
ticipação económico-social. “Se umas distri­
buem lucros fictícios, obtidos através de ar­
tifícios contábeis, outras existem com eleva­
O senador Roberto Campos (PDS- da produtividade e são lucrativas".
MT) também foi visitado pelos dirigen­ A declaração é do Deputado Federal
tes da Telebrasil, que enfatizaram os pro­ Arolde de Oliveira, em seus pronunciamen­
blemas decorrentes da aplicação prática
tos no Congresso, quando se referiu ao bom
do Decreto 2.037 e da Portaria 118, que desempenho do setor de telecomunicações,
alteram a sistemática de planejamento a despeito de serem as tarifas dos serviços
das empresas estatais. Ao prosseguir a reajustadas por índices inferiores aos da
aplicação desta legislação disseram que inflação.
“irão se inviabilizar as encomendas a se­ Arolde de Oliveira sugeriu às autoridades
rem feitas em 84, pelo sistema Telebrás, da Seplan, particularmente da Sest, “a cria­
junto às indústrias". Ao término do en­ ção de um mecanismo capaz de garantir um
contro, o senador Roberto Campos pro­ percentual mínimo do orçamento de inves­
meteu que levará pessoalmente as preo­ timento autorizado às estatais, para aplica­
cupações do setor ao Ministro do Plane­ ções em contratos com pequenas e médias
jamento, Antonio Delfim Netto. (JCF).
indústrias".
“Como o mercado é monopsônico — pros­
seguiu — a Telebrás possui todos os dados
para um perfeito diagnóstico da área indus­
trial, a fim de distribuir com isenção e justi­
ça os contratos conseqüentes. Deve atentar
para o fato de que na conjuntura adversa que
atravessa o país, as fixações de metas preci­
sam ser ainda mais comprometidas com a
u realidade social".
Finalizando, disse Arolde de Oliveira que
“a destinação de verbas orçamentárias espe­
cíficas do bolo total destinado ao setor de
TCs para as pequenas e médias empresas é
condição essencial para que todo o esforço
dispendido nos últimos 20 anos não seja
completamente perdido em muito pouco
r r tempo".
“As telecomunicações — segundo Arolde
— são de vital importância na manutenção
lln tn ijiu Id iu m lo Ahr> das pretensões nacionais de independência
na hora em que for retomado o desenvolvi­
mento".
p a r a p e q u e n a e m é d i a e m p r e s a
do exterior, através do apoio permanente,
que lhe foi dado, pela indústria nacional".
Referindo-se à produtividade, disse Alen­
castro que um empregado que antes equiva­
lia a 36 telefones instalados, hoje represen­
ta 90 aparelhos, mas que “não há meios de
remunerar este aumento de eficácia num
país em recessão”. O grupo Telebrás tem 100
mil funcionários e procura manter a seguran­
ça do emprego, além de assistência mcdico-
alimentar condizente com o nível do traba­
lhador. Mais do que isso — observou o pre­
sidente da empresa, — seria paternalismo.
Noventa e dois por cento dos empregados do
Sistema Telebrás ganham até 11.5 salários
mínimos.
Neste ano, a expansão do sistema será de
360 mil novos terminais, considerado por ele
um aumento compatível com o dos anos an­
teriores. “A diretoria da holding, em Brasí­
lia, analisará as necessidades e pedidos das
empresas, determinará projetos e distribui­
rá as verbas que foram agora autorizadas" A l e n c a s t r o : " o a u m e n t o d e l i m i t e a u t o r i z a d o p e l a S '> {
— finalizou o presidente da Telebrás. (JCF) s e r á c m g r a n d e p a r t e a b s o m d o p e l a i n f l a ç ã o d i S 3