Page 87 - Telebrasil - Julho/Agosto 1983
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J.  C.  Vallim













          No setor eletrônico a  palavra de or­                                                                      sarial; 5) estímulo e assistência à forma­


       dem tem sido  nacionalizar.  Como  náo                                                                        ção de cooperativas; 6) orientação e am­


       --mos tecnologia  própria,  suficiente,                                                                       paro à exportação; 7) defesa da pequena


       lãcionalizamos  o capital.                                                                                    empresa quer por leis antitruste, ou por



           0 capital, no entanto, deixou de ser o                                                                    assistência nas subcontratações; 8) estí­


        ?meda política da empresa. Pelo menos                                                                        mulo ao aprendizado de menores e cur­


         j que se conclui, com base nas opiniões                                                                     sos profissionalizantes; 9) fornecimento


    , de W. E. Demig, PhD, e Christopher S.                                                                          de informações e orientação para o mer­


      Gray, também PhD, segundo artigo pu-                                                                           cado;  10)  formação  e  adaptação  de



       ilicado pela Revista News  Week.  Diz o                                                                       gerentes especializados.


      artigo: "Desde  1950  os  acionistas  têm                                                                               O governo japonês está combatendo o


      tido muito pouca voz ativa em determi­                                                                         miasma da estagnação com tratamento


      nar a política  na  maioria  das  empre­                                                                       intensivo de "pequenas empresas”.


       gas;..." já que "a direçáo é determinada                                                                               Na Alemanha também as pequenas e


       :elo presidente  destas.  Ênfase,  por-                                                                        médias empresas sáo estimuladas pelo



       anto, é dada ao que é bom para a empre-                                                                       governo e mesmo pelas grandes empre­


        :.e náo aquilo que torna os acionistas                                                                       sas.  Estas preferem subcontratar (zuli-


      felizes”.                                                                                                      erferung) a produção de componentes e


           Este é um ângulo do problema. Veja­                                                                       subsistemas, por terem as pequenas em­


      mos outro:                                                                                                     presas maior agilidade de adaptação à


           Da  publicação  Tradescope  (fev.  e                                                                      evolução  técnica  e  à  demanda.  Éssas


      abril 83) tiramos alguns dados sugesti­                                                                         modificações,  quando  efetivadas  nas



      vos. Dos 6,23 milhões de empresas exis­                                                                         grandes  empresas,  requerem  de  3  a  5


      tentes no Japão, 99,4% são pequenas e                                                                           anos para proporcionarem lucros. Além


      médias, que absorvem 81,4% da força de                                                                          deste  lado  meramente  econômico,  as


      trabalho  e  produzem  52%  de  todos  os                                                                       subcontratações  somam  experiência  e


      manufaturados, proporcionando 79% do                                                                            conhecimentos técnicos,  e dividem ris­


      comércio retalista.                                                                                             cos, o que as tornam grandemente atra­


          Sáo, portanto, as pequenas e médias                                                                         tivas até mesmo porque são as pequenas


      empresas que empregam a grande mai­                                                                             as  que  mais  absorvem  mão-de-obra


      oria do trabalhador japonês e produzem                                                                          (60% do todo).


     a maior parte da economia daquele país.                                                                                  A participação governamental se faz



     E da pequena e média empresa que as                                                                             presente,  notadamente  na  área  de  fi­


     grandes indústrias dependem pelos sub­                                                                           nanciamentos  destinados  à  pesquisa,


     contratos que necessitam.                                                                                        marketing e capitalização, através pro­


          Se as pequenas empresas forem afas­                                                                         gramas  conhecidos  pelas  siglas  ÉRP


     tadas do  mercado  pelas  grandes,  rom­                                                                         (European  Recovery  Program)  e  KfW


     per-se-iam as condições vitais para o pe­                                                                        (K reditanstalf für Wiederafbau), este


     queno empreendimento, com sérios re­                                                                             mais conhecido como programa MI/MII,


     flexos para a economia como um todo.                                                                            destinado, principalmente, à adaptação


          Pelas razões acima,  a política japo­                                                                      das  indústrias  à  crise  energética.  São



     nesa tem amparado e estimulado a vi­                                                                            financiam entos  de  longo  prazo  (20


     talidade e a competitividade da peque­                                                                          anos), com 10 anos de carência, a juros


     na empresa. Não pelo espírito de prote­                                                                         baixos.


     ção aos  fracos,  mas  pela  importância                                                                                 Outro  auxílio  governam ental  —


    que tais empreendimentos têm na com-                                                                              RDA — se destina a reduzir custos em


    plementação e  suporte  às grandes em­                                                                           pesquisas e desenvolvimento, e a assis­


    presas e no desenvolvimento do país.                                                                             tência  empresarial,  notadamente  na


         Para apoio e estímulo à pequena em­                                                                          área de gerenciamento.


    presa, o Governo do Japão proporciona:                                                                                    Se olharmos para o que acontece em


    1) empréstimos a longo prazo; 2) incen­                                                                           nosso caso,  podemos dizer que se asse­


    tivos fiscais e simplificações burocráti­                                                                         melha ao que ocorre na Gruta do Cão, na


    cas;  3)  arrendamento  e/ou  financia­                                                                           Itália, onde a atmosfera é imprópria aos


    mento de novos equipamentos e moder­                                                                              pequenos  que  não  recebem  "oxigênio”


    nização das técnicas de produção; 4) as­                                                                          do exterior e sedutora aos grandes, que


    sistência e orientação técnica e empre­                                                                           passam  incólumes.













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