Page 14 - Telebrasil - Julho/Agosto 1983

soas que estão relacionadas com um passam a ser executados pelo Governo. foi a eleita para o Conselho de Adminis-

certo problema será mais fácil fazer com Eu não creio que haja nenhum a possi­ tração e eu sou o seu representante. A

que cada uma compreenda o problema e bilidade de ser modificada essa tendên­ empresa é fabricante de material mecâ.

a dificuldade que a outra está tendo. Ha­ cia porque os serviços públicos são feitos nico para redes telefónicas e de material

vendo compreensão entre os homens, para atender às necessidades das cam a­ eletrônico à base principalmente de mi-

será m ais fácil de chegar-se a um a das, tan to de m aior quanto de m enor croprocessadores. Com essa empresa eu

soluçáo. renda; eles precisam ser executados de formei e participo de uma pequena em-

forma a que sejam estendidos a toda a preiteira de construção de redes de tele­

TB — Seria então correto dizer que a população sem se fazer diferenciação do fones na cidade de São Paulo. No Rio,

T elebrasil não é uma associação de m aior ou do menor lucro. Com isso eu devido às circunstâncias, devemos estar

classe? não quero dizer que o lucro é um a pala­ encerrando as atividades da Selte, queé

EQO — A Telebrasil náo é uma associa­ vra ruim , e que náo deve haver lucro. O a antiga Sielte, que perdeu o I porque

ção de classe. A associação de classe da que eu quero dizer é que os serviços que deixou de ser italiana.

indústria é a Abinee e o conjunto das dão muito mais lucro precisam ser feitos Eu dou consultoria na TV Bandei­

Concessionárias de Serviço Público tem de m aneira que esse lucro muito maior rantes, onde fiz a coordenação da im­

a Telebrás e o Minicom como instância seja utilizado para cobrir os serviços que plantação do sistema de comunicação

superior. dão prejuízos. via satélite. Hoje a Bandeirantes faz

Se nós fôssemos por exemplo deses- toda a transmissão desde a estação cha­

TB — Hoje em dia as telecomunicações tatizar, usando um a palavra que está ve da rede em São Paulo para outras es­

não são consideradas prioritárias pelo muito em moda, as telecomunicações no tações da rede, via satélite. Agora estou

Governo. Caso fossem, o que isso signifi­ Brasil, eu tenho certeza que o número fazendo a coordenação da interioriza-

caria de mudança para o setor? de candidatos para executar o serviço çáo. Isto é, a implantação das redes de

EQO — Na realidade as telecomunica­ internacional seria imenso; agora, o nú­ retran sm issão e repetição para o in­

ções nunca foram consideradas priori­ mero de candidatos para executar o ser­ terio r dos diversos Estados, a iniciar

tárias pelo Governo. No Governo Geisel, viço nas pequenas localidades seria ne­ pelo Estado de S. Paulo, onde já estava

por exem plo, do qual eu participei, nhum e todo lucro que viria dos grandes em an d am en to esse serviço. Final­

m ente, dou um a pequena assessoria

num a em presa, a Ondafone, que está

im plantando um serviço novo que se

cham a "serviço de rádio-recado” E o

"A minha conclusáo é: compreensão. Compreensão entre as que eu cham aria alguma coisa que fica

pessoas, compreensão entre as empresas. Havendo entre o "bip” e o telefone móvel. E algo

compreensão será muito mais fácil resolver as dificuldades entre um "bip” de rico e uma telefonia

móvel de pobre. E uma telefonia móvel
e os problemas existentes."

em que o indivíduo não pode falar dire­

tam ente com a outra extremidade.

Agora, eu gostaria de voltar àquela

pergunta anterior sobre transmissão de

quando foram fixados alguns trabalhos serviços logicamente não seria canali­ dados. Eu quero completar com uma

p rio ritá rio s, algum as áreas p rio ri­ zado para os serviços pequenos, que náo idéia: náo sei se quando foi feita a per­

tárias, essas áreas estavam todas muito seriam executados ou então o seriam a gunta, havia isto em mente, mas acho

mais voltadas para o aspecto social dos um custo m uito elevado p a ra a po­ que é sempre bom lembrar que dados,

problemas, do que para o aspecto tec­ pulação. transm issão de dados, náo podem ser !

nológico. Dentro de todos os problemas t ratados de forma diferente do queé tra- j

considerados prioritários, o único que tada a transm issão da voz e a transmis- j

eu diria de caráter tecnológico era o da TB — E o Sr. inclui comunicações de da­ são dos outros tipos de sinais. Em conse- j

energia, devido ao grande impacto que dos nesse contexto de monopólio? qüência, eu creio que náo há possibili- j

ele tem náo só na economia do país como EQO — Comunicações de dados são co­ dade de se ter políticas diferentes para a j

na vida de cada um a das pessoas. Os municações. Todas as modalidades são área de transmissão de dados e para a j

problemas prioritários, e eu creio que comunicações. Hoje nós náo podemos área de comunicação da voz. Em outras •

continuam a ser prioritários para o país, tratar de forma diferente a informação palavras: eu creio que em prazo muito j

que passa por dentro de um sistem a de
seria obter uma melhor distribuição de curto nós não poderemos ter uma di­

renda e levar para aqueles que não os comunicações, quer ele seja constituído ferenciação entre a SEI e o Minicom. !

pela voz, que sejam dados, ou impulsos
têm, os serviços e as facilidades mais

simples da vida como a água, o esgoto, o analógicos ou digitais. Ele tem que ser TB — Na sede da Telebrasil existe um.

atendimento médico, uma possibilidade tratado da mesma maneira. Para o sis­ sala Euclides Quandt de Oliveira, com J
tema de telecomunicações é indiferente
de emprego e solucionar o problema de uma placa de bronze. Como o Sr. partic *

saúde. Esses são os problem as consi­ o que que entra ou sai lá dentro. pou da criação da Telebrasil? |

derados prioritários, e eu creio que den­ EQO — Quando eu estava na presidên- i

tro da situação existente, ousaria dizer TB — O Sr. poderia satisfazer a curiosi­ cia da Telebrás, da qual fui o 1. pres |

que as telecom unicações ainda não dade dos leitores, falando sobre o que faz dente, aquele foi um período de uma ati­

constituem um problem a prioritário hoje na vida privada o ex-M in istro vidade muito forte de incorporação edf j

para o país. Quandt de Oliveira? consolidação do Sistema de Telecomuni j

EQO — Eu sou consultor autônomo. Eu cações no Brasil. Eu me refiro à consoli |

TB — A desestatização hoje é um tema dou consultoria em algum as empresas dação estrutural administrativa. Nes* I

que, por motivos inclusive conjunturais, e, por isso, estou até reduzindo um pouco período, ao fim de um prazo relativa

está sendo levantado. No caso do Brasil, o número de consultorias, porque elas mente curto, tornou-se patente que na

o m onopólio das telecom unicações começavam a me m anter dem asiada­ havia possibilidade de continuarem

ainda é válido? m ente ocupado. Hoje eu estou dando existir em presas telefônicas indeper

EQO — Eu creio que existe uma ten­ principalm ente consultoria a uma em­ dentes, com raríssimas exceções.

dência que é mundial, não é somente no presa — a Splice, a qual, inclusive, eu Um fato que não é muito conhecid

Brasil, pela qual os serviços públicos represento aqui na Telebrasil. E ela que mas naquele período de criação da Te 1

Telebrasil, Julho. Agosto í *

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