Page 97 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1982

mento regional e urbano, poluiçãp, pre- 250 kg. Os recursos previstos são da or­
visão e monitoramento de flagelos, pre­ dem de 250 milhões de dólares (para
visão de tempo e clima, levantamento pessoal, infraestrutura, etc). Os recur­
de safras, gerenciamento de recursos at­ sos necessários para este ano já estão
mosféricos e outros; uma ênfase especial garantidos.
é dada aos projetos relativos às priorida­ O INPE acredita que, daqui a 16
des nacionais, que hoje incluem a agri­ anos, o satélite de comunicações da Em-
cultura e a energia. bratel poderá ser inteiramente fabri­
O serviço de satélites meteorológicos cado no Brasil. Seus melhores elemen­
recebe, processa e dissemina imagens e tos já estão trabalhando na SPAR, em
dados de satélites, estimando a precipi­ função de um contrato assinado com a
tação, radiação e temperatura, detec­ Embratel. Porém o INPE lembra que,
ção, acom panham ento e previsão de até agora, não conseguiu aprovação da
geadas. E preciso lembrar que o planeja­ SPAR para o contrato de compra da tec­
m ento sócio-económ ico do país é vul­ nologia que lhe convém. ?
nerável aos fenômenos meteorológicos e
às condições climáticas adversas.
O sensoriam ento remoto tem sido
aplicado para levantamento e controle
de recursos universais e de reconheci­
mento de zonas favoráveis à mineraliza­
ção. No Norte do Brasil uma firma des-
cobriu uma jazida de minério, a partir
de uma foto do INPE, pela qual pagou
» apenas 60 mil cruzeiros.
Através do uso de dados do satélite
Landsat, tem sido identificadas cul­
turas, estimadas áreas cultivadas e pre­
vistas safras de cana de açúcar, trigo,
soja e milho. A vegetação natural e re-
florestamento são controlados, toman­
do-se notória sua contribuição sobre o
desmatamento da floresta Amazônica.
Também a poluição marítima é contro­
lada, e através de dados sobre a tem­
peratura da água do mar, elaboram-se
mapas de locais favoráveis à pesca da
sardinha, atum e bonito-listrado.
Os Satélites Brasileiros
Como o satélite é de órgão governa­
mental dos Estados Unidos, a imagem
de sensoriamento é vendida muito bara­
ta ao Brasil. Essa imagem pode encare­
cer muito com a transferência do satéli-
-* te a particulares, que é a tendência
americana. Sendo o Brasil o 2." maior
-* usuário de imagem de sensoriamento do
mundo (mais de 1.300 usuários), tem in­
teresse num satélite próprio, com a pos­
sibilidade de também vender o serviço a
outros países. Além da independência, a
órbita será otimizada para o serviço do­
méstico.
O prim eiro satélite construído no
Brasil deverá ser lançado pelo 1AE até
1990: geoestacionário, terá um peso de
150 a 250 kg e sua altitude variará en­
tre 550 e 750 km. A finalidade deste sa­
télite será a coleta de dados ambientais
(chuva, temperatura, umidade, nível
dos rios) gerados em plataformas terres­
tres, que coletarão dados automatica­
mente e os remeterão ao satélite. Este os
despejárá numa estação central de cole­
ta e processamento. O INPE crê que pos­
sui recursos humanos capazes para de­
senvolver todos os segmentos.
O segundo satélite deverá ser lan­
çado no início da próxima década (1991).
¦* Ficará numa órbita heliocêntrica, a 650
A m de altura e terá um peso entre 150 e