Page 42 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1982

Em qualquer época da história, ve­ de mídia não só por telefone, mas tam­ EUA, Canadá e Japão já estão comPe.

mos que ao nos depararmos com uma bém dados de comutação de mensagens. tindo nesse tipo de sistema. ^

tecnologia excelente e que possa benefi­ Vai também poder ligar diretamente O Japão agora está melhorando os

ciar o ser humano, nós sempre iremos um computador a outro computador, e estágios experimentais do videotexto

escolher o caminho mais adequado. Por utilizar máquina fac-simile. Acho que a Já estamos entrando no segundo estágio

exemplo, no começo da revolução indus­ rede digital se tornará muito popular. e talvez em 1983 possamos entrar no

trial, tivemos um movimento no Japão Esse é o ponto principal da Rede de In­ mercado.

para destruir um certo setor da socie­ formações.
E claro que o sistema de videotexto
dade. Depois dessa confusão consegui­ A segunda característica da Rede de possui vários esquemas, mas um ponto

mos ter uma política de seguro social Informações vai ser o estabelecimento muito importante é o seu uso domiciliar

para os trabalhadores e também uma de satélites de telecomunicações nacio­ No nosso país, vamos iniciar um projeto

industrialização democrática e agora nais (satélites domésticos). Esses satéli­

temos níveis muito altos de consumo de tes vão contribuir para estabelecer um muito importante, mas é exatamente a

bens materiais. participação que os cidadãos vão ter no
sistema de redes excelentes. próximo projeto que é importante. Os ci­

Se tivermos sucesso semelhante com
dadãos vão poder usar os seus próprios

o processo para acabar com a crise do de­
dados. Por exemplo, vamos estabelecer

semprego, os robôs inteligentes vão po­
algum tipo de banco para o câncer, (já
der oferecer oportunidades fantásticas
expliquei que mais de 150.000 pessoas

para os seres humanos. Eu acredito que
morrem por ano de câncer no Japão).
de qualquer maneira os robôs inteligen­

Se um paciente tiver três tipos de
tes vão se tornar uma prática comum e

características e se correlacionarmos to­
seu uso vai depender de como nós, seres

das essas características, vamos poder
humanos, vamos nos adaptar às cara< -

ajudar muito melhor as pessoas que so­
terísticas novas que será o impacto dos

robôs em nossas vidas. frem dessa doença. Se estabelecermos

então um banco de dados e, acumula­
Eu acho que essas considerações são

mos dados sobre o câncer, cerca de meio
muito importantes para o ser humano e

milhão de pessoas vão poder contribuir
constituem realmente o desafio da auto­
realmente para esta experiência. Va­
mação. Mas de qualquer modo o Japão

mos poder saber como é que eles tiveram
começou a desenvolver esse tipo de tec­
a enfermidade, qual foi o tipo de terapia
nologia e eu acho que terá sucesso na ob­

que utilizaram e qual o resultado dessa
tenção de um novo tipo de sistemas de
terapia: se o paciente ficou curado, ou se
empregos, no qual os trabalhadores vão

o paciente morreu.
ter muito mais tempo livre Eu, pelo me­

O acumulo de depoimentos deste tipo
nos, espero que este seja o caminho esco­

lhido. de experiência pessoal, desse tipo de da­

dos, vai ser possível a partir da contri­

buição de cada paciente, de cada cida­

Informação é Infra-estrutura dão. Um banco de dados desse tipo vai

Se não conseguirmos contribuir para beneficiar muitas ou­

A 3.' política do Governo na área de resolver o problema do tras pessoas. Infelizmente, se a minha

informática é o estabelecimento de uma desemprego, eu acho que mulher tiver câncer no estômago, por

infra-estrutura de informação. Vocês exemplo, eu vou perguntar ao banco de

sabem que a sociedade industrial tem teremos uma crise dados que tipo de médico é o melhor e

várias infra-estruturas como as indús­ econômica qual é a terapia adequada para curar es­

trias, as rodovias e os sistemas de abas­ se tipo de doença. Naturalmente que por

tecimento de água. Agora devemos ter A rede digital também auxiliará na enquanto nós temos muito pouca infor­

um novo tipo de infra-estrutura que vai área de cobrança e na área tarifária dos maçáo. Mas se a minha mulher for cura­

se extender também à tecnologia da in­ telefones em toda a nação. As pessoas da, eu vou telefonar, eu vou colocar essa

formática. vão poder usar comunicações de todo informaçáo que adquiri no banco de da­

Um desses projetos mais típicos co­ tipo entre todas as partes da nação, a dos comuns. Vou contribuir, vou cor­

meçou com a NTT e é chamado de INS, uma tarifa muito baixa — 10 centavos rendo para o hospital cumprimentar o

que é a abreviaçáo para Sistema de Re­ de dólar ou por aí. As pessoas vão poder médico e também vou poder contribuir

des de Informaçáo — Information Net­ mandar documentos e cartas, através do para o banco de dados.

Work System. O projeto do INS inclui correio eletrônico e vão poder usar a co­ Se meio milhão de pessoas tiverem

vários tipos de contextos diferentes. mutação de mensagens para troca de in­ essa participação na experiência da

Computadores sáo interligados por re­ formações. Se o Japão conseguir sucesso cura do câncer, isso tudo vai contribuir,

des digitais. Utilizam-se também fibras nesses novos tipos de infra-estrutura de aumentar a sabedoria do banco de

ópticas. informação, vamos criar para o futuro dados.

Esse tipo de rede digital vai se espa­ uma .base fundamental para as possi­ Nós então vamos ter muito mais

lhar por todo o Japão e assim teremos bilidades de uma sociedade de infor­ computadores usando tecnologia ex­

oportunidades muito melhores para os maçáo. celente. O projeto da Embratel (refi­

usuários, porque seráo oferecidas muito Temos ainda um 3.° tipo de infra-es­ ro-me ao projeto Ciranda) vai poder

mais facilidades, do que no caso de uma trutura de informaçáo que é o video­ utilizar este tipo de banco de dados. Tal­

concessionária comum. O usuário por texto. O videotexto já é bastante empre­ vez o banco de dados vá poder ser utili­

sua vez vai poder utilizar todos os tipos gado, tanto que a Alemanha, França, zado em todo o mundo. Você telefona