Page 10 - Telebrasil - Março/Abril 1982
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desta distribuição, ou seja, mostrar de aprimoramento de imagens (conhe É importante notar que tais operações
como varia esta distribuição em função cidas por intensificação de contraste, são executadas em fração de segundo,
do tempo, fornecendo assim dados so suavização, filtragem e subtração de a ca rre ta n d o grande economia de
bre o aspecto funcional do órgão, glân fundo) são facilmente executadas. Tal tempo, tanto para o paciente, quanto
dula ou tecido em questão. aprimoramento é vital em muitos ca para o médico, e permitindo, portanto,
sos, evitando-se diagnósticos tanto fal um grande número de exames em uma
O computador PDS divide operacional so-positivos, quanto falso-negativos. jornada de trabalho.
mente a área de campo de visão da ga Mas é no exame de funções dinâmicas
m a-câm ara em uma m atriz de, por que o PDS oferece sua contribuição Outro fator importante é o fato desses
exemplo, 128 x 128 elementos, como mais efetiva. Eles se constituem na re exames serem totalmente automáticos
um quadriculado. Assim, cada ele produção em p la y -b a c k de uma se- para o paciente, pois não requerem
mento (ou quadrado) da matriz corres qüência de imagens estáticas previa qualquer preparação prévia deste,
ponde a uma pequena área do órgão. O mente gravadas ao longo do tempo, além de uma simples injeção inócua de
número de raios-gama proveniente de como um v id eo -ta p e, onde o movi radiofármaco, evitando-se os perigos
cada uma dessas pequenas áreas do ór mento real do órgão (ou do radiofár- da cateterização e de doses excessivas
gão é armazenado em cada elemento maco no interior deste) é visualizado de raios-X da cineangiografia.
da matriz, na memória do computador. no monitor.
Dessa forma, tem-se uma imagem está Apesar da enorme versatilidade e sofis
tica quantitativa da distribuição do ra- Em cardiografia, por exemplo, pode-se ticação do PDS, contrariamente ao que
diofármaco no órgão. Essas imagens visualizar continuamente os movimen se poderia esperar, sua operação é sim- ,
são visualizadas em um monitor de tos das diversas câmaras que consti pies o bastante para um técnico de nível
televisão associado ao computador. tuem o coração. M ais im p ortante, médio operá-lo na rotina de uma clínica
porém, ao simples toque de ootões, di nuclear. Não é necessário o conheci
Uma escala de tonalidade cinza (se a TV versos parâm etros de elevado valor mento de nenhuma linguagem de com-
for em branco e preto), ou um código diagnóstico são determ inados, tais utação (tais como Basic, Fortran, Co-
de cores, reflete a intensidade ou nú como o débito cardíaco, volumes sis- E
ol, Assembler etc.). O console de co
mero de raios-gama correspondente a tólicos e diastólico, volume e fração de mando é formado por um teclado se
cada elemento da imagem. Devido ao ejeção, tempo de trânsito médio por câ melhante à uma máquina de escrever e
fato das imagens estarem armazenadas mara, tempo de trânsito pulmonar de pelo monitor de televisão.
sob forma digital, técnicas matemáticas índices de shunt, entre outros.
O operador seleciona os programas ou
rotinas pelo teclado e os resultados são
observados na tela. Se várias alternati
vas são possíveis, uma pergunta apare
ce escrita na tela, à qual o operador res
ponde. Por exemplo: "Qual o intervalo
de tempo, em segundos, que você quer
entre duas imagens sucessivas do cora
ção?" A qual o operador responde com
um simples número, como, por exem
plo, " 2".
Esta técnica é conhecida como "conver- <
sacional", pois se estabelece um verda
deiro diálogo entre o operador e o com
putador. Diversos outros programas
clínicos são disponíveis para uso em
neurologia, nefrologia, pneumologia,
gastroenterologia etc. Tais programas
podem ser continuamente atualizados
e novos programas implementados na
medida das necessidades da clínica, li'
A gama-câmara permite o exame dos órgãos em movimento. mitadas somente pela imaginação do
usuário.
A AUTOMAÇÃO MÉDICA
S egundo o último "Boletim da Sco- em áreas mais especializadas, como as çáo importante. Atualmente, unidades
processam ento. Entretanto, existem
diversas aplicações de computadores
de cuidados intensivos usam várias
p u s", os hospitais estão se tor
pessoas qualificadas para cada pa
nando im portantes usuários de
computadores e não apenas nas áreas descritas a seguir: ciente, a fim de medir e registrar sua
adm inistrativas. É claro que as inú pressão arterial, temperatura, respira
meras tarefas de manutenção e atuali • Pacientes "computadorizados" ção, pulso, etc. Um computador pe
zação de registros de pacientes, com queno pode oferecer o que se chama de
postos de um grande volume de infor A cirurgia moderna aumentou a neces um sistema supervisor para "observar
m ações m édicas e adm inistrativas, sidade de contar com m ais exames e todas essas funções, gerando um aviso
geralm ente justificam a existência de m edicações da condição de um pa se qualquer valor passar de limites
um grande sistem a centralizado de ciente, durante e depois de uma opera- pré-estabelecidos.