Page 6 - Telebrasil - Março/Abril 1981
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Econom ia é a m elhor alternativa para a crise de com bustíveis
10 a 12% para remunerar o investimento,
os financiamentos ficam mais difíceis.
Atualmente existem cerca de 30 milhões
de kW em operação e 33 milhões de kW
em construção.
Como meta a longo prazo, o Brasil deseja
alcançar o ano 2.000 com auto-suficiência
energética e autonomia tecnológica. Estão
em andamento um programa de usinas tér
micas a carvão e um programa nuclear. As
usinas térmicas a carvão deverão totalizar
10 termoelétricas de 30 MW cada, instala
das duas por ano e com 60% de nacionali
zação. O programa nuclear deverá produ
zir inicialmente 630 MW, prevendo-se 8
usinas de 1.300 megawatts, com a produ
ção de todo o ciclo nuclear no Brasil. A
longo prazo, vislumbra-se o uso de rea
tores rápidos, com reciclagem de combus
tível.
Representantes de todo o setor de telecomunicações ouviram Cesar ( ais. Dentre as metas energéticas atingidas, te
mos cerca de 236 mil barris de petróleo na-
cional, 51 mil barris diários de álcool, 5
mil barris diários de carvão que, somados
desenvolvimentoc dc que firmará acordos O programa da turfa vem identificando a uma importação de 750 mil barris diá
energéticos bilaterais com qualquer par novas reservas e promovendo tecnologia. rios, totalizam pouco mais de 1 milhão de
ceiro que estiver a seu alcance. Somente O uso de lenha, diretamente, ou sob forma barris diários.
na América Latina o Brasil firmou acordo de etanol. metanol ou carvão vegetal está
com dez países, inclusive para transferên sendo estudado juntamente com o proble Toma-se, portanto, imperativo reduzir de
cia de tecnologia. ma do reflorestamento. Também estão 5% o desperdício energético, o que equi
sendo estudados os biodigestores como vale a quase todo o programa do álcool, a
Com a eclosão do conflito iraquc-Irã, o su
fonte alternativa energética. fim de aliviar as pressões sobre a balança
primento proveniente desta região sofreu
de pagamentos do país.
uma queda equivalente a 4(X) mil barris
Quanto à energia elétrica, o Brasil apre
diários e, graças à política de diversifica
senta um potencial de 200 milhões de kW ,
ção, os estoques do país foram mantidos. Cerca de 70% das indústrias até agora pes
dos quais 50% na região Amazônica, o
9 quisadas podem reduzir até 14% de seu
A importação de petróleo, nos meses de que faz com que seja dada prioridade à in- consumo de energia.
janeiro a abril, foi em média de 750 mil terligação de sistemas com longas linhas
barris diários, já representando uma dimi de transmissão em corrente contínua. Dá-
A crise do petróleo mundial, longe de ser
nuição em relação a 1978. se prioridade à construção de pequenas um desastre, representa o momento do
usinas e à substituição de termoelétricas
Para substituir os derivados do petróleo, a Brasil, cujo ponto de inflexão é o equilí
por hidroelétricas. A demanda de energia
Comissão Nacional de Energia determi brio da balança de pagamentos. O Brasil
elétrica cresce a um ritmo de 11 % e 90% da
nou como princípio que os energéticos não possui petróleo, mas tem carvão, urâ
geração atual está sendo utilizada.
substitutivos do petróleo seriam explora nio, turfa, biomassa e sol, além de titânio,
dos pela iniciativa privada e que sua pro A estrutura de financiamento para o setor nióbio, ferro, manganês e ouro.
dução e comercialização deveriam respei de energia elétrica terá que ser mudada. As
tar as leis de economia de mercado, isto é, usinas da Amazônia são de planície e mais O papel das telecomunicações é impor
o produtor deve ter lucro e o energético al distantes, requerendo maiores investi tante para reduzir o desperdício energético
ternativo deve ser mais barato para o con mentos. Leva-se de 5 a 7 anos para cons e o seu ministério é um ministério de van
sumidor do que o original. truir uma hidroelétrica e, com um teto de guarda.