Page 6 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1980
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realizando as últimas etapas do processo industrial, utilizando serva de mercado, etc), sem exercer ingerência direta nas políti-
partes importadas. A medida que se afirmam no mercado, vão cas de evolução de cada empresa.
se verticalizando. o que tem como conseqüência o início dc um
mercado local de insumos. futuro gerador de novas unidades Nos setores industriais que atendem ao mercado regido pela
industriais. oferta e procura, mesmo exercendo o controle de importação dc
produtos e da compra de tecnologia, o Governo não consegue
Evidentemente essas empresas multinacionais que desenvol ter uma atuação efetiva no desenvolvimento tecnológico.
vem em suas matrizes intensa atividade de pesquisa e desenvol
vimento tecnológico, não encontram estímulo nem razão eco
A necessidade de investir na tecnologia do
nômica para desenvolver essas atividades nos países em desen
produto surge na empresa como consequência
volvimento onde se instalem, pois essas necessidades são pron-
tamente atendidas pela matriz. da ameaça de sua posição no mercado.
Para uma indústria local, entretanto, o processo não é assim tão A demanda e a concorrência deste mercado livre obrigam as in
paternalista como no relacionamento matriz-filial. De uma ma dústrias a fabricar produtos de tecnologia e qualidade ascen
neira geral, o desenvolvimento tecnológico local surge como dentes e reduzir seus custos. Para satisfazer estas necessidades
uma consequência direta das indústrias conquistarem e man elas vão desenvolver ou procurar adquirir estes conhecimentos
terem uma parcela de mercado que permita não só sua sobrevi tecnológicos onde estiverem disponíveis.
vência, mas o seu crescimento.
A velocidade de introdução desses novos conhecimentos tec
A necessidade de ter um produto competitivo em utilidade e nológicos. no processo produtivo ou no produto, pode ser vital
custo é diretamente proporcional à oferta e à procura do pro para a sobrevivência deste ou da empresa no mercado. Este fa
duto no mercado. Se o produto responde bem à demanda do tor. impõe, às vezes, necessidade de se optar pela aquisição da
mercado específico e consegue manter a empresa dentro de seus tecnologia necessária mesmo se dispondo de potencial para de
planos de crescimento, não há razão imediata para investimen senvolvê-la. Entretanto, o fato de se ter esse potencial é de valor
tos no aperfeiçoamento do produto nem em seus métodos pro inestimável nas negociações da aquisição da informação tec
dutivos, a não ser a longo prazo pela necessidade econômica de nológica, pois o cedente sabe que ela só tem valor enquanto não
se aumentar a produtividade e se diminuírem os custos do pro se tomar obsoleta ou o comprador da tecnologia não desenvol
duto. ver a sua.
A necessidade imperiosa de se investir direta ou indiretamente Para as empresas supridoras do mercado governamental, a
na tecnologia e desenvolvimento do produto surge na empre velocidade de introdução de novas tecnologias não é vital 0
sa como conseqüência da ameaça de manutenção de sua posi comprador é esclarecido e organizado e só demanda novos pro
ção no mercado, face ao crescimento do produto das empresas dutos tecnológicos por razões de maior eficiência operacional c
concorrentes locais ou do exterior. econômica. A transição tecnológica pode ser feita de forma gra
dual, permitindo às empresas locais desenvolver essas tecnolo
O Governo local teni uma atuação direta no processo de desen gias ou produtos, desde que disponham dos recursos humanos
volvimento tecnológico de determinados setores industriais competentes, uma infra-estrutura tecnológica e uma escala pro
quando exerce e controla parcela de mercado e o número de dutiva que permita o retomo dos investimentos efetuados em
produtos ofertados (controle de importações, lei do similar, re- seu desenvolvimento tecnológico.
P r i o r i d a d e s Helvécio Gilson esclareceu também que os técnico Luís Fernando Perom Segundo ek.
s ã o S a t é l i t e s e cortes nos investimentos das empresas esta até 1986 mais de 200 embarcações nacio
tais não prejudicaram a Embratcl. "porque
nais estarão utilizando o serviço, tendo, até
trabalhamos com 909t dc recursos próprios lâ, capacidade para usar telefonia, telex,
C o m u n i c a ç ã o c os projetos prioritários já estão encaminha- fac-símile c transmissão de dados. Imcial-
mente. só poderão ser usados os serviços de
d e D a d o s telefonia c telex.
• A Embratcl e a Sunamam iniciaram levan
tamento dos navios que. a partir do ano que • Até 1982, a Embratcl vai ativar as esta
• O presidente da Embratcl revelou, em vem, poderão utilizar canais de satélites em
palestra na Escola Superior de Guerra, que suas comunicações. Isto será possível com o çóes dc Teffé, Altamira. Coan, Tabatmga.
Itaituba. Amapá. Tanaucá e Fernando de
as prioridades da empresa sáo a comunica "pacote marítimo" do satélite Intclsat V,
Noronha, fechando o circuito em toda a re
ção de dados c o sistema doméstico de co que sení lançado no início de 81
gião e permitindo o acesso por TV, telefonia
municação por satélite. Atualmente, o Bra
e telex.
sil utiliza o aparelho de reserva da Intclsat Esta será a primeira etapa do programa dc
para suas comunicações internas, e os técni comunicações marítimas por satélite, insti
cos temem que estas venham a ser prejudica tuído por consórcio dc 30 países, denomi
das, se este satélite precisar entrar na rede nado Inmarsat, e no qual o Brasil ocupa a
internacional. VP, representado pela Embratel. através do