Page 25 - Telebrasil - Março/Abril 1980

Janír Aloísio dos Santos

F a c i l i d a d e s d e a s s i n a n t e s Engenheiro de Operações em Telecomunicações

pelo USA TEL (1969). Diplomado em Engenharia

Elétrica opção Eletrônica pelo ISA TEL (197J).

e m c e n t r a i s C P A especialização no Brasil e na Suécia, na árcade
Cursos diversos de complementaçao e

Telefonia e Comutação, inclusive Centrais ( IA.

Engenheiro de Telecomunicações da Ericsson do

Brasil (Diretoria de Tecnologia) desde 1970.

com o opcionais e implementadas só
Com o advento das centrais telefônicas controladas por computadores, muito

por software. Existem serviços que
se tem falado sobre as inegáveis e extraordinárias facilidades que os sistemas

necessitam módulos de hardware para
telefônicos podem vir a oferecer aos assinantes. A bem da verdade, quase

realizarem seus objetivos. Algumas fa­
todas essas facilidades sâo teoricamente possíveis nos sistemas eletromecâni-

cilidades são mutuamente exclusivas,
cos tradicionais, sua implementação, entretanto, assumindo características

isto é, a utilização de uma delas inibe a
tão custosas, que as torna inviáveis para os sistemas hoje em operação.

utilização de outra ou outras facili­

1. Introdução dependentemente do tipo de central a dades.

que está interligado.

Embora o fator de ser a seguir mencio­
A par de uma descrição resumida dos

principais serviços de assinantes que Como as inovações a que nos referi­ nado não se revista de grande impor­

os sistemas CPA estão tornando eco­ mos no parágrafo anterior demandarao tância, a implementação destes recur­

nômica e operacionalmente atraentes, um bom tempo antes de chegarem ao sos opcionais de assinantes vai sempre

pretende-se apresentar neste artigo um Brasil, preferimos acreditar que não signif icar uma carga a mais para o sis­

ligeiro enfoque de algumas consequên­ terem os disponíveis para o grande tema de processamento da central pro­

cias e im plicações que o uso destas público, mesmo a médio prazo, as vocando em contrapartida alguma di­

facilidades adicionais poderá signifi­ “ sem dúvida extraordinárias e inegá­ minuição da capacidade real de trata-

car quer para as Administrações Tele­ veis facilidades de assinantes que os

fônicas quer para os assinantes. sistemas CPA podem oferecer aos usu- memórias da central. Outro aspecto a

jrme ser também mencionado é que algumas

facilidades exigirão neçessariamente
A grande dúvida que hoje se coloca em

termos de novas facilidades diz respei­ Outra dificuldade é a implantação, por telefone de teclado a 12 teclas, o que,

to à impossibilidade que as Adminis­ parte das concessionárias e a curto pra­ em determinadas situações, represen­

trações defrontam, no sentido de esten­ zo, de uma estrutura administrativa di­ tará um inconveniente. Ainda mais,

der tais recursos a todos os assinantes, rigida para suportar e fazer fluir a carga supõe-se que nem todos os assinantes

a curto ou mesmo médio prazo. A nos­ extra de serviços e solicitações que as desejariam ou poderiam ter acesso a to­

so ver, e isso é um ponto de vista estri­ novas facilidades significarão. dos os serviços, isto significando que

tamente pessoal, tal impossibilidade as Administrações Telefônicas deve­

acabará por forçar as concessionárias Isto não quer dizer, entretanto, que as rão fixar, a priori, as porcentagens de

de serviço telefônico a não se utiliza­ centrais CPA, a serem brevemente im­ assinantes a usufruírem de cada facili­

rem comercialmente destas facilida­ plantadas, não deverão conter tais dade específica, de forma otimizar o

des, pelas implicações sociais, políti­ recursos. Até porque as Administra­ projeto de uma nova central.

cas e até legais de se oferecerem servi­ ções Telefônicas necessitam avaliar na

ços extraordinários a um número redu­ prática, isto é, em operação, as dificul­ Neste sentido, apresenta-se na Tabela

zido de assinantes, em um número dades e implicações de todo tipo que as I, o resultado de um estudo estatístico

reduzido de centrais (o que, sem dúvi­ novas facilidades poderão representar, conduzido por Mr. G. A. Langley

da, complica mais ainda a situação). embora isto deva ser feito em caráter (“ Cable and Wireless Communicati­

interno e com alguns assinantes experi­ ons Systems & Services” ), no sentido

Claro está que alguns serviços podem mentais. Entendemos que quanto mais de avaliar as preferências (e respectiva

ser implementados nos sistemas eletro- se discutir o assunto e mais opiniões utilização) dos assinantes com relação

mecânicos hoje em operação, o que forem coletadas de diferentes setores, às principais facilidades que lhes são

significaria poder oferecê-los a todos maior a probabilidade de sucesso no oferecidas.

os assinantes. Além disso, atuando de momento em que o leque de facilida­

forma a facilitar a utilização de novas des adicionais for definitivam ente A conclusão a que se chega, reforçan­

facilidades de assinantes, há, nos paí­ aberto a todos os usuários. do opinião anteriormente emitida, é no

ses desenvolvidos, uma tendência níti­ sentido de que as facilidades de assi­

da e clara de se utilizarem aparelhos te­ 2. Alguns detalhes operacionais nantes não estão, no momento, desper­

lefônicos “ inteligentes” , o próprio tando interesse significativo, por ra­

aparelho telefônico podendo, então, As novas facilidades de assinantes, de­ zões várias que não vamos aqui discu­

incorporar recursos adicionais (como p en d en d o , é claro , do fabricante tir, algumas delas sendo, entretanto,

discagem abreviada, por exemplo), in- envolvido, são em geral consideradas facilmente dedutíveis. (Telefone com