Page 70 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1980
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indirèta defenderam a execução da tele plano diretor capaz de definir a elabora a remuneração que objetivam proviria
fonia rural diretamente pelas empre- ção de um projeto técnico; do setor agropecuário e não da explora
sas-pólo. Em favor de sua tese disseram ção do serviço;
que o Governo exercera a opção consti 3) Que o Ministério das Comunicações
tucional de executar os serviços de te observava como critério para o estabe 4) Que o porte das empresas-pólo lhes
lecomunicações, monopolisticamente, lecimento de prioridades o do melhor tira a agilidade de atendimento opera
por empresas estatais e, em conseqüên- retorno do investimento, assim defi cional que estruturas menores podem
cia, seriam elas, as empresas-pólo, as nido: ter, notadamente por agirem sob o olhar
mais credenciadas, do ponto de vista direto do interessado.
legal, técnico e financeiro, para execu a) serviços internacionais;
tarem os serviços de telefonia rural. b) serviços interurbanos; e Cumpre-nos destacar ainda a apresen
Aditaram ainda que a telefonia rural é c) serviços urbanos, em ordem decres tação dos planos de telefonia rural ela
parte integrante do Sistema Nacional de cente de importância. borados pela TELESC, para Santa Ca
Telecomunicações, razão a mais para tarina, e pela TELESP, para São Paulo,
comporem a estrutura estabelecida para bem como os critérios de financiamento
a implantação e exploração dos serviços Dentro do quadro exposto poder-se-ia adotados pelo Banco de Desenvolvi
constitutivos do Sistema. Assim, os concluir: mento do Estado de São Paulo — BA-
serviços autônomos existentes deve DESP. apresentações essas que eviden
riam ser incorporados às empresas-pólo 1) Que não haveria impedimento legal ciaram estar o problema sendo tratado
que os executariam dentro dos precei ou técnico para implantação de serviços com esclarecida dedicação.
tos e normas gerais existentes. telefônicos rurais por cooperativas;
Ao encerramento do Simpósio, o obje
Diferente entendimento têm as Coope 2) Que a atual recessão observada no tivo e animador pronunciamento do
rativas Rurais, mormente as que já exe setor das telecomunicações excluiria Ministro das Comunicações trouxe aos
cutam serviços telefónicos. toda e qualquer expectativa de um representantes dos produtores agrícolas
atendimento prioritário da telefonia e aos homens de telecomunicações a
Em favor de sua tese alegam: rural por empresas-pólo, face aos crité tranquilidade desejada para realização
rios de prioridade citados; de suas responsabilidades, pela dotação
1) Que o exercício da opção exercido orçamentária destinada às comunica
não exclui o direito de opção mantida 3) Que se o serviço de telefonia rural ções rurais.
pelo Código Brasileiro de Telecomuni fosse prestado por essas empresas con
cações e legislação superveniente; cessionárias, as tarifas incluiriam a re Obs.: Retificando a matéria publicada
muneração do investimento e custos em nov./dez 79.
2) Que a formação de “sistema” inde operacionais mais elevados, o que não
pende de monopólio, desde que híya um ocorre com as cooperativas, de vez que
T E L E B R A S e realizada pelo União Internacional de da TELEBRÁS, é a base da informática
Te lecom u n ic açõe s. e das telecomunicações e, portanto, da
M i c r o e l e t r ô n i c a telemática.
E por que tal sucesso? E que nos lan
Para o Gen. Alencastro c Silva, Prcsi- çamentos em tecnologia de ponta, ou O grande desafio, porém, é quanto à fa
*
dente da TELEBRAS, em recente ar seja, na tecnologia de eletrônica digital bricação de semicondutores. Como já
tigo para o Jornal do Commerdo. e de comunicações óticas, no lugar de disse, temos a Transit, que é uma
tentarmos desenvolver tecnologia con grande vitória e exemplo único não só
Assim, desde sua criação, e fundamen vencional. já no fim de sua vida útil, na América Latina como em todo o
tada na política definida pelo Ministério como é o caso da tecnologia clctrome- Hemisfério Sul. Além dela, temos al
das Comunicações, a TELEBRAS pro cânica para equipamentos de comuta gumas multinacionais, que são tão
curou atuar no sentido de desenvolver ção. Assim, para vencer o gap que nos bem-vindas como o foram as multina
tecnologias avançadas de Telecomuni separa dos países desenvolvidos, opta* cionais de equipamentos. Mas precisa
cações. mos por dar um salto e fazer nosso es mos - e com urgência - acelerar o cres
forço naquilo que hoje é objeto de pes cimento da Transit e fomentar a implan
Inicialmente contratamos programas de
quisa e desenvolvimento nos países lí tação de outras indústrias de semicon
pesquisas e desenvolvimento com al
deres das telecomunicações. Se nosso dutores que, como ela, tenham capital e
gumas universidades brasileiras. De procedimento fosse outro, ficaríamos na
pois, com a criação do CPqD - Centro tecnologia nacionais.
eterna dependência de importar tecno
de Pesquisas e Desenvolvimento da- logia, produtos e serviços para atender Qual a importância disso? É que so
TELEBRAS em Campinas, ampliamos mente trabalhando com componentes
à demanda sempre crescente de novas
essa atuação, acrescentando aos pro em sua maioria nacionais pode uma in
facilidades, característica da incrível
gramas contratados com as universida dústria nacional atingir plena maturi
evolução das telecomunicações em todo
des programas do próprio CPqD e pro dade e uma indústria nacionalizada
o mundo
gramas contratados com indústrias ge afrouxar os laços que a unem à matriz.
nuinamente nacionais. Assim, através Ao dirigirmos nosso esforço para a tec Assim, nossos objetivos quanto à indús
da interação universidade - CPqD - in nologia digital, para a microeletrônica, tria da telemática só serão plenamente
dústria, estamos criando uma tecnologia estamos criando bases não só para uma atingidos quando tivermos várias “tran
brasileira de telecomunicações e eletrô nova indústria brasileira de telecomuni sites” , ou seja, quando desenvolvermos
nica. Muito nos orgulhamos dos resul cações, como também para uma indús nossa microeletrônica. O Ministério das
tados já obtidos, os quais têm merecido tria nacional de computadores e seus Comunicações e outros órgãos gover
elogios da comunidade internacional de equipamentos periféricos, já que os in- namentais estão atentos ao problema e
telecomunicações. Como exemplo, cito sumos são os mesmos para ambas. acreditamos que, a médio prazo, o Bra
as referências feitas em recente simpó sil despontará entre os países dotados
sio internacional sobre comutação e na A microeletrônica, objetivo maior do de significativa indústria de microele
TELECOM - 79, exposição mundial esforço de pesquisa e desenvolvimento trônica.