Page 5 - Telebrasil - Maio/Junho 1979
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A dispersão material resulta de dispositivos óticos, transmissores dições não mais de laboratório,
vários fenômenos secundários, e receptores, se situam entre 0,8 e mas agora de campo utilizando
intrínsecos ao vidro, cuja causa 0,9/tm e mais recentemente entre método de fusão ou então com re
principal são variações químicas e 1,2 e1,5/im. sina epóxi. Estão sendo reporta
de homogeneidade no material. A das perdas de 0,25 dB por junção,
principal dispersão material é a de As fibras óticas não se interferem com apenas 60 segundos de ins
Rayleigh, que possui um limite mutuamente, isto é, o grau de aco trução para os participantes no
mínimo, e varia linearmente com o plamento mútuo é praticamente viços, notícia certamente alvissa
comprimento de onda da fonte (se inexistente. A perda de inserção é reira para os partidários da u tili
gundo alei X'4). constante dentro dos limites da zação de fibras óticas.
faixa passante. Fisicamente, o diâ
A dispersão modal reflete o fato de metro da fibra é inferior ao dos ca O sistema de fibras óticas com
que os raios que incidirem na fibra bos atuais sendo utilizados. Os preende o transmissor, a fibra e o
sob ângulos mais inclinados em a tu a is d e s e n v o lv im e n to s receptor. Um dos desenvolvimen
relação ao eixo, levarão mais tem concentram-se nas áreas: da cone tos futuros está na integração,
po (isto é, serão propagados xão entre fibras, na eliminação do com técnicas de estado sólido,
através de outro modo) para che íon oxidrila, e na consecução de desses elementos, isto é, os sinais
gar a seu extremo e o sinal ótico componentes puramente óticos. óticos comandam diretamente ou
de saída não será mais a repro- tros sinais óticos.
*-dução exata do sinal da entrada. 2. Dispositivos e Componentes
O transmissor p/comunicações
Combate-se a dispersão modal O confinamento da luz em um óticas deve ser modulado, possuir
tentando confinar a propagação meio dielétrico vem desde 1870 linha espectral com boa transmis
do pulso de sinal, a apenas um com as experiências de Tyndall são na fibra (janelas de 0,85 a
modo, paralelo ao eixo da fibra. Is com jatos de água. Em 1954, Van 1.27/im), e a área de emissão da luz
to pode ser obtido reduzindo o diâ Heel, Hopkins e Kapani descreve deve ser suficientemente concen
metro da fibra (função do compri ram a utilização de um núcleo cen trada para permitir um correto aco
mento de onda transmitido) e a tral e de um invólucro de índice de plamento com o pequeno diâmetro I
diferença entre os índices de re- refração levemente menor tornan de fibra. Isto é, deve ser uma fonte
fração fibra/invólucro. O proble do a fibra ótica tecnologicamente lu m in o sa de a lta ra d iâ n c ia
ma é que a fibra, denominada "mo- viável. Em meados de 1966, os (Watts/cm2) e pequeno diâmetro.
nomodo” fica mecanicamente cientistas Kao e G. A. Hockman'
frágil, além de ser mais difícil de dos laboratórios STL da ITT na In Os dispositivos transmissores de
ser fabricada. Outro método é ten glaterra formalizaram a viabilidade estado sólido mais comumente
tar redirecionar o feixe de luz ao de que comunicações em frequên utilizados são: o diodo emissor de
longo da fibra, equalizando os tem cias óticas eram possíveis utilizan luz (DEL) e o diodo laser de injeção
pos de trânsito dos diversos mo do guias de onda ou fibras óticas. (DLI).
dos de propagação. Isto é obtido 1 0
fazendo fibras cujo índice de re A década dos anos 70 viu aparecer As características típicas dos dis
tração descresce do centro para a os seguintes desenvolvimentos: fi positivos DEL são dadas a seguir.
"periferia, formando o efeito lenti- bra de perda média (20 dB/km) em Vantagens: grande confiabilidade
cular desejado. Se o índice variar 1970; fibra de baixa perda (4 (acima de 10.000 horas); linearida
bruscamente (uma fibra central dB/km) em 1972; fibra contínua de (bom para aplicaçõès analógi
acrescida de uma bainha externa), com 10 km de comprimento em cas); transmissão contínua. Des
tem-se -a fibra de “ índice em de 1975. Mais recentemente, em vantagens: emissão espontânea e
graus” . Se o índice variar segundo 1976/77, a janela de 1.1 a 1.3ítm foi isotrópica (não direcional), o que
uma lei parabólice (processo aberta, isto é, foram desenvolvidos resulta em baixa radiância e baixa
químico na fibra), tem-se a fibra de componentes nessa região de bai energia acoplada à fibra ótica (de
"índice gradual” . xa perda nas fibras óticas aonde a ordem de 50 pWatts); dispersão es
dispersão de Rayleigh é mínima. pectral alta (da ordem de 50 nm),
É importante a escolha do compri resultando em distorção do impul
mento de onda a ser operado Já se reportam fibras contínuas so transmitido (da ordem -de 3 a
através da fibra ótica. Na região com 14 km de comprimento e fi 5ns por km); aplicação em faixas
dos infravermelhos (acima de Vm) bras “ monomodo” com perdas de passantes e distâncias modera
aparece atenuação devido á ab 0.5 dB/km em 1.3*im. das. Outras características: emis
sorção da partícula oxidrila (OH), são na faixa de 87 a 92/ím (infraver
ou seja, a água molecular retida no Um dos problemas e vantagem das melhos); são diodos especiais
material da fibra. Na região dos ul fibras óticas é o seu diâmetro ex usando técnicas como a de Buhr-
travioletas (abaixo de 0,5/*m) a ate tremamente reduzido da ordem de rus, desenvolvidas pela Bell em
nuação cresce devido à absorção 5/im a 125/im, dependendo do tipo 1971. Futuros desenvolvimentos:
e à dispersão intrínsecas ao vidro. da fibra, o que traz dificuldades pa diodos superluminescentes, com
As “janelas” que se abrem para ra sua interconexão. Ém Chicago, . faixa espectral reduzida.
comunicações através de fibras no mês de setembro último, vários /• va
óticas, isto é, os pontos de baixa • processos foram mostrados para As características típicas dos dis i
atenuação e de disponibilidade de efetuar junções de fibras, em con positivos-DLI" são dadas a seguir.