Page 47 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1978

A evolução das
1. Preliminares
A evolução das Telecomunicações no Esta­
do do Rio Grande do Sul é tema da maior re­
levância para o desenvolvimento sócio*
econômico do estado e do País, que consi­
deramos como um dos pilares básicos de
integração e desenvolvimento.
Vale aqui relembrar o dizer de Alexander
Graham Bell, 1878, o reconhecido inventor
do telefone: "É concebível que cabos de
fios telefônicos possam ser lançados sob a
terra, ou su sp en so s
comunicando-se, por meio de fios ramais,
com habitações particulares, casas de
campo, lojas, fábricas, etc., que se ligariam,
através do cabo principal, com uma insta-
lação central, onde os fios poderiam ser co­
nectados como se desejasse, estabelecen­
do comunicação direta entre dois pontos
quaisquer na cidade. Acredito firmemente
que um plano como esse, embora impra­
ticável no momento, venha a ser o passo
inicial para a introdução do telefone no uso
público. Não apenas isso, mas creio que no
futuro haverá fios ligando as instalações
centrais ou Companhia Telefônica em dife­
rentes cidades, e que uma pessoa, em qual­
quer parte do país, poderá comunicar-se, de
viva voz, com qualquer outra, num lugar dis­
tante. ”
O conhecimento dos fatos históricos é que
nos dá a motivação e o embasamento para
a otimização dos passos futuros, escoi-
mando os erros e ressaltando as virtudes.
Essa otimização depende de cada um e de
todos, numa participação efetiva e quase
impessoal, onde se dê abrigo à criatividade
coletiva, com vistas a minimizar os tempos
de pensamento e desenvolvimento. Difícil é
a viabilização da idéia, porém certos serão
os bons resultados.
Convém dizer que num artigo de espaço
gráfico certo como este, não se pode pre­
tender abordar todos aqueles assuntos de­
sejáveis pertinentes ao tema proposto e
com os detalhes necessários e suficientes,
razão porque foi escolhido o seguinte
sumário:
Nelson Fulginitl Tellitu
Engenheiro Civil e Mecânico Eletricista pela URGS, hoje
UFRGS, fof o primeiro diretor técnico da CRT, posterior-
mente Engenheiro Chefe; Chefe dos Serviços de Prédios e
Construções; Chefe do Departamento de Planejamento,
depois Departamento de Desenvolvimento. Atualmente é
Assessor Especial da Presidência para Assuntos de Coor­
denação Geral.
telecomunicações no
Estado do
Rio Grande do Sul
— Resumo dos Eventos Históricos culdades quando da solicitação de aumen­
— Planejamento das Telecomunicações no tos tarifários, em vista de ter de entender-se
Estado do Rio Grande do Sul com cada município.
— Sumária Caracterização da CRT
— Atividades Desenvolvidas pela CRT no
Estado Ln.°2.056 — 19/03/1953
2. Resumo dos Eventos Históricos O Estado do RS avocou a si o Poder Conce-
dente das Telecomunicações, criando a Co­
Sob este tópico fazemos referência às missão e o Conselho Estadual de Comuni­
ocorrências de eventos históricos, tidos co­ cações, inclusive para fisçalizar a CTN e di­
mo mais relevantes, por considerarmos que tar a política de desenvolvimento das tele­
os mesmos dão um embasamento cro­ comunicações no Estado. A Comissão e o
em p ostes, nológico, permitindo melhor compreender a Conselho eram vinculados administrativa­
evolução verificada, em especial, no campo mente à então Secretaria das Obras Públi­
administrativo das telecomunicações, em cas (SOP) do Estado.
forma de Leis, Decretos, Decretos-Lei e ou­
tros, quer no âmbito Estadual, quer no Fe­ 31/10/1955
deral, emitindo-se comentários compactos
sobre tais eventos, visando-se melhor Foi concluído o primeiro Tombamento
ilustrá-los. Físico Contábil da CTN, por Comissão Es­
pecial, o qual originou-se por pedido de au­
Lei(L) mento tarifário. Tal trabalho, de 247 laudas
Decretos (D) datilografadas, gerou a idéia da criação da
Dec. Lei (DL) CRT.
Eventos Ln.°3.602 — 1512/1958
06/06/1895 Foi criada a Secretaria do Estado de Ener­
gia e Comunicações, a qual foram vincula­
Fundação da Empresa União Telefônica Pe- dos a Comissão e o Conselho Estadual de
lotense, constituindo-se no primeiro passo Comunicações (hoje extintos).
no sentido de dotar o Estado do RS com um
serviço telefônico organizado. L n.°3.859 — 05/12/1959
15/06/1908 O Estado transformou a Taxa de Eletrifi­
cação em Taxa de Eletrificação e Comuni­
Constituição da Cia. Telefônica Riogran- cações, destinando 10% de seu produto pa­
dense (CTR), com o apoio de capitalistas ra as telecomunicações do Estado. Tal re­
gaúchos e sendo seu Diretor Técnico o Cel. curso financeiro foi básico para a partici­
Juan Ganzo Fernandes, uruguaio de nasci­ pação financeira do Estado na CRT, quan­
mento. O Capital Social à época foi de Cr$ do de sua criação.
1.100.000,00.
Ln.°4.073 — 30/12/1960
Ano 1927
Foi autorizada, pelo Estado, a criação da
A ITT — International Telephone and Tele- CRT.
graph Corporation adquire o controle da
CTR, que mais tarde passou a denominar- D n.°13.186 — 16/02/1962
se Companhia Telefônica Nacional (CTN),
por ter a divisão RS e do Paraná, bem como Foram retomados os Servlççs Telefônicos
sede no Rio de Janeiro. Cabe acentuar que até então prestados pela CTN, aparecendo
até 19/03/1953 os municípios eram Poder os Serviços Telefônicos Retomados (STF’,.
Concedente das Telecomunicações nas
suas respectivas Áreas Territoriais (Auto­ 08/03/1962
nomia Municipal) e a própria CTN fez ges­
tões junto ao Estado, no sentido do adven­ Foi realizada a Assembléia Geral, no
to da lei Estadual a seguir citada, com vis­ Palácio do Governo, de constituição da
tas à centralização do Poder Concedente CRT e nomeada sua primeira Diretoria, que
pelo Governo Estadual, pois ela tinha difl- passou a operar no dia seguinte 09/03/1962.