Page 54 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1976

c o r r e s p o n d ê n c i a
ponto de TMEF/f ótimo. A Companhia Como limite mínimo, o objetivo deve ser
comprará o mais barato dentre eles, po­ coerente com a vida útil estimada para
rém sabe que seus custos (computados os equipamentos. Isto porque os custos
a manutenção e os prejuízos com in­ de operação se acumulam ao longo dos
terrupções) serão tanto menores quanto anos. Em sistemas de vida últil curta
maior o TMEF e continuariam decres­ (sistemas provisórios
cendo se o TMEF fosse melhor. Então, TMEF baixos, a custos mais baixos, serão
para a Companhia, certamente seria me­ mais econômicos. Para sistemas de lon­
lhor pagar um pouco mais por um TMEF ga vida útil os TMEF exigidos deixem ser
ainda maior. Isto é, sempre TMEF ótimo mais altos.
para Companhia > TMEF ótimo para o
Fornecedor. A quantificação exata de como ‘‘trocar”
preço por TMEF depende de se conhe­
cer razoavelmente bem os custos opera­
cionais globais em função do TMEF.
Em qualquer caso, em igualdade de ou­
tras condições (preços, prazos, condi­
ções, etc.) se deve comprar o maior
TMEF oferecido.
E a efetividade?
Quanto do ofetivldado prover?
Efotlvldado 6 parto do item Qunlídodo de
Sorvlço. ê uma quostflo multo difícil de
rospondor quantlflcadamento.
Do ponto do vista da Companhia a ofo-
tividado vai dopondor dos seguintes fa-
toros.
a) adquirir equipamontos do boa qua­
Esta ó a regra: lidade, coerentomente com expectativa
de tempo do vida útil, segundo a regra
Por melhor que seja um equipamento, do TMEF ótimo.
sempre seria vantagem pagar um pouco
mais por um outro ainda melhor. b) utilizar uma boa engenharia de siste­
O quanto melhor e o quanto mais pagar mas. Em geral, com um pouco mais de
dependerão de se saber a lei de cres­ engenharia de sistemas se pode aumen­
cimento do custo do equipamento com tar bastante a efetividade com pequeno
o TMEF e a lei de decréscimo dos custos reflexo sobre os custos.
operacionais com o TMEF.
c) possuir uma operação bem organiza­
da no setor “ manutenção” apoiada por
Tempo de Vida x TMEF um bom sistema de telesupervisão e con­
trole, um bom arquivo e análise de
Quanto de TMEF se deve comprar? ocorrências, que permitirá otimizar cons­
tantemente a organização.
Algumas regras podem ser alinhadas: Do ponto de vista do usuário, interessa
Como limite máximo, o objetivo da Com­ que o circuito esteja falando quando pre­
panhia deve ser compatível com as pos­ cisar dele. Pouco importa ao usuário,
sibilidades tecnológicas da época. que não precisou dele, que tenha estado
fora de serviço por vários dias, desde
que tenha sido reparado e que tenha
funcionado bem na hora da sua ligação.
Um outro usuário pode ser extremamen­
te prejudicado porque um sistema de alta
ou temporários) efetividade falhou justamente no momen­
to de fechar “ aquele negócio” ou de
obter o socorro salvador. Portanto, para
satisfazer integralmente aos milhões de
usuários, só um número impossível de
alcançar: 100%.
Na impossibilidade de responder quantifi-
cadamente a esta questão, a melhor res­
posta, parece-nos, ainda é a do lema do
Bell System:
“ Fornecer o melhor serviço telefônico
possível, consistente com uma situação fi­
nanceira segura”.
Bibliografia
Aos Interessados na questão podemos
indicar os seguintes texto:
Elementary Treatment of Reliability and
Spare Parts Calculation Primarily Con­
cerning Transmission Equipment — B.
Tingerman — Publicação da L. M. Eric-
son.
Statistical Processes and Reliability Engi­
neering — by Prof. Dimitris N. Chorafas
— D. Van Nostrand Inc. — Editores.
Em português existe um trabalho publica­
do pela Philips:
— A Disponibilidade de Sistemas de Te­
lecomunicações, dos eng.os Paulo Augusto
M. Lentino e Rufino Dionísio S. Carneiro.
Para os interessados em meditar sobre
o lema do Bell System recomendaria a
leitura do livro, The Bell Telephone Sys­
tem de Arthur W. Page, publicado por
Harper'& Brothers Publishers. •