Page 53 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1976

po menor assistência precisará ser dada
ao equipamento. Em outras palavras,
quanto maior for o TMEF menor será
a probabilidade de ocorrência de defeito
num determinado período de tempo. Lon­
go TMEF é sinônimo de qualidade e não
é de supor que equipamentos de boa
qualidade aumentem os custos operacio­
nais. Assim sendo, não me parece vá­
lida a expressão:
b) os custos dos equipamentos não es­
tão ligados à efetividade da forma como
foi proposta, isto é, pela fómula
s
Conforme exposto no próprio artiqo a
efetividade
A = ----------------------—
TMEF +
TMEF (tempo médio entre falhas), depen­
de do equipamento.
TMDR (tempo médio de reparo), depende
da manutenção e podemos dividir esse
tempo em dois outros:
TMAE (tempo médio de acesso ao equi­
pamento), que depende da rapidez com
que se move a equipe de manutenção,
da sua distribuição geográfica e outros
fatores, todos independentes do equipa­
mento e
TMPR (tempo médio para reparar) que
dependerá da habilidade do operador
para identificar a falha da filosofia de
manutenção (substituição de módulos ou
reparo no local) e da "mantenabilidade”
do equipamento, isto é, das facilidades
providas pelo fabricante para facilitar o
trabalho de reparação.
Como se vê o TMDR fica quase total­
mente por conta da manutenção: sua
organização e eficiência dos operadores.
Assim, por exemplo, no caso de A = ríodo de garantia e outros serviços pós-
91% (caso de Aplicação Numérica) tanto venda.
poderia ser:
TMEF = 17000 horas (cerca de dois O sogundo gastaria um pouco mais em
anos), valor muito bom ongenharia, mas teria todas as demais
TMDR = 1682 horas (7 dias) aplicá­ desposas reduzidas, venderia muito mais
veis, por exemplo, a um equipamento com menor esforço.
Instalado em região de dificílimo acosso;
ou a um local do fácil acesso e uma O exomplo ó numericamente absurdo
operação desorganizada como também mas o fato ó que, logo que um equi­
TMEF = 720 horas (um môs) valor pés­ pamento ó dosonvolvldo, um pouco mais
A simo e de esforço de engenharia, ao mesmo
TMDR = 71 horas ( — 3 dias) tempo que faz baixar os custos de pro­
1 — A dução, aumenta o TMEF e diminui os
Em ambos os casos A = 0,91, porém, custos de venda e pós-verlda. Esse pro­
quem comprasse esses dois oquipamen- cesso continua até um ponto em que
tos pelo mesmo preço estaria ou com­ multo esforço de engenharia tem que
prando multo barato o de 17000 horas ser aplicado, conjugado agora com au­
ou muito caro o de 720 horas. mento de custos de produção, para se
obter melhoria sensível no TMEF. Assim,
Penso assim ter demonstrado que não a relação TMEF X Custos tem um ponto
ó correta tentar traduzir o custo como ótimo, do ponto de vista do fabricante.
1 — A
função de A (efetividade). A visão gráfica do processo seria como
Uma vez que não são válidas essas mostra a figura a seguir.
duas fórmulas, que serviram de base à
montagem do modelo, todo o tratamento
matemático e suas conclusões perdem
TMEF a validade.
TMDR Alguns esclarecimentos
sobre o assunto
Custos dos equipamentos X TMEF
e
O exemplo acima, embora tenha sido útil
para mostrar o erro conceituai de ligar
custos dos equipamentos à sua efetivi­
dade, não está longe da realidade in­
dustrial.
Com isso queremos dizer que fazer um
equipamento para executar uma certa
função, com TMEF de 720 horas, pode­
ria custar a um fabricante, do ponto de
vista global, tão caro quanto a um ou­
tro poderia custar fazer o de 17000 ho­
ras, para a mesma função.
Custos globais operacionais X TMEF
O primeiro economizaria em, custos de
engenharia, mas teria que gastar uma Do ponto de vista da Companhia Ope­
fortuna em vendas (para pagar extraor­ radora, a situação é um pouco dife­
dinários vendedores que convencessem rente.
o cliente a comprar), pagar juros sobre
valor dos estoques de produção não ven­ Suponhamos que diversos fornecedores
dida, pagar assistência técnica no pe­ produziram um equipamento no mesmo