Page 23 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1975
P. 23
LUIZ ALBERTO ORDONEZ DANIEL
Cel. R /l do Exército — Engenheiro de nicações c Consultor da Diretoria, sendo
Telecomunicações pelo Instituto Militar de responsável pelo projeto, implantação c co
Engenharia. Instrutor da Escola de Comu ordenação do atual sistema de telecomuni
nicações do Exército em vários períodos. cações dessa empresa. Hoje, pertence à
Divisão de Telecomunicações da ELETRO-
Atuou durante oito anos na Companhia BRAS. Possui alguns trabalhos publicados
Hidrelétrica de São Francisco — CHESF (CIER 69, 71 e 73), estágios e cursos na
— como Assistente Técnico de Telecomu França, Alemanha, Itália c Suíça.
Introdução comunicações às usinas dando serviço, trechos de linhas, etc. Ao
ordens para aumentar ou diminuir mesmo tempo este sistema de co
o nível de geração conforme a va municações permite à operação
Uma empresa de energia elétri riação ocorrida nos centros de saber a todo momento a situação
ca não é uma empresa onde a carga. geral da rede em qualquer ponto,
comunicação seja um FIM, isto ó, como a tensão ou a carga neste
ela não administra um sistema de A evolução atual dos sistemas ou naquele barramento, controle
comunicações para servir a ou energéticos está forçando uma da carga-freqüência, etc.
tros. O sistema de comunicações maior integração dos centros de
dessas empresas constitui um operação das empresas de ener Responsabilidade
MEIO indispensável para que ela gia elétrica, no sentido de dirigir
possa desempenhar sua atividade a operação do sistema através de Um dos princípios básicos da
FIM qué é a produção, o trans um apropriado sistema de comu moderna técnica de chefia e admi
porte e a distribuição de energia nicações. Daí resultar ser de maior nistração estabelece que a res
elétrica altamente confiável e a importância, que os sistemas de ponsabilidade não se divide. O
baixo custo. comunicações dessas empresas chefe é o único responsável por
possibilitem a troca de uma série tudo o que seu pessoal faz ou dei
A aplicação das comunicações de informações entre as empre xou de fazer.
na operação de um sistema elé sas e mais com a presença de um
trico abrange um espectro bastan computador “ mestre” enxergando Assim sendo, no caso das em
te largo onde a “ comunicação- a operação global do sistema nu presas de energia elétrica passa
VOZ” destaca-se como necessida ma determinada área, e que os rem a usar exclusivamente os ser
de primária, podendo-se enume sistemas de comunicação das em viços públicos de telecomunica
rar entre outras as teleproteção, presas dessa área sejam de tal ções, passariam também para es
o telecomando, a telemedição e modo compatíveis, que permitam tes a responsabilidade pelos
mais recentemente o teleproces o diálogo contínuo entre o compu transtornos que poderão advir
samento. tador “ mestre” e os computadores dessa situação?
satélites.
Empresas como FURNAS, CESP, Os prejuízos causados pelas in
LIGHT e CEMIG já empregam Assim podemos definir o Siste terrupções e mau funcionamento
computadores na operação de ma de Telecomunicações das Em dos serviços auxiliares de teleco
seus sistemas trabalhando em presas de Energia Elétrica como municações, já que uma falha num
tempo real, isto é, são trazidos sendo a reunião dos meios atra circuito de comunicações pode
para um ponto central do sistema vés dos quais o comando da ope derrubar um sistema Inteiro de
(Centro de Operação do Sis ração da rede de produção, trans energia elétrica, seriam de res
tema) os dados que definem p porte e distribuição* de energia ponsabilidade do sistema público
status atual da operação do sis elétrica atua sobre os elemen de telecomunicações?
tema, dados esses que uma vez tos do sistema energético abrin
processados pelo computador dão do ou fechando chaves, disjun A interrupção de uma conver
origem a sinais de controle que tores, mudando taps, retirando- sação telefônica é geralmente li
são enviados pelos canais de ou colocando transformadores em mitada a uma frustração pessoal.
21