Page 15 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1975
P. 15
A partir daí, qualquer que seja o
planejamento utilizado na área de
comutação, por exemplo, alguns
fgtores devem ser considerados,
como:
1) a qualidade do serviço
JOSÉ OLAVO D1NIZ 2) o custo de implantação
3) o custo operacional
Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais
pela Faculdade de Direito da Universidade
de São Paulo. Assessor da Diretoria da O planejamento das empresas —
Ericsson do Brasil. Diretor da Associação ou da principal empresa —< tem
Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrôni que considerar, de qualquer for
ca — ABINEE. 2V Vice-Presidente da
TELEBRASIL. ma, as alternativas possíveis den
tro do quadro brasileiro. Estas se
riam:
1) cada empresa atendida apenas
por um fabricante;
No passado, o mercado brasileiro De lá para cá a história é nossa 2) cada empresa atendida por 2
de centrais telefônicas foi ardua contemporânea e todos testemu ou 3 fabricantes, aos quais se
mente disputado pelas empresas nharam o grande salto de integra ria atribuída uma ou mais áreas
fabricantes. Os componentes mais ção nacional consagrando a EM- geograficamente agrupadas;
exóticos e estranhos influíram nas BRATEL e mais recentemente a 3) cada empresa atendida por vá
decisões para a adoção deste ou TELEBRÁS. rios fabricantes atuando até
daquele sistema. Não havia ne mesmo em uma mesma cidade.
nhuma norma disciplinadora, ne
nhum diploma legal, sequer uma Com esta, surgiu o “ dirigismo Da análise detida e isenta destas
orientação. mercadológico” , isto é, uma po alternativas, decorrerão, certa
lítica de divisão em termos na
cionais, do mercado existente en mente, vantagens e desvantagens
Vivíamos a época do “ empirismo tre empresas selecionadas pela que precisam ser examinadas atra
mercadológico” , uma era em que vés da ótica de interesse nacio
a agressividade, o oportunismo, o holding do setor. Ao mesmo tem nal — preponderante sobre todos
po, o estabelecimento da meta
momento político, a preferência “ empresa-pólo estadual” , uma úni os outros — pela conveniência
pessoal e até o non sense deter ca operadora de serviços em cada técnica e pelo fator — pouco men
minavam as decisões e o país as cionado mas tão importante — da
sistia instalar — aqui e acolá — unidade da Federação. viável equação financeira que nos
uma ou outra central telefônica, A divisão desse mercado seria dias do “dinheiro contado” voltou
cujos contratos — para não falar feita tanto quanto possível ten a ser o mais importante elemento
nas inaugurações — eram objeto do em vista uma desejável padro informativo para as grandes deci
de intensas comemorações, fogue- nização por área. Empresas-pólo sões nacionais.
tório, discursos e placas que se de diferentes portes e necessida
multiplicaram aos milhares país des começaram a surgir dentro O que se teme, afinal, quando se
afora. do complexo quadro de desenvol entrega determinada área para de
vimento nacional, onde as reali terminado fabricante? A depen
Um dia, porém, a história come dades regionais continuam a de dência da concessionária a este
çou a mudar seu curso e o antes terminar crescimentos e a conti fabricante, sua real capacidade,
atribulado mercado das concor nuação indesejada de imensos seu progresso tecnológico? São
rências despreparadas começou a espaçes vazios. preocupações válidas, porém, data
ser substituído por uma ordem venia, no caso bra&ileiro isto não
institucional, regras próprias fo faz sentido, eis que as indústrias
ram estabelecidas, uma legislação Estão concentradas na região existentes têm condições de dar
sancionada, enfim. Surgia o an centro-sul — aproximadamente conta do recado, corrigidas algu
siado “ Código Brasileiro de Tele 75% das necessidades de equi mas distorções, tanto do ponto de
comunicações” e o CONTEL. Al pamentos telefônicos no Brasil. vista da capacidade como do
gum tempo depois, a Revojução De acordo com este dado, depen avanço nas novas técnicas, pois
de 1964 e o estabelecimento de derá muito da capacidade de pla sua experiência no ramo continua
uma nova meta — a meta das te nejamento sensato o maior ou me sendo sua mais importante cre
lecomunicações. As principais em nor sucesso das concessionárias dencial.
presas operadoras foram naciona em proporcionar aos seus usuá
lizadas, as tarifas foram atualiza rios o que é, inquestionavelmente, O que não acreditamos seja con
das, surgiu o Ministério das Co a grande meta do setor: “ um ser veniente para o país é a excessi
municações junto com a Consti viço telefônico de boa qualidade, va e indiscriminada divisão de
tuição de março de 1967. por um preço razoável” . áreas no mesmo mercado geográ-