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B ilh e te ao Leitor
Política Econômica e Monetária
HUGO P. SOARES
Deixamos, hoje, de lado, o assunto que vi de impaciência resultante da necessidade de
mos abordando desde o surgimento do TELE conter e mesmo reprimir tanto os incre
BRASIL NOTICLÁRIO com absoluta constân mentos salariais corno a expansão do cré
cia — quase teimosia — para uma digressão em dito em relação à alta de preço1-, sem o
tôrno de matéria que, não dizendo respeito es- que a espiral inflacionária não cessa. Sa-
pecificamente à telefonia, muito apaixona auan- lariados e empresários dispõem-se a aceitar
tos se interessem pelo desenvolvimento em nos os sacrifícios que se lhes pede durante um
so país. Referimo-nos à política económico-fi prazo determinado, contando com a pro
nanceira do Govêrno. tão debatida ültimamente, messa de que, ao fim dêsse prazo, o pro
fator ponderáv°I que na verdade é do desen blema estará solucionado. Mas se insurgem
volvimento n^-onal e, como tal, intimamente quando vemos prazos excedidos e mais ain
ligada ao nosso tema preferido, que é e tem sido, da quando se verEicam novos surtos infla
o do desenvolvimento das telecomunicações. cionários, que abalam a confiança no pró
prio acêrto do diagnóstico geral”.
Atraídos pelo debate, sentimo-nos no dever
de divulgar, na edição de hoje de TELEBRA-
SIL NOTICIÁRIO, três peças magistrais refe- v para Gudin, o mal reside em que a te
rentes ao momentoso tema, de resoonsabdidade rapêutica adotada é lenta e vacilante, quando
de duas de nossas mais respeitáveis autoridades devera ser, nc máximo, gradativa. Ademais, o
no assunto: o mestre Eugênio Gudin, sempre mestre emérito mostra os perigos da estatização
polêmico, dissertador fluente' e ameno, seguro em marcha.
m crítica e incisivo nas recomendações que faz
e o não menos eminente didata, o Ministro Ro Enquanto isto, Roberto Campos ralando no
berto Campos, base de sustentação ds tôda a po simpósio organizado por ‘“‘Alcântara Ma
lítica econômica do atual Govêrno, fustigado, e chado Empreendimentos”, como que responden
sofrido — mas sempre irreversível na posição do à crítica de seus adversos, se estende em
adotada, que entende representar o remédio cer considerações sôbre a iniciativa privada e as em
to para os nossos males. presas públicas, dissertando sôbre a controverti
da situação de antagonismo entre estas e aquelas
Tratando-se de um tema polêmico, por na e o chamado conflito entre o papel de uma c
tureza, que tantas e tamanhas controvérsias' dc outra no desenvolvimento nacional.
tem determinado, de interesse para todos nós,
achamos de bom alvitre divulgar os três tra Se a fala de Gudin é magistral, a de Ro
balhos ao mesmo tempo e pedir, para todos, berto Campos não lhe fica atrás. O tema é
a melhor atenção dos leitores. momentoso e os dois eminentes economistas sa
bem manuseá-lo com inteligência e brilho. Esta
Na crítica elevada e construtiva de Gudin, mos certos de que agradará aos leitores a tô
lições magistrais e ensinamentos profundos, nica do debate e a mestria dos disserta dores.
principalhnente naquilo que diz respeito a pon 0 assunto é atual e interessa de perto a. todos
tos fracos na execução da política econômica
• como tais considerados pelo conferencista nós, homens de empresa, cuja meta mais sonha
no combate à inflação. Com mestria êle da é, agora, a do restabelecimento da econo
define a impaciência de todos, afirmando: mia nacional nos exatos têrmos de um país em
desenvolvimento, liberto da inflação e de seus
males, e mais que se torne real a reprivatisação
“0 processo desinflacionário importa ne prometida por Sua Exa. o Presidente Castelo
cessariamente cm um estado de tensão e Branco.