Page 36 - Telebrasil - Março/Abril 1975

A indústria nacional de foi escudado em forte pro­ ma das necessidades de pro­

telecomunicações é, na sua teção aduaneira, com resulta­ dução.

totalidade, de origem estran­ dos favoráveis dentro de um O apoio das Forças Arma­

geira. O fato é explicável pela modelo introvertido de de­ das tem representado um pa­

falta de "know-how" brasi­ senvolvimento. Em alguns se­ pel decisivo para grande par­

leiro, pelo tímido interesse tores foi uma etapa transi­ te da indústria eletrônica no

dos nossos empresários e pela tória, mas não devemos es­ Brasil. Através de especifica­

participação pouco expressiva quecer a necessidade de ex­ ções de alto valor técnico e

que vinha tendo a ação go­ pansão dos mercados interno programas de encomendas per­

vernamental na problemática. e externo, o que só poderá manentes, o Exército, a Ma­

Metade do emprego da ele­ ser alcançado com a redução rinha e a Aeronáutica têm

trônica, no Brasil, é destina­ dos custos industriais e ofe­ garantido as condições para a

do a telecomunicações. recimento de padrões de qua­ auto-suficiência de muitos

A indústria eletrônica pos­ lidade. produtores de equipamentos

sui uma característica muito No que se refere às ma­ e telecomunicações.

especial — a menor parcela térias-primas para a fabrica­ Como exemplo recente, va­

de custos é atribuída às ma­ ção de componentes, com ra­ le citar o esforço do Estado

térias-primas — enquanto as ras exceções o Brasil as pro­ Maior das Forças Armadas

maiores despesas são aloca­ duz; restando a elaboração de (EMFA) em colaboração com

das às pesquisas, desenvolvi­ programas de fornecimento o Grupo Permanente de Mo­

mento, mão-de-obra, contro­ permanente e melhoria de cer­ bilização Industrial de São

le de qualidade e assistência tos padrões de qualidade. Em Paulo (GPMI), objetivando a

técnica aos consumidores. geral, as fontes provedoras de padronização possível dos e-

Além disso, constitui uma das matérias-primas para a indús­ quipamentos eletrônicos nas

poucas atividades que exige tria de telecomunicações não Forças Armadas, a regulari­

cerca de 70% de mão-de-obra mantêm estoques selecionados dade nos pedidos à indústria

qualificada. e uniformes, obrigando os e a pontualidade nos paga­

O crescimento de nossa produtores de equipamentos mentos. Tais critérios permi­

indústria, no decênio de 50, a aquisições de volumes aci­ tem à indústria executar pro-

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