Page 31 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1974

PODEMOS COLOCAR TERMINAIS EM
FUNCIONAMENTO EM 24 MESES?

Mario O. Martinho
Ao se iniciar o processo de implantação de necedor de equipamentos.
uma central telefônica, entendido como pon­ No CRONOGRAMA da figura 1 mostramos
to de partida o momento em que o planeja­ um exemplo, no qual foi contratada a im­
mento definiu o número de terminais da cen­ plantação de uma central automática em
tral e as diretrizes gerais de encaminhamento uma área de multi-centrais. Não importa no
de tráfego, sinalização e tarifação, uma série caso, nem o tamanho da central, nem o ta­
de prazos devem ser estimados e conciliados manho da área envolvida, pois nosso objetivo
para que se chegue ao prazo final desejado, não é, nem poderia ser, estimar em termos
isto é, ao prazo em que os terminais da cen­ absolutos prazos para as diversas fases de im­
tral possam entrar em funcionamento. plantação. Nosso objetivo principal é analisar
o ataque ao programa de implantação, de tal
De um modo geral, definido o planejamento, modo que a meta final seja atingida, para tal,
parte-se para os entendimentos com os for­ levamos em consideração prazos médios que
necedores de equipamentos de comutação, a prática mostrou exeqüíveis.
pois a definição do projeto e conseqüente Fizemos a pressuposição de que os terminais
contratação da central automática revelará o entrarão em funcionamento 24 meses após a
prazo final procurado, que é a entrada em assinatura do contrato de comutação e mar­
funcionamento dos terminais. camos eventos importantes, do cumprimento
Contratado o equipamento de comutação, dos quais, depende a maior ou menor segu­
definiu-se que em 24 meses (prazo médio rança na concretização desta meta.
contado da assinatura do contrato, bastante Observem que, após o PLANEJAMENTO
razoável para o momento atual) teremos os DEFINIDO e até a CONTRATAÇÃO DA
terminais automáticos em funcionamento, COMUTAÇÃO (segmento A no cronograma)
definindo-se que dentro de 11 meses o(s) decorre um certo tempo, utilizado para for­
prédio(s) deve(m) ser entregue(s) ao forne­ necimento de dados ao(s) fabricante(s) de
cedor. equipamento, preparação do projeto técnico,
Caso nesta ocasião não se tenha o terreno elaboração de proposta(s) comercial(is), re­
adquirido e o prédio projetado, parte-se cebimento e análise da(s) mesma(s) e a con­
numa correria desabalada e desenfreada para seqüente contratação do equipamento.
a aquisição do terreno e o processo de proje­ Estimamos em 5 meses este período, que em
to contratação das obras civis, a fim de que termos médios consideramos razoável.
se garanta o início das instalações dos equi­ Este mesmo período pode ser utilizado para
pamentos de comutação e, como con­ a procura, processo de aquisição e execução
sequência, o término previsto para as das sondagens do terreno pois tais medidas
mesmas. independem do fornecedor de equipamento,
Como o problema terreno está intimamente dependendo tão somente das diretrizes de
ligado ao projeto do prédio, pois, sem conhe­ planejamento que devem estabelecer:
cimento das suas dimensões, qualidade de so­ DIMENSÕES DO TERRENO
lo e topografia, o projeto do prédio não po­ LOCALIZAÇAO (CENTRO DE FIOS)
de ser executado e como o problema aquisi­ CAPACIDADE INICIAL/CAPACIDADE FI­
ção do terreno é um processo muitas vezes NAL DA CENTRAL
demorado, envolvendo, em alguns casos, de­ No nosso exemplo consideramos 5 meses um
sapropriações, cai-se num círculo vicioso de prazo razoável para aquisição de um terreno
interdependências que quando é quebrado já muito embora, caso seja necessário desapro­
é tarde, isto é, quando se consegue iniciar priação deva-se contar com pelo menos, 8
efetivamente as obras civis, já não há mais meses.
tempo para entrega das dependências ao for­ O SEGMENTO B DO CRONOGRAMA é re­