Page 21 - Telebrasil - Março/Abril 1969
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SUPLEMENTO  DE  MARÇO  E  ABRIL

          Ano  X                     D I V U L G A D O   P E L A          N.°  109/110
                           F E D E R A Ç Ã O   D A S    A S S O C IA Ç Õ E S    D E    E M P R Ê S A S    D E
                                 T E L E C O M U N IC A Ç Õ E S    D O    B R A S IL
                                   MARÇO-ABRIL  DE  1969
           R IO    D R   J A N E IR O                           D I S T R I B U I Ç Ã O    IN T E R N A



                SERVIÇO  TELEFÔNICO NO  BRASIL  E  NO  MUNDO

                                                               HUGO  P.  SOARES



           Pesquisando,  há  dias,  um  excelente  tra­  cidimos  proceder  a  um  confronto  dos  da­
        balho  estatístico  publicado  em  1968  nos  Es­  dos  relativos  ao  nosso  sistema,  com  os  que
        tados  Unidos,  relativo  ao  desenvolvimento   se  referem  a  outros  países  do  mundo,  va­
        dos  serviços  de  telecomunicações  no  mundo,   lendo-nos,  para  isso,  da  estatística  divulga­
        deparei  com  uma  informação  decepcionante   da  em  -‘Telephony's  Diretory  —  of  the  Te­
        para  o  Brasil,  de  acordo  com  a  qual  há  em   lephone  Industry” ,  editada  em  1968  pela
        nosso  País,  atualmente,  telefones  em  núme­  “Telephony  Publishing  Corporation” .
        ro  bem  inferior  ao  dos  telefones  existentes   Muita  semelhança  existiu,  no  passado,
        nos  Estados  Unidos  em  1901  —  há  67  anos   entre  o  Brasil  e  o  Japão,  no  que  concerne
        passados!                              ao  estado  de  subdesenvolvimento  de  seus
           Através  de  um  levantamento  procedido,   serviços  telefônicos,  à  grande  demanda  re­
        êste  ano,  pela  Federação  das  Associações  de   primida  de  instalação  e  à  solução  encontra­
        Emprêsas  de  Telecomunicações  do  Brasil  —   da  para  o  problema:  o  autofinanciamento.
        TELEBRASIL,  verifica-se  que  as  emprêsas   Criada  em  1952,  no  Japão,  á  Nippon
        cadastradas  que  operam  centrais  telefônicas   Telegraph  and  Telephone  Public  Corpora­
        com  capacidade  de  mais  de  300  terminais   tion  (NTT),  para  operar  os  serviços  tele­
        mantêm,  hoje,  em  serviço  1.429.583  telefo­  gráficos  e  telefônicos  do  país,  somente  a
        nes,  dos  quais  948.249  pertencentes  à  Cia.   partir  de  1960  logrou  a  referida  emprêsa
        Telefônica  Brasileira  e  suas  associadas  Cia.   acelerar  o  desenvolvimento  de  seu  sistema,
        Telefônica  de  Minas  Gerais  e  Cia.  Telefô­  contando,  para  isso,  com  a  direta  participa­
        nica  do  Espírito  Santo,  instalados  na  Gua­  ção  dos  interessados  em  novas  instalações,
        nabara,  Estados  do  Rio  e  São  Paulo,  Minas   através  da  subscrição  de  “debêntures”  nego­
        Gerais  e  Espírito  Santo.  Se  considerarmos   ciáveis  no  valor  equivalente  ao  da  instala­
        as  emprêsas  que  operam  centros  telefônicos   ção.  A  adoção  dessa  fórmula  de  participa­
        de  menos  de  300  terminais,  poderemos  esti­  ção  compulsória  dos  candidatos  a  telefones
        mar,  com  larga  margem  de  segurança,  em  no  custeio  das  instalações  foi  aprovada  pela
        1.500.000  o  número  de  telefones  existentes   Dieta  Japonesa  em  janeiro  de  1960.
        no  Brasil  nesta  data  ao  passo  que,  confor­  ,  Em  1952,  quando  a  responsabilidade  da
        me  consta  do  trabalho  estatístico  a  que  alu­  operação  do  serviço  passou  à  NTT  —  Nip­
        dimos,  em  1901  existiam  nos  Estados  Uni­  pon  Telegraph  and  Telephone  Public  Cor­
        dos  1.801.100  telefones.             poration,  havia  no  Japão  1.500.000  telefo­
           .Para  melhor  ajuizar  do  estado  de  sub­  nes  —  coincidentemente  o  mesmo  número
        desenvolvimento  da  telefonia  no  Brasil,  de­  dos  telefones  existentes,  hoje,  no  Brasil.
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