Page 27 - Telebrasil - Julho/Agosto 1968
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                       SUPLEMENTO  DE  JULHO  E  AGÔSTO


       ANO  IX                     DÍV¥LGADO  PELA                       X "   1 0 1 /1 0 '
                          FEDERAÇÃO  DAS  ASSOCIAÇÕES  DE  EMPRÊSAS  DE
                               TELECOMUNICAÇÕES  DO  BRASIL
          RIO  DE  JANEIRO         Julho-Agosto  de  1968      DISTRIBUIÇÃO  INTERNA

             SATÉLITES  E  CABOS  SUBMARINOS  DE  COMUNICAÇÕES  —
        COMUNICAÇÕES DE  DADOS  E  COMUNICAÇÕES  PARA  EDUCAÇÃO
          Resumo  da  palestra  do  Dr.  Henri  Busig-   Durante  os  últimos  15  anos,  os  cabos
       nies,   Sênior   Vice-Presidente   e   Cientista   têm  evoluido  muito.  Começando  com  36  ca­
       Chefe  da  International  Telephone  and  Tele-   nais  duplos  em  dois  cabos,  êles  forneceram
       graph  Corporation*,  proferida  no  dia  10  de   80,  160,  360  canais  em  um  só  cabo  e  agora
       julho  de  1968,  no  auditório  da  Associação   640  canais  telefônicos.  Dentro  de  poucos
       Brasileira  de  Telecomunicações  —  TELE­  anos,  o  atual  desenvolvimento  do  sistema  de
       COM.                                   1.540  canais  será  finalizado  e  podemos  pre­
          Em  comunicação  ao  Congresso  dos  Es­  ver  a  possibilidade  de  cabos  com  5.000  ou
       tados  Unidos,  em  1959,  o  conferencista  re­  10.000  canais  nos  próximos  15  anos.  É  cer-
       comendou  um  sistema  sincrônico  de  satélite   tc  que  os  satélites  suprirão  também  capa­
       do  tipo  que  está  em  uso  agora  e  que  desen­  cidades  dilatadas  de  canais.
       volverá  ainda  mais  com  o  INTELSAT  III   Tudo  isto  nos  leva  a  um  ponto  muito
       para  a  América  Latina.  As  características   importante  que,  muitas  vêzes,  não  é  toma­
       propostas  e  projetadas  àquela  época  estão   do  na  devida  consideração  durante  um  pla­
       muito  próximas  às  do  INTELSAT  III  agora   nejamento.  Devido  à  distância  do  satélite  à
       em  construção  pela  ITT  em  Nova  York.  Ou­  Terra,  a  demora  na  transmissão  é  aproxima­
       tra  recomendação  de  1959:  o  múltiplo  aces­  damente  de  1/4  de  segundo  e,  portanto,  a
       so  muito  provàvelmente  se  tornará  uma  rea­  demora  total  antes  de  uma  resposta  é  de
       lidade  com  o  INTELSAT  IV.          aproximadamente  1/2  segundo.  Isto  tem  si­
          Afigura-se  claro  que  o  maior  uso  de  sa­  do  considerado  aceitável,  mas  duas  demo­
       télites  para  comunicações  deva  ser  naquelas   ras,  como  acontece  com  o  uso  de  dois  saté­
       áreas  do  mundo  para  as  quais  um  sistema   lites  em  comunicações  de  duas  direções,  se­
       terrestre  seria  ou  impraticável,  ou  impossí­  riam  muito  desordenadas  e  inaceitáveis  em
       vel,  ou  extremamente  dispendioso:  algumas   bases  regulares.  Consequentemente,  se  um
       áreas  da  América  Latina,  Ásia  e  África.  Pa­  sistema  doméstico  de  satélite  é  usado  nos
       rece  claro  também  que  América  do  Norte  e   Estados  Unidos,  numa  comunicação  para
       Europa  sejam  áreas  onde  comunicações  por   ser  dirigida  através  do  Atlântico  ou  Pací­
       satélites  são  menos  necessárias  por  causa   fico,  esta  ligação  terá  de  ir  para  fora  do
       das  extensas  rêdes  já  em  funcionamento  e   país  através  de  um  sistema  de  cabo  sub­
       fáceis  de  serem  expandidas.  Não  obstante,   marino;  ou  se  vier  de  fora  através  do  saté­
       podemos  ver  satélites  nestas  áreas  por  cau­  lite  internacional,  terá  de  ser  convertida  no
       sa  do  grande  volume  de  comunicações:  nêste   sistema  terrestre  nos  Estados  Unidos.
       caso,  os  satélites  são  aconselháveis  para  au­  Já  se  afigura  claro  que  a  consequência  fun­
       mentar  ou  completar  os  sistemas  existentes.   damental  é  a  de  que  os  cabos  submarinos
       Satélites  são  também  vantajosos  em  rela­  continuarão  a  crescer  paralelamente  com  os
       ção  aos  cabos  submarinos  através  dos  ocea­  satélites.  Vejamos  também  as  implicações
       nos  e  aí  temos  o  seu  maior  emprêgo  na  atua­  nas  áreas  onde  o  uso  dos  satélites  parece
       lidade.  No  futuro,  será,  provàvelmente,  van­  muito  vantajoso,  em  bases  domésticas  ou  re­
       tajoso  usar  satélites  para  comunicações  do­  gionais.  Tomemos  a  América  Latina  como
       mésticas  em  áreas  onde  os  sistemas  terres­  exemplo.  Dentro  de  alguns  anos,  a  complexi­
       tres,  como  recentemente  mencionamos,  se­  dade  e  o  custo  das  estações  de  satélites  pode­
       riam  impossíveis  ou  demasiado  custosos.  rão  ser  substancialmente  reduzidos.  A  posição
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