Page 11 - Telebrasil - Julho/Agosto 1967

A S “ P R O M O Ç Õ E S ” P A R A “ V E N D A ” D E T E L E F O N E S

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fi fora de dúvida que, de um modo. gc_ tomadores de telefones, chega-se à con­

ral, a obrigação precípua de qualquer con- clusão dura, muitas vêzes, de que, con.

cessiordria de serviço telefônico é atender trariando tôdas as previsões, apenas 50Çc

à demanda natural do serviço, dando tele­ dos pretendentes, e às vêzes menos, assi­

fones a quem os peça. nam os contratos de serviço e começam
realmente a entrr-r com os indispensáveis

No Brasil, todavia, dada a baixa ca­ fundos. Êsse é um drama que tem ocorri­

pitalização das anêmicas emprésas telefô. do em numerosas cidades de pequer.o e

nicas, que nos últimos 37 anos nào pude­ médio porte, e até mesmo em cidades de

ram atrair capitais expontâneos, em vir­ grande porte, entre elas algumas Capitais

tude da irrrfgnificante rentabilidade dos de Estados.

investimentos feitos — fruto de tarifas de­

magógicas por um lado e dos altos custos Em tais situações, as chamadas «pro­

por outro — ficou provado que so o auto_ moções:» para abreviar as «vendas», o uso

financiamento compulsório, com base em de empregados especializados, que vão ba­

tarifas adequadas a todo tempo, podia ter de porta-em-porta, à cata de toma­

criar o capital necessário ao desenvolvi­ dores de telefones, é uma operação legíti.

mento e expansão do serviço. ma, necessária e aconselhável, pois há, pa­

ra fazê-la, um interésse mais alto a de­
£ ésse, hoje, um ponto pacifico, acei­ fender, que é aquêle de salvar a conjui».

to de bom-grado por todos e garantido tura econômica e financeira do empreen­

pela própria lei brasileira.
dimento, que poderá, do contrário, fra­

Ninguém mais pensa, no Brasil, ser cassar, ou, no mínimo, ser postergado por

possível, nos dias de hoje, obter.se um te- falta de fundos.

y on e, senão investindo na própria em-

frêsa. uma importância equivalente ao Nessas circunstâncias a velha guarda

custo unitário de uma linha pronta a fun­ das telecomunicações devia ser a primei­

cionar. Estamos no império do aulofi- ra o oferecer_se para sair à procura de as­

nanciamento. fi claro que êsse pequeno sinantes-acionistas em potencial.

investidor espera, e a lei isso lhe garante,

torrar.se um acionista da emprésa. com Planejar, todavia, com folga demasia­

os mesmo« o nus e direitos dos demais da uma cidade qualquer contando com

investidores, tudo na proporção de seu pró­ «promoções» para «vender» as sobras, ba­

prio investimento. seado no fato de que nosso «per capita»

é de baixo, isto é de 1.61 telefone por 100

O autofinancíamento, de cujas virtu­ habitantes quando devia ser de 5, 10, 20 e

des ninguém mais duvida, rdo é, todavia, 30 ou mesmo de 50, como nos Estados

uma solução para todo o sempre; mesmo Uniões — per iiamos. salvo melhor juíze,

porque éle se tomará inútil, dentro de 10 que isso nào é económico, não é de bom

a 15 anos, quando tóda a demanda re­ tmo comercial e nem é mesmo patriótico,

gistrada e oculta tiver sido absorvida, porque, mesmo contando com a indústria

época em que a inversão das reservas & raciCTOl de equipamento de cabos e de

remversáo de parte doa lucros do serviço tudo quanto seja necessário ao estabele_

e o afluxo de capital exporéáneo dínami. cimento de uma rêde telefônica, é inegá­

zado pelos aumentos de capital das empré­ vel que para cada telefone adicional instaL.

sas então prósperas e sadias serão sufi lado o brasileiro é obrigado a exportar

cientes para a exvans&o do serviço ex­ mais um pouco para pagar o pouco que

pansão essa tomada necessária na época é obrigatòriamente importado para coda

apenas pelo crescimento vegetativo das telefone que se instala a mais.

ré des, o qual deve ser da ordem de 7 a

8Çc per ano. Achamos, por outro lado, que a expan­

\ Ê comum, presentemente, os estudos são do «per capita» telefónico do Brasil

engenharia comercial estimarem que deve ser feita e sem dúvida será alcança,

uma determinada cidade, mesmo depois de da. Mas, a nesso ver, essa expansão deve

uma pesquisa cuidadosa de mercado, tem ser fruto da demanda natural, criada pe­

capacidade para. por exemplo abserver mil lo enriquecimento do povo, pelo desenvol­

telefones: — concluídos, entretanto, os or­ vimento dos negócios e nunca o resultadc

çamentos; feitas as encomendas de mate. de «promoções» feitas por vendedores pro­

ríal; construída a rêde: instalado o ser­ fissionais, geralmente alheios à arte e ao

viço e iniciado o trabalho de obtenção de ideal das telecomunicações. PJUC.

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