Page 27 - Telebrasil - Novembro/Dezembro de 1963
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Pelo levantamento feito pela TELEBRASIL, verifica-se que as 81 maiores
rêdes brasileiras, que reúnem um total de 17 705 000 habitantes, possuem 982 415
telefones, o que dá a média de 5.54 telefones por cem habitantes do conjunto.

      Os dados concernentes às populações de 1961 e 1962 foram estimados, to­
mando-se por base os algarismos fornecidos pelo Serviço Nacional de Recensea­
mento, referentes ao ano de 1960, que foi o último censo realizado. Partindo
dessa base oficial, estimamos as populações de 1961 e 1962, adicionando a dita
base os coeficientes de crescimento médio observados de 1950 a 1960 em cada
cidade. Foram êsses os melhores dados que pudemos obter.

      A maior parte das grandes Cidades Brasileiras têm hoje uma demanda poi
atender aproximadamente igual ao número de linhas funcionando. Todavia,
muitas delas, como, por exemplo, São Paulo, Salvador, Recife, Campinas, para
só citar as maiores, acabam de resolver seus problemas tarifários e de autofi-
nanciamento — o que é uma grande esperança de desenvolvimento rápido.

      A partir de 1930. três grandes dificuldades vinham frenando o desenvolvi­
mento telefónico do Brasil e daí nossos baixos índices de progresso no que toca
a êsse tipo de comunicações. Essas dificuldades foram, a saber:

      — o alto custo do equipamento, dos materiais e da mão-de-obra;

      — a quase impossibilidade de obtenção de divisas para importação de equi­
          pamento;

      — as tarifas demagógicas que não permitiam sequer a simples remuneração
           do investimento e muito menos a atração de novos capitais.

      A indústria nacional de equipcimênto — hoje solidamente implantada; a
adoção do autofinanciamento — a tu a lm ej^ abraçado entusiasticamente por
todos, de Norte a Sul do Brasil, até pelos próprios Governos; e a adoção de
tarifas adequadas — principio agora aceito pela maioria dos podêres conce-
dentes, e que vem merecendo a hom ologação do egrégio Conselho Nacional de
Telecomunicações — certamente já estão produzindo os frutos esperados. O
Brasil já começa a aparecer nas estatísticas mundiais de telefones e — estamos
certos — nossa recuperação nesse setor se fará nos próxim os cinco ou seis anos
e essa recuperação será um bálsamo para aquêles que sempre desejaram um
Brasil mais forte mais próspero, mais rico e mais civilizado.
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