Page 5181 - Revista Telebrasil
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XIX PAINEL TELEBRASIL
POLÍTICA TECNOLÓGICA:
11a 14.03.89
Hotel 4 Rodas Auto-Suficiência versus Eficácia
Olinda - Pernambuco
0 setor das telecomunicações sempre foi, e microeletrônicos em Painéis Telebrasil, da
continua sendo, de alta densidade década de 70. Sucessivamente, em Atibaia
tecnológica. A Telebrasil, de longa data, (SP), Recife (PE), Caldas Novas (GO),
congrega interesses diversificados do Estado Campinas (SP) discutiu-se e avaliou-se o
e da empresa privada, do meio acadêmico e tema do desenvolvimento nacional da
do empresariado, dos valores nacionais e da tecnologia, do CPqD, da indústria. O
contribuição externa, dos fornecedores e de importante tema é reexaminado no XIX
usuários, para enfocar o caráter estratégico Painel Telebrasil de Olinda (PE) — Política
da tecnologia. Tal aconteceu com CPAs, Tecnológica: Auto-suficiência versus Eficá
tecnologias de rede, componentes cia. (JCF)
Quandt: o “porquê" e o “como” da tecnologia
"Tecnologia é o conjunto ordenado de gias de processo e de produto: "São muitas gerar internamente técnica ou idéia e de-
conhecimentos necessários a produção e á as maneiras de aferir se uma empresa m senvolvè-la em um novo produto, e la
comercialização de bens ou serviços, ou dustrial domina a tecnologia de um equi borando todos os documentos-suportes e
seja, e o porque (know-why) e não simples pam ento ou m aterial que fabrica; creio de fabricação, neles incluídos os de con
mente o como (know-how)". Esta explica que uma das mais simples é verificar se a trole de qualidade e de teste de q u a lifi
çào foi do ex-Mimstro das Comunicações, empresa, sem auxílio ou participação ex cação".
Euchdes Quandt de Oliveira, ao definir, no terna, tem condições e conhecim entos Até recentem ente continuou o
XIX Painel Telebrasil, que, tradicional- para introduzir alterações nos processos orador esteve m uito em voga o termo
mente, "tecnologia é um conjunto de co de fabricaçao, ou no próprio produto, com "em ulação", refermdo-se à cópia de um
nhecimentos que incluem as bases e mé o objetivo de m elhora-lo". equipam ento desenvolvido e produzido
todos científicos e técnicos necessários â Para o palestrante, "no atual estágio de por outra orgamzaçao, sem que esta tenha
criação da técnica à produção do bem ou desenvolvimento tòcnico cientifico, qual conhecimento desse fato ou participação
serviço e à aferição de sua qualidade, e de quer empresa só tem como opção dois ca direta no trabalho. A emulação é um pro
suas características. Quem domina a tec minhos, para que possa deter a tecnologia cesso de aprendizagem de novos produtos,
nologia sabe porque e como são realizadas de certo produto eletrônico: 1. - conhe mas sua realização não significa que quem
as diversas atividades da criação à comer cer com pletam ente como fabricar o pro a pratica conheça a tecnologia do produto.
cializaçào" duto da geração anterior, podendo esse co Ele aprende como fabricar, mas não tem
M ais a d ia n te , em sua e xp o siçã o , nhecimento ter sido gerado internamente condições de penetrar no porquê.
Quandt de Oliveira referiu-se às tecnolo ou obtido externamente; 2. - pesquisar e Isso não quer dizer que a emulação não
tenha validade no processo de aprendiza
gem tecnológica. Ao contrário, se ela for
bem executada e com objetivo claro de
evolução, poderá preencher a prim eira
XIX PAINEL TEU etapa do desenvolvimento tecnológico, an
tes citada, desde que o emulador consiga,
além de aprender com o fazer, tam bém
í aprender algo do porquê. A realização de
emulações sucessivas, por uma mesma or
ganização, indica claramente que ela não
conseguiu dom inar nenhum a porção da
tecnologia (ou que sua intenção era so
mente copiar e não aprender).
Enfatizando que a política tecnológica
esta intim am ente ligada à política indus
tria l, Q uandt de O livera prosseguiu d i
zendo que "qualquer setor de atividade
tem sua capacitação tecnológica baseada
em um tripé: a pesquisa aplicada, feita a
partir da pesquisa fundam ental, que pro
M cura criar novas idéias e técnicas-, o desen
A volvim ento experim ental que, com base
(E D) José Antunes (MF). Luiz Carlos Bahiana (Telebrasil), Quandt de Oliveira (da Sphce e ex-Mmis em pesquisa fundam ental cria novos pro
tro das Comunicações), Jorge Salomão (Bracel). dutos; e o desenvolvim ento industrial do»