Page 5039 - Revista Telebrasil
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mentos de demanda e alteração de mercado, TB — Mas o Sr. citou apenas as empresas gente venha a deter no Brasil a tecnologia do
contratados com firmas especializadas, para maiores, e as menores? satélite, em si, fruto de trabalhos como os que
nos qjudar no dimensionamento da rede e no Guisard — Iremos basicamente manter o o INPE (Instituto de Pesquisas Espaciais)
planejamento do futuro. Telecomunicações e princípio de que enquanto uma empresa não vem realizando, em São José dos Campos,
informática são setores muito dinâmicos, por tiver condições de receber o serviço, a Embra- SP. Nessa seçunda geração, ainda utilizare
esse motivo temos que estar sempre pesqui tel permanecerá realizando-o, para que não mos tecnologia estrangeira.
sando o futuro para estudar que poderão haja prejuízo ao usuário.
ocorrer modificações. TB — No que esta tecnologia será diferente
TB — Do ponto de vista econômico, como a da atual?
TB — Já se pode falar em congestionamento Portaria 525 afetará a Embratel? Guisard — No que tange ao satélite, em si,
na Rede Nacional de Pacotes (Renpac)? Guisard — Dados representam a ordem de procuramos ser até conservadores, no sen
Guisard — Normalmente, nós trabalhamos 25% da nossa receita global (até setembro já tido de não nos arriscarmos muito com aven
a níveis próximos de congestionamento em era de US$ 600 milhões), mas a nossa mar turas. Analisamos a situação e devemos tra
¦uase todas as redes. No caso da Renpac para gem de lucro com dados não é tão grande as balhar com tecnologias conhecidas, e com
escongestionar a rede — pois tivemos um sim. A maior parte de nossa receita nessa equipamentos mais robustos e mais testados.
aumento fantástico esse ano em sua utiliza área iá é utilizada para pagar a LP (linha pri
ção — tivemos que tomar algumas medidas. vada) da empresa-pólo. Inclusive, a Renpac, TB — Quais seriam essas tecnologias conhe
Entre elas, contratar em caráter de emergên um dos serviços de grande crescimento, con cidas?
cia uma expansão da Sesa francesa a fim de tinua com a Embratel. O que está sendo al Guisard — Queremos, basicamente, um sa
atendermos ao crescimento do tráfego. Ape terado é o Transdata que agora divide-se em télite cuja tecnologia já tenha sido, por oca
sar de já estarmos com o Sistema Nacional de regional e nacional, e apesar desse serviço re sião de nossa decisão de compra, testada no
Comutação de Pacote-Compac, com tecnolo presentar uma parcela significativa na recei espaço. Consideramos também que a Banda
gia do CPqD, para ser entregue. ta, é bem menor que os 25% globais. Além do C utilizada atualmente terá prioridade na
mais, na hora que se transfere os serviços, escolha que faremos de um novo sistema.
TB — Comente a Portaria 525, que abre transfere-se também as despesas. Na reali
para as demais concessionárias ao STB a dade, a margem de lucro que é transferida é TB — Que vantagens traz o uso da Banda C?
exploração de serviços de comunicação de bastante reduzida. Guisard — A Banda C é mais conhecida e
dados... possui bom desempenho em presença de for
Guisard — Estamos sendo bastante objeti TB — E como andam as negociações relati tes precipitações atmosféricas. Como esta
vos na análise da Portaria 525 e nas atitudes vas ã segunda geraçào de satélites? mos falando ae um satélite que cobre, entre
correlatas que estamos tomando. A colocação Guisara — Já estamos com equipes traba outras coisas, mujoritariamenle, a Amazô
fundamental, na minha opinião, é a de que o lhando diretamento com a Telebrás e espera nia, onde as chuvas representam problemas
usuário deve ser beneficiado com qualquer mos que o Edital para licitação suiu em de graves, não podemos depender de um satélite
atitude nossa e do STB. O documento esta zembro de 1989, mais tardur início de janeiro que tenha baixo desempenho nessas horas.
belece uma repartição de tarefas com as em* de 1990. É uma necessidado o estamos reul- Ás bandas que existem, além da C, são a K e a
resas-pólo. Tomamos a iniciativa de ir ã mente compromissados com esse objetivo, L. A Bunda K está sendo bastante utilizada
elebrás e individualmente a cada uma das pois toda toiofoniu da Amuzóniu, por exem nu Europu, no Jupão, mas tem o problema de
concessionárias no sentido de acharmos uma plo, está baseada nos serviços de satélites. sofrer interferêncius com u chuva, embora
maneira de agirmos em coi\junto, através de Além do mais, os sistemus de dudos estão possuu a vuntugem de poder arcar com ante-
convênios e trabalho de eauipe. Já tivemos acelerando u necessidudo de utilização desse nus pequenas em terra. O sistema global
reuniões com a Teleij, Telebrasília, estamos veículo, e o mesmo so aplica puru o sistema de mente ucabu tornando-se caro. Logo, se te
indo agora à Telemig, Telesp, para que pos televisão, este último muito importante puru mos que usar antenas de grande porte, é me
samos fazer uma transição ao usuário regio o País. lhor migrurmos puru u Banda C, um sistema
nal, aquele usuário que praticamente só usa mais barato. De qualquer forma estamos
facilidades da empresa-pólo, para que ele TB — E quanto A tecnologia utilizada nessa anulisando u Banda K, inclusive mantendo
passe a ter esse serviço, como a dita Portaria segunda geração de satélites? contatos junto à Intelsat, a fim de realizar
525. Guisard — Talvez para a terceira gerução a mos algumas experiências. Quanto à L, tam
bém é nova, e trabalha principal mente com o
sistema móvel. Neste caso, estamos anali
sando junto ao Inmarsat a possibilidade de
T e c n o l o g i a s m a i s a v a n ç a d a s também aprendermos sobre ela. Todos esses
novos conhecimentos poderão ser aplicados
numa terceira geração de satélites.
Comunicações por satélite — Um fator putadores, multiplexadores e aparelhos
ue influenciou a aprovação pelo Governo telefônicos. O sistema será instalado na TB — E como obter um sistema robusto?
e um sistema de telecomunicações com empresa interessada e dará acesso à rede Guisard — Existem satélites que, depen
satélites próprios, foi a garantia que as da Embratel. Apresenta também canal de dendo de sua complexidade, têm mais ou me
estações terrenas seriam fabricadas no voz em rede privada. nos partes, e dentro deles, mais equipamen
País e com tecnologia brasileira. O CPqD Inpe (Instituto de Pesquisas Especiais) tos, mais sistemas. Poderiamos obter um sa-
vem atendendo a essa determinação, — 0 Instituto trata na área de satélites do télite que tivesse a Banda K, L e C: dois
através de seu programa de comunicações MECB — Missão Especial Completa Bra transponders K, 3 L, 15 C. Mas seria um sa
por satélite, que tem como projetos: área sileira, que se dedica à construção de 4 sa télite mais complexo, mais delicado, por pos
de estações terrenas, área de equipamen télites, aois para transmissão e retrans suir partes que poderíam sofrer danos. En
tos de acesso múltiplo por divisão de missão de dados e os demais para observa tão, na medida em que se trabalha com uma
tempo (AMDT), área de antenas, Empre ção ou sensoriamento remoto, e do fogue banda só, teremos um equipamento mais ro
sas privadas também desenvolvem tec te lançador, que está sendo desenvolvido busto, mais firme, menos susceptível a falhas
nologias nesse sentido. pelo Centro Tecnológico da Aeronáutica durante a operação.
Samsat (sistema de acesso múltiplo por (CTA), visando dotar o País de capacita
satélite) — Tecnologia oue se encontra ção tecnológica no desenvolvimento e pro TB — Então não haverá diferença da pri
em fase de testes no CPqD, desenvolvida dução de satélites e foguetes lançadores. meira para a segunda geração?
junto à Embratel. O sistema será ofere O Inpe cuida também do desenvolvi Guisard — Terá diferença. Estamos discu
cido às empresas que tem um grande mento do segmento de solo associado aos tindo com os possíveis fornecedores uma ex
volume de transmissão de dados, via sa satélites. O MECB comporta satélites, tensão de faixa de utilização da Banda C que
télite, e substituirá a rede telefônica para segmento de solo, foguetes e base de lan poderá ser maior. Podemos fazer concentra
a interligação de computadores. Atual çamento. O SCD-1 (satélite para coleta de ções da emissão da Banda C em determina
mente, a Embratel fornece aos usuários dados) servirá para coleta de dados me das regiões para se obter, por exemplo, uma
de transmissões em alta velocidade siste teorológicos e ambientais e já tem con maior potência no eixo Rio/Sáo Paulo. São
mas importados, que por serem de primei cluída a fase de testes de seu modelo de operações de baixo custo, oneram pouco o sis
ra geração só fazem ligação ponto a ponto, identificação, já o SCD-2, se encontra em tema, permitindo ao mesmo tempo o máximo
enquanto o Samsat abre a possibilidade fase de especificações. Especialistas do de utilização da tecnologia atual, sem assu
de acesso a vários pontos a partir de uma Brasil e do mundo consideram viável o mir risco maior de operação do próprio sa
central de empresa do usuário. O Samsat projeto de concepção do SSR-1 (satélite de télite.
compõe-se em estação terrena equipada sensoriamento remoto), e já o SSR-2 de
com uma antena parabólica de 4,5 a 6 me verá ser igual ao SSR-1, mas poderá in TB — E quanto à demanda para os próximos
tros de diâmetro (também tecnologia do corporar melhoramentos, a exemplo do Brasilsats?
CPqD), equipamento de rádio freqüência SCD-2 em relação ao SCD-1. G uisard — Provavelmente esses satélites
e um terminal onde são acoplados os com de segunda geraçào possuirão transponders
em número maior do que os atuais, logo terão t
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