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Novos Modelos Institucionais
20 e 21 de Maio
Maceió — Alagoas
Estrella e Pradal:
Diminuir a presença do Estado
Na sua exposição, o ex-consultor jurídi País, iniciado na década de 30, foi um mode A seguir, o ex-consultor jurídico do Mini-
co do Ministério das Comunicações (de 79 lo populista, mas estatizante, que cresceu com explicou que o Código Brasileiro de
a 85) e atual presidente da Dirtel Consulto através de um modelo de substituição de im TCs (Lei 4117/62) foi fruto da Constituição
ria de TCs, e diretor da Associação Brasilei portações. de 46 que atribuiu aos Estados e Municípios
ra de Listas Telefônicas-ABL, Hélio Estrella, "Ja o regime militar de 64, e de acordo competência para conceder à empresa priva
criticou a presença do Estado-Empresário com Roberto Campos, em Aiém do Cotidia da os serviços telefônicos. A Constituição
na economia e preconizou a revisão do atual no, ele foi anticomunista, porém predispos de 67, porém, deslocou para a União a com
modelo das telecomunicações, a seu ver, to ao dirigismo estatal e ao paternalismo so petência para a exploração direta dos referi
esgotado. Após conceituar que "o Estado é, cialista” , prosseguiu Hélio Estrella afirman dos serviços. Começou aí o processo da es
em essência, um equilibrador do convívio so do que, hoje, "o corporativismo estatal se tatização das nossas TCs, que culminou com
cial, através da ordem jurídica, nas socieda voltou para uma pregação socializante”. a aplicação da Lei 5.792/72, que criou a Te-
des democraticamente organizadas”, o pa-
lebrás. Tal lei previa as figuras de empresa
lestrahte analisou o monopólio que ele vê,
associada e subsidiária da Telebrás mas, na
mas em teoria apenas, "destinado a corrigir
prática, apenas esta última foi utilizada e as
desigualdades na distribuição de rendas e
sim o Estado restringiu uma abertura que a
até a prover a segurança do Estado” e que,
Constituição dava à empresa privada para a
na prática, acaba contrariando os interesses
exploração dos serviços de TCs.
do cidadão.
"A solução estatal, de início, teve êxito
pela dedicação de um grupo fechado e coe
Estatização
so que deu às TCs suas energias vivas, sua
criatividade e seu idealismo. Foi porém o pró
Disse Hélio Estrella que a herança cultu
prio Estado que, ao desviar os recursos do
ral do País, desde as Ordenações Manueli
Fundo Nacional de TCs-FNT para outros inte
nas e Filipinas, foi rumo ao Estado patrimo-
resses governamentais, precipitou a inefici
nialista que, através do direito administrati
ência do Sistema Telebrás", lembrou o confe
vo, criou uma sociedade burocratizada orien
rencista observando que "se a Telebrás não
tada para a cooperação, ao invés da obten
tivesse abandonado, à época, a versão priva-
ção de objetivos individuais, pelo exercício
tista que lhe era facultada, ela teria se man
da competição. Disto resultou que "o indiví
tido como holding, teria recursos e ficaria
duo é dependente frente ao Estado, e a livre
preservado o comando sobre a política do
iniciativa foi desestimulada” , enfatizou o pa setor” .
lestrante.
Hélio Estrella previu que o sistema esta
Continuando com sua análise sobre a pre Hélio Estrella, da Dirtel. tal de TCs, ao transformar o monpólio num
sença do Estado em nossa sociedade, afir
fim em si mesmo, terá dificuldade em sobre
mou Hélio Estrella que o Estado é omisso, O conferencista citou o crescimento das viver. Ele citou que o sistema estatal de TCs
ao tratar de Saúde ou de Saneamento, mas estatais que, ao final da década de 30 eram discrimina o assinante de baixo tráfego que
é omnipresente ao intervir na vida econômi apenas 25, já alcançando 300 ao término considera marginal, mas ao mesmo tempo
ca e no processo produtivo do País. Ele lem dos anos 70 e explodindo para 560 no co recusa serviços verticais que lhe aumenta
brou que o processo de industrialização do meço dos anos 80. riam a renda, por achar que estes irão lhe
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Telebrasil. Julho/agostoc ‘