Page 3876 - Revista Telebrasil

A c o q u e l u c h e d a T V O b r a d e P o r t i n a r i e s t a r á e m
p o r a s s i n a t u r a
Amor filial não foi o único fator
Novo fenômeno mundial é o cres­ que levou João Cândido Portinari F°,
cente leque de ofertas destinado a aten­ da PUC/RJ, a reviver e catalogar o
der ao gosto individual do usuário. acervo cultural de seu pai, o pintor
Antonio Athayde, que vem de assu­ Portinari. Ao observar que “ acervos
mir a direção da Globosat - uma no­ culturais deveriam ser transmitidos de
va empresa dedicada à televisão por geração em geração se desejarmos man­
assinatura - é de opinião que agora o ter a memória do País” , acrescentou
mais importante é divulgar o que o João Cândido que “ o Museu de Arte
serviço pode oferecer para cada clien­ Moderna de Nova Iorque tem mais
te ao invés de falar de tecnologia de informação sobre Portinari do que aqui
cabodifusão. se pode encontrar“ .
A Globosat, por ora, oferece qua­ Há treze anos que uma equipe da
tro programações distintas para seus PUC/RJ vem perseguindo pelo mun­
cerca de 30 mil usuários que, em tro­ do a obra completa de Portinari, o
ca, pagam 35 dólares mensais. Fazen­ que inclui 5.300 obras levantadas -
do de tudo para agradar ao assinan­ 4.500 com autenticidade assegurada -
te, a Globosat está até colocando le­ e que foram fotografadas em locais
gendas em português para facilitar a tão diversificados quanto Canadá,
compreensão de programas em inglês. África do Sul e Haiti. O problema
Sua maior concorrente é a TVA do sendo agora equacionado é como co­
grupo Machline, com 40 mil usuários locar à disposição do público 12 mil
e que oferece a opção de cinco canais. referências a periódicos, fotografias
Vista como um bom negócio, a te­ de época, filmes, livros, cartazes e tex­
levisão por assinatura está pipocando tos avulsos que retratam a época mo­
por toda a parte. Em Belo Horizon­ dernista que acompanhou a obra de
te, Sérgio Andrade, que não tinha ca­ Portinari.
pital, cobrou 500 dólares dos amigos
e instalou uma rede de 194 km de
cabodifusão e agora oferece 20 ca­
nais. Na cidade-condomínio de Al- A r m a z e n a m e n t o
phaville, em São Paulo, um parente
de Sílvio Santos colocou uma rede
moderníssima que é um verdadeiro Dispositivos de armazenamento
“ show room“ para cabodifusão. Ini­ magnético de sinais como fitas, dis­
ciativas semelhantes estão sc repetin­ cos rígidos c flexíveis são normalmen­
do cm Curitiba, Porto Alegre c cm te empregados como memória auxi­
outras capitais. liar de computadores. O acesso à in­
Chegando por cabo, fibra óptica formação guardada em fita é sequen­
ou por satélite, a televisão por assina­ cial contrapondo-se ao de discos que
tura aumenta o número de horas do é aleatório.
espectador frente à televisão. Nos No armazenamento óptico existe o
EUA, 57% das residências que têm vidcodisco, analógico, de 12 polega­
televisor estão ligadas a um sistema das, que é o substituto dos discos de
de cabodifusão. No bairro de Quccns, leitura clctromecânica para entreteni­
em Nova Iorque, uma experiência-pi­ mento. Ele não deve ser confundido
loto testa o comportamento de 350 com os discos compactos - CDs de
mil usuários. «¦ (JCF) 4,72 polegadas - de gravação digital,
que existem cm diversas variantes. O
CD-DA corresponde ao compact disk
digital audio e é utilizado para repro­
dução de som em alta fidelidade, em
toca-discos laser. O CD-ROM é o CD
rcad only memory que, como seu no­
me indica, armazena informação de
modo permanente.
O CDI é o compact disk interacti-
ve voltado para o mercado multimí­
dia de consumo. O CDXA é o exten-
ded archtecture para aplicações mul­
timídia com áudio e vídeo intercala­
dos e simultâneos. Finalmente, o vi­
deo disco magnético-óptico - em 3,5
c 5 1/4 de polegadas - permite a lei­
tura e gravação sucessivas vezes, va­
O interesse pela I VA ou cabodifusão estã au­ lendo-se de um fenômeno físico de
mentando cada vez mais no Brasil. desmagnetização com aplicação de ca-
C D R O M
Declarações como as de Manuel
Bandeira, Graciliano Ramos, José Lins
do Rego, Carlos Drummond de An­
drade e Lúcio Costa fazem parte do
acervo cultural levantado pelo “Pro­
jeto Portinari“ .
Graças à nova tecnologia eletrôni­
ca, a obra e a época de Portinari fi­
carão preservados e serão de fácil aces­
so para consulta e divulgação. Den­
tro de sete a oito meses, um catálogo
gráfico, em oito volumes, será arma­
zenado em disco compacto CDROM
e as informações constituirão uma ba­
se de dados Oracle utilizando um com­
putador Mclntosh.
É bom lembrar que um diapositi­
vo de 35 mm, contendo por exemplo
uma imagem de um quadro de Porti­
nari, pode equivaler a 100 elementos
de imagem por milímetro quadrado e
requerendo 80 Mbytes por imagem ar­
mazenada. Já se pensa em utilizar téc­
nicas de multimídia em que o usuário
poderá “ navegar“ pela obra de Por­
tinari.ir (JCF)
ó p t i c o e m a g n é t i c o
lor a 150°C, denominado de “Ponto
Curie“ .
A reprodução de imagens em mo­
vimento (vídeo) pode ser feita utili­
zando um toca-fita VCR, caso se quei­
ra solução a baixo custo e aceitando
a falta de acesso aleatório rápido, ou
então utilizando um videodisco inte­
rativo e uma placa de hardware VDI
adaptada ao computador. Um qua­
dro de vídeo equivale a 60 kbytes de
informação e assim um CDROM ar­
mazena apenas 36 segundos de ima­
gem digital em movimento. Daí utili­
zaram-se altos níveis de compressão
de imagem que podem atingir 300 pa­
ra um .y
(JCF)
O CD Video da Philips com três tomadas de
discos:5, 8, 12 polegadas.