Page 48 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1998
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Economia












               A   a m a r g a   a s s i s t ê n c i a






















                Sydney A. latini






                              sucesso da política de combate  á                                 países ricos totalizam, US> 41.5 bilhões.                                  dívida  pública,  segundo esse compra
                O                                                                               rão ser captados para financiar importações.                                misso. em tomo de l  S5 340 bilhões
                               inflação inaugurada com o  Pla­
                                                                                                I Li ainda ceica de l  551S bilhões, que deve­
                                no Real, jxir paradoxal que pos­
                                                                                                                                                                                  C) critério relativ o a crédito interno
                             sa parecer, deu origem à atual crise brasi­
                                                                                                      Nos termos do acordo,  no início de
                                                                                                                                                                            líquido pressupõe que a emissão de m»>-
                leira. A abertura exagerada do mercado in-                                      1999, as rescr\ as cambiais brasileiras, atu­                               eda  ficará condicionada a  variação das

                remoaos produtos importados, com abrup-                                         almente em tomo de l  S> 42 bilhões, re­                                    reservas. Mas a relação rtãoé linear, nem

                ra redução unilateral de tanfas e, sobretu­                                    ceberão um reforço de l  S> 20 bilhões. Isso.                                de um  para um. como é  na  Vrgcotina


                do. com a equivocada política de valoriza­                                      no entendimento do govemo, v ai reverter                                    que só emite um  peso para cada dólar

                ção cambiai,  transformou o superávit da                                        de vez. as cxpcctativas desfavoráveis e as                                  Segundo esse critério, roda vez que o Pjí>

                balança comercial cm enormes déficits.                                          dúvidas sobre a capacidade brasileira de                                    perder reservas cambiais, o IK) enxugará

                       Para  financiar  esses  déficits,  as  ta­                               honrar compromissos externos cm 1999.                                       uma  quantidade  equivalente  de  reais

                xas de juros foram elevadas, para atrair                                               \o anunciar o acordo com o Brasil, os                                em circulação na economia. l\»rtanto.o


                financiamentos estrangeiros.  Ys taxas de                                       dirigentes do FMI destacaram o seu ca­                                      gov emo passará a controlar o crédito in­

                juros sobrecarregaram a dívida, o setor                                         ráter preventiv o, que o diferencia de pa­                                  terno da economia de acordo com o flu ­

                público aumentou o déficit que, por sua                                         cotes financeiros de  resgate usados na                                     xo de capitais do exterior
                                                                                                 0
                v ez.  aum entou a dívida.                                                      Asia e  na  Rússia. A expectativa do go­                                          Na prática, toda vez que houver njí-

                       \  a verdade, ficamos colocados sob duas                                 verno e de que. com uma normalização                                        da de dólares do País. os juros v áo subir,

                suspeíçôcs serias: uma. de que pode haver                                       do mercado financeiro, uma parcela dos                                       lemos de oferecer taxas de juros estra-


                a qualquer momento uma maxidesv alori-                                          créditos do pacote de assistência ao Bra­                                   tosféricas  aos credores  internacionais,

                /ação cambial, induzindo o mercado a se                                         sil nem precisaria ser sacada.                                              porque eles não confiam na política eco­

                defender, transformando haveres em moe­                                               Foram fixados critérios de desempe­                                   nômica. na solução dos problemas naci­

                da nacional em moeda estrangeira: e, outra,                                     nho para o resultado nominal  das con­                                      onais e pedem juros extravagantes.


                a possibilidade de morató­                                                                                 tas públicas que englo­                                Na área mtcmj. o gov emo pode na re-

                ria. de que, nesse quadro                                                                                  bam  gastos  com  juros;                         du/ir suhstancialmcntc as taxas de juros

                de dificuldades, pelas di­                                 O déficit público                               para o nív cl de endiv ida-                      de suas obrigações. Se não conseguir v cn-

                mensões do déficit, o País                                                                                 mento externo do setor                           der seus títulos, diante de uma possível


                não seja capaz de cumprir                                    nominal não                                   público: e para o crédito                        reação dos Ixinqucims. o Banco Cxrnrral terá

                o serviço da dív ida.                                                                                      interno líquido  — rela­                         de comprá-los para sua ( arteira, ainda que

                      Voltamos à  situação                                   poderá passar                                ção  entre  reservas  e  a                        isso represente emissão de papel moeda,


                a que fomos levados pe­                                                                                    base monetária.                                  dentro de limites razoáveis,  mesmo com

                las duas crises do petró­                                   de 4 ,7 %  do PIB                                  O déficit público no­                        o risco de produzir alguma inflação.

                leo. da qual  saímos com                                                                                   minal não poderá passar                                Ouanto à política cambial, ao que pa­


                enorme esforço c sacri­                                            em  1999                               de 4.7% do PI Bem 1999.                           rece, o gn emo está tntalmcntc comprr »me­

                fício  e,  hoje.  estam os                                                                                 Para os dois anos seguin­                        tido perante o FN11 com a manutenção do

                nov amente recorrendoà                                                                                     tes, o número será defi­                         atual regime cambial. K uma pena. Preva­


                assistência  financeira                                                                                    nido em junho. () supe­                          leceu o receio de que o recurso à desvalori­

                do FMI  numa situação muito precária,                                           rávit primário de 2,6% cm  1999 é meta                                      zação. segundo certos analistas, seria ocaos.

               colocados realmente no centro da crise.                                         indicativa, mas esse é um compromisso                                        São gerjlmcntc citados  os  exemplos do

                      () brasil precisará de mais de l  S550                                   que o próprio governo cobrará de si mes­                                     México, da  Rússia e dos  países asiático''


                bilhões de captação externa, no ano que                                        mo. por achar que é a parte mais impor­                                      (quedesv alori/arm suas respectivas moe­

                vem, para pagar um déficit em conta cor­                                       tante do ajuste fiscal.                                                      das), sem lembrar, porém, que o Méxicoja

                rente da ordem de l ’SS 2b bilhfxrs e o res­                                          () outro compromisso do governo é                                     saiu da crise de 1994. dobrou suas exporta­

                tante em amortizações de dívidas. ( )s re­                                     sustentar a relação da dív ida com o PI B                                    ções e vem crescendo entre 69? c 7C. Na


               dim is colocados á disposição do País pelo                                      nos níveis em que estão - mais ou menos                                       \sia, a Coréia do Sul e a Tailândia já dão

                FMI, Banco Mundial, Banco Interamcri-                                          4(Xr. Admitindo-se que o PI B esteja en­                                     sinais claros de recuperação.

               canode I )csenvulvimcntoc governos dos                                          tre  850  e  9 0 0   bilhões,  manteremos  a                                 *  Sydncy  latini  e  economista
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