Page 28 - Telebrasil - Maio/Junho 1998
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Acompanhando as telecomunicações
nova entidade sucedeu a Federação de Empresas de municações internacionais e interestaduais corriam por
Telecomunicações, que havia sido criada em 4 de agos- conta de interesses norte-americanos e europeus.
to de 1959, e que atuava como uma poderosa máquina No governo, decidiam sobre tarifas, radiodifusão e conces
em prol da renovação das concessões das várias em sões de telefonia, o Ministério da Viação e Obras Públicas, a
presas de telefonia, então existentes no país As grandes con comissão técnica de rádio do Departamento de Correios e
cessões dadas a interesses estrangeiros por 49 e até 99 anos se Telégrafos. A indústria nacional para o setor era incipiente c
aproximavam nesta época de sua renovação. as tarifas consideradas desestimulantes pelos empresários do
Esta Federação reunia a Associação de Empresas de Tele ramo.
comunicações do Norte-Nordeste (Tclenordeste). a Associa
¦ Quadro estatal
ção dc Empresas de Telecomunicações do Centro do Brasil
(Telecentro) c a Tclesul. A primeira surgiu em 8 de dezem A aquisição da CTB e da CTN pelo Estado, a nova legisla
bro de 1958. em Recite, durante o I Congresso Nacional dc ção que implantou o monopólio estatal de telefonia, a cria
Telecom unicações. Pouco depois foram fundadas a ção da Embratel e da Telebrás, uma grande holding que pas
Telecentro. em 17 de maio de 1959. em Ouro Preto (M G ) e a sou a controlar pouco mais de duas dezenas de grandes em
Tclesul. cm I de junho do mesmo ano, esta na sede do Sindi presas estaduais de telefonia e estabeleceu um novo modelo
cato das Empresas Telefônicas do Estado de São Paulo. para as telecomunicações brasileiras. i
Ocupando inicialmente algumas salas na Rua d;> Quitanda Este modelo consolidou não apenas fortes empresas opera
191. no centro da cidade do Rio de Janeiro, a Telebrasil sur doras como também um parque industrial di\ersificado c com
giu para ser um “ fórum de debates, colaborar com o governo petente. inicialmcnte apoiado em associações entre capitais
na definição das linhas estruturais, divulgar conhecimentos e nacionais e estrangeiros. Permitiu também a geração de uma
trocar experiência’. conforme consta de seu estatuto inicial. tecnologia naêional dc telecomunicações, cujo principal pro
Para tanto utiliza duas estratégias: a realização de abrangentes duto foi a central telefônica Trópico, cujo pólo gerador foi o
painéis e outros eventos e a publicação dc sua revista e de CPqD da Telebrás. i M
edições e eventos especiais sobre temas relevantes da área de Durante mais de duas décadas, o Sistema Telebrás inte
telecomunicações. grou as telecomunicações brasileiras cm termos operacionais
A seguir, uma síntese dos quadro histórico do setor. Nas enquanto o Ministério das Comunicações tomou as decisões
páginas seguintes, apresentamos os personagens que contri políticas dentro das limitações impoMas pela área econômica
buíram na condução dos trabalhos da entidade, um resumo do governo. O não atendimento da demanda dc telefonia os
dos painéis e dos outros eventos promovidos e um balanço da cortes impostos pelo governo nos investimentos das operadoras
revista mais antiga do setor. estatais e o controle político das tarifas, como forma dc comba- j
ter o dragão inflacionário, marcaram este período.
¦ Quadro privado
Ao final da década de 50. as telecomunicações brasileiras ¦ Privatização de volta
eram operadas na sua quase totalidade por empresas privadas Discutida há vários anos e gradualmnete implantada pelo
nacionais ao lado de grandes grupos internacionais. Estes ob atual governo, que propôs e obteve no Congresso Nacional o
tiveram concessões em grandes regiões e coexistiam com fim do monopólio estatal das telecomunicações, a privatização
pequenas empresas de telefonia, dc propriedade de empreen do setor voltou ao centro dos debates da área de telecomuni-
dedores privados ou prefeituras. cações
Eram basicamente ilhas de telefonia local interligadas, pre Este processo encontra-se em andamento e. segundo o
cariamente, por rádios de ondas curtas e linhas físicas inte cronograma vigente, deverá estar concluído neste ano dc 1998
rurbanas. com a venda das ações que o governo detém do Sistema
Na região sudeste predominava a Cia Telefônica Brasilei Telebrás. A Telebrasil. em seus painéis e através da revista.
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ra (C l BK de capital canadense, e na região sul a Cia. T elefó vem discutindo e acompanhando este processo com os
(I,V)
nica Nacional (C T N ), controlada pela IT T dos EUA. Co- cipais atores do mercado de telecomunicações brasileiro.
Telebrasil História
Projeto editorial: João Carlos Pinheiro da Fonseca ’esquisa: Célio Albuquerque. Tcrc/a Sá
Kdição: Luiz Vieira tonte: Arquivo da Revista Telebrasil
Redação: Célio Albuquerque, Luiz Vieira Vojeto visual e editoração eletrônica: Sebastião Iclcs