Page 12 - Telebrasil - Março/Abril 1997

B r a s il
Colaboração: José Raul Allegretti
ivenclo numa época de pro­
fundas transformações dentro
e fora do Brasil, discutir o
porvir é preciso. E momento
de traçarmos os rumos básicos do fu­
turo do Brasil no século XXI, formu­
lando um projeto nacional para inserir
o País, a longo prazo, na ordem políti­
ca e econômica internacional.
Não somos um país subdesenvol­
vido, somos um país injusto. O mo­
delo econômico terá de conter medi­
das de desenvolvimento social. O
crescimento só conseguirá se manter,
se beneficiar a toda a população.
Hoje o Plano Real ainda domina a
cena - garantiu a eleição e a emenda
da reeleição. Baixou a inflação de
2000% para 13%, não quebrou con­
tratos, não impôs tabelamentos ou
congelamentos, distribuiu renda am­
pliando o consumo popular e livran­
do os mais pobres do imposto infla­
cionário.
Desenvolvimento sustentável
Chegou a hora de consolidá-lo com
um plano de desenvolvimento sus­
tentável porque a estabilidade é pré-
requisito indispensável para o cres­
cimento econômico. Este virá da con­
s it u a ç ã o
cessão de serviços públicos, priva­
tização e reorganização das funções
do Estado.
As reformas administrativa, patri­
monial, tributária e previdenciária
vão conferir sustentabilidade a nosso
desenvolvimento.
Gastando mais do que arrecada, ge­
rando déficit público - este o maior
inimigo da estabilidade - o governo
se vê compelido a financiá-lo indo ao
mercado de dinheiro para tomá-lo em­
prestado, reduzindo sua oferta, oca­
sionando a elevação da taxa de juros,
encarecendo os empréstimos aos pro­
dutores e desestimulando assim o
crescimento.
A redução do número de servido­
res públicos, a melhoria de sua
profissionalização e a implantação
de métodos mais modernos de tra­
balho vão levar o governo a pres­
tar serviços mais ágeis e de melhor
qualidade.
e s t r a t é g ia s
A privatização atrairá capitais, pro­
piciará ganhos de produtividade, bai­
xará os preços dos produtos e libera­
rá o governo para apenas regular as
atividades econôimicas de produção
de bens e serviços que hoje executa e
se concentrar na prestação de servi­
ços de interesse eminentemente soci­
al como educação, saúde e seguran­
ça.
A reforma tributária alargará a base
de arrecadação, esperando-se que
mais pessoas contribuam, porém sem
aumentar o valor da contribuição in­
dividual.
A Previdência deverá estabelecer
idade mínima e tempo de contribui­
ção para todos, corrigindo as distor­
ções das aposentadorias especiais, nas
quais os que menos contribuíram e
menos trabalharam mais estão se be­
neficiando atualmente. Assim, se evi­
tará o colapso do sistema num futuro
próximo, ameaçado pela progressi-