Page 51 - Telebrasil - Maio/Junho 1996
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Roosevelt Nogueira de Holanda (*)
Não obstante o cenário Com isto, teve início uma fase de de
nacional de mudanças e senvolvimento totalmente nacional, na
incertezas, a Pirelli qual as fibras ópticas passaram a ser
fabricadas utilizando-se deposição quí
expande sua unidade de mica, estiramento, além de caracteriza
fibras ópticas, constrói ção óptica, geométrica e mecânica.
nova fábrica e dá ao Brasil No Brasil, o uso das fibras ópticas teve
auto-suficiência no setor. a sua consolidação consumada mesmo
nos anos 80. Antevendo a evolução da
demanda que surgiria, a Pirelli se pre
uma demonstração de crença no
parou. Como medida prática, tratou de
N país e no crescimento das teleco de bastões de fibra óptica e... capacitar-se a absorver, pronta e efici
Torno de deposição para produção
municações, particularmente no
entemente, qualquer nova tecnologia de
que diz respeito à área da fibra
fibras ópticas que surgisse e transfor
óptica, a Pirelli decidiu expandir-se e mar rapidamente, se necessário se fi
construir uma nova fábrica no país. zesse, sua unidade piloto e de P&D em
Localizada em Sorocaba, São Paulo, uma unidade industrial de produção de
a nova unidade terá uma capacidade de fibras ópticas.
produção inicial de 300 mil quilóme Desse modo, a decisão de montar uma
tros de fibras ópticas por ano. Este nú unidade industrial ocorreu no inicio da
mero, todavia, conforme necessidades década de 90. A consolidação se deu
demandadas pelo mercado, pode dobrar. através de um Acordo de Transferência
Em adiantada fase de construção c de Tecnologia de fabricação de fibras
montagem, a nova fábrica deverá inici ópticas com o CPqD da Telebrás.
ar suas atividades ainda este ano. Foi assim que, junto a uma das maio
A grande revolução deste final de sala de m edição, para m edidas de res unidades industriais de cabos de tele
século está focada nas comunicações, atenuação e de continuidade óptica. comunicações do Grupo - - em Sorocaba,
onde a lu/ tem papel fundamental como citação que pudesse fazer frente aos SP foi inaugurada, em 1994, uma uni
suporte para as informações e as li desafios e necessidades locais, natural dade de produção de cabos ópticos. A
bras ópticas, como meio físico para a partir de então, a Pirelli passou a utilizar
mente diferentes dos existentes em ou
sua transmissão. tros países. toda a produção local de fibras para aten
Os dois elementos luz e fibra óptica Com o crescimento das atividades dc der ao mercado nacional, cujo maior cli
— são partes fundamentais do que se desenvolvimento, o Centro Tecnológico ente é o Sistema Telebrás.
conhece como comunicações ópticas. O Atualmente, utilizando todas as fases
instalado no Brasil foi potencializado.
grande avanço teve início na década de Investimentos da ordem de US$12 mi de produção — isto é, processo de de
70, quando a atenuação das fibras lhões, tornaram possível a criação de posição química e encamisamento para
ópticas passou a apresentar valores equi um centro de P&D, oficialmente inau a fabricação das preformas. processo de
valentes aos então existentes nos meios estiramento e transformação das mes
gurado em março de 1983.
metálicos. No final dos anos 70 a empresa deci mas em fibras ópticas, além de comple
Cirande parte do desenvolvimento das ta caracterização óptica e geométrica
diu então investir no desenvolvimento
fibras ópticas e de seus processos de fa de fibras ópticas no Brasil. A idéia era a capacidade da unidade de fabricação
bricação se deu na Europa. Mais prcci- a de que esta era uma tecnologia é da ordem de sessenta mil quilômetros
samente na Itália e na Inglaterra, nos habilitadora para enfrentar a realidade de fibras ópticas por ano.
Centros de Pesquisa e Desenvolvimento Uma das características da fábrica da
das próximas décadas. Pirelli é a fabricação própria do
da Pirelli. Após um aplicado treinamento de téc Tetracloreto de Silício. Fste um produ
C omo um dos maiores e mais tra nicos nos seus centros de pesquisas na to químico que funciona como matéria-
dicionais provedores de cabos para te Itália e Inglaterra, a Pirelli montou no prima utilizada na síntese da sílica ví
lecomunicações do mundo, a empresa Brasil uma unidade piloto e de P&D. trea, insumo básico para a fabricação
vem participando significativamente da Para a fabricação das fibras ópticas, foi de preformas de fibras ópticas pelos pro
evolução da tecnologia fotônica. escolhida como técnica a que utiliza cessos CVD (Chemical Vapour De-
Fm meados da década dc 70, a dire como base um processo denominado position). TT
ção da empresa entendeu ser oportuna MCVD (Modifield Chemical Vapour (*) C om base em informações obti
a instalação dc um Centro Tecnológico Deposiíion). das junto à Pirelli Cabos S.A.
no Brasil. Isto com um nível de capa-
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