Page 57 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1995
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por gerentes do próprio Ministério e da nacionais", envoltos numa nuvem de operadores estrangeiros, para fortalecer
Telebrás; e de um grupo consultivo, pequenas e médias empresas agregadas. o mercado comum do Nafta.
com representantes de m em bros da Os PTTs europeus, a NTT japonesa “ Países como China, índia e Brasil,
sociedade. e AT&T norte americana, valeram-se acima de 10 milhões de linhas e com
O debate com a comunidade sobre o por longos anos da aplicação do subsídio perspectivas de crescimento da telefonia
novo modelo das TCs está sendo con cruzado em que os serviços mais nobres celular c razoáveis estruturas de P&D
siderado importante pela Secretaria do — como o interurbano — subsidiavam podem postular acordos com parceiros
Minicom e há um contrato entre o Go os serviços mais populares, como o tele internacionais, valendo-se de sua planta
verno e a União Internacional das Tele fone comum, muito pouco rentável. já instalada", recomendou o economista.
comunicações para uma consultoria do “ Para o Brasil que nào resolveu ain O em presário, M ário Ripper, da
mais alto nível, intermediada por Chris- da a penetração do telefone nas camadas AsGa, enfocou o ângulo do emprego
tian Blanquart, sediado na Suiça e res populares e precisa atender, também, qualificado. Para ele, este só será obtido
ponsável. na U1T. pela Região Améri aos serviços corporativos a situação é se for preservada, nacionalmentc. uma
cas. O novo modelo institucional de de real desafio", disse Márcio Wholers estrutura tecnológica industrial e de
nossas telecomunicações será objeto, in que passou a analisar a desregulamen- P&D. Ele lembrou que os EUA defen
clusive, de um grande seminário do Sis taçào nem diversos países. dem com unhas e dentes sua indústria
tema Telebrás, a ter lugar em Brasília. A desregulam entação do sistema local e que é preciso ter capital norte-
Se o modelo das TCs brasileiras ain Bell. de 1982 a 1984, foi para atender á americano para a empresa se beneficiar
da nào está pronto, no âmbito das boas legislação anti-truste e permitir que uma de contratos com o Governo. Os EUA
intenções ele se delineia para aumentar AT&T libertada pudesse atuarem infor investem imensa somas de dólares anual
nossa competitividade no cenário da mática e telemática, competindo com a mente na área de P&D em tecnologia.
(
economia mundial e desenvolver a es invasão japonesa e atuando globalmen M ário Ripper fez uma proposta
trutura social do País. O objetivo cen te. Na Inglaterra, as telecomunicações concreta ao secretário Fernando Xavier.
tral da nova política de TCs será o foram liberalizadas por ter desistido o Em toda concessão, outorgada pelo Go
oferecimento do serviço básico leia- Governo de manter aquele país como verno, haveria uma parcela da receita a
se telefônico - em todo território e a potência industrial, concentrando seus ser investida num Fundo Nacional de
preços satisfatórios. Mas 6 no campo das recursos nos serviços financeiros. Nos Tecnologia cujo montante seria distri
medidas concretas que a coisas se países do Caribe, deu-se a privatização buído entre o CPqD, a indústria brasi
complicam e o Governo busca respostas das telecomunicações, com presença de leira e a Universidade. (J.C.F.)
(vide quadro anexo).
0 secretário Fernando Xavier, depois
de analisar em detalhe o que se passa lá S e c r e t a r i a d o M C : o n o v o m o d e l o d a s T C s
fora, já concluiu que não adianta olhar
em torno, mesmo na America Latina, As Certezas Brasil: quer inserção na Economia mundial
para encontrar um modelo para nossas TCs: essenciais a essa inserção
TCs. O Chile, um país pequeno, foi radi Modelo: não há receita salvadora
cal e privatizou tudo. A Argentina está Solução: a cada País, um modelo
mantida sob um duopólio de estatais Necessário: temos que ter novo modelo
Acesso ao serviço: universal
europeias, até o ano 2000. () México e
Cobertura territorial : nacional
a Venezuela têm monopólios estrangei
Peço das TCs: justo e acessível
ros para mais 6 e 0 anos. Capital das operadoras: nacional ou estrangeiro
Um item importante para o funcio Vertentes: TCs sofisticadas e TCs sociais
namento do novo modelo, segundo Transparência: sim, a todo custo
Fernando Xavier, será a existência de Mudanças: trazem insegurança, o que é normal
uma boa regulamentação. “Nossa regu
lamentação é frágil e precisamos ter de As Interrogações ate quando manter o monopólio estatal?
limitadores com regras claras entre as quantos competidores?
diversas concessões. Os pagamento in- o que esperar de cada um?
ter-operadoras c as regras de intercone- que ação para o orgão regulador?
como fica a tevê a cabo e a rede faixa larga?
xào serão elementos cruciais". L há a
i. outorgas?
notícia boa: “a liberalização do mercado
quem levar o filé mignon, leva o osso?
trará novas empresas e aumentará a tarifas?
oferta de empregos no País". eliminação do subsídio cruzado?
regras entres operadoras?
Debates como fica a política industrial?
Para o economista Márcio Wholers de
*
Almeida, da USP, a questão-chave que O Orgão Regulador definirá sua própria estrutura
o Governo enfrenta é a da negociação fará regulamentação técnica
com diferentes atores para se chegar a m controlará a justa competição
um modelo comum. Lie lembrou que promoverá eficiência
resolverá disputas não judiciais
os países desenvolvidos, ao liberaliza
desvinculado dos Poderes da República
rem suas telecomunicações, já haviam
terá capacitação técnica
resolvido o problema de dar o serviço
básico para a maioria de suas popula
A Curto Prazo competição privada em telefonia celular
ções, o que no Brasil ainda não aconte
idem para serviços de valor agregado
ceu. Tais países também desenvolveram
idem para comunicação de dados
estruturas dc pesquisa e desenvolvi utilizar mecanismos regulatórios simples
mento no Brasil representado pelo agilizar a empresa pública, via legislação
f PqD da Telebrás c promoveram a
indústria local, formada por “campeões fonto palestra no 13" Seminário da SBT Lindóia (04.09.95)